Retorno ao Vilarejo
Resident Evil Village foi originalmente lançado em 2021, trazendo uma nova etapa da história de Ethan dentro do universo da franquia, na qual mistura ação desenfreada com momentos de terror. E agora pouco mais de um ano após o seu lançamento o jogo recebe uma Gold Edition, na qual são implementadas novidades.
As principais novidades da Gold Editions são:
- A DLC Sombras de Rose
- Possibilidade de jogar em terceira pessoa
- Inclusão de Lady Dimitrescu, Chris e Heisenberg como personagens jogáveis no modo mercenários
DLC Sombras de Rose
A DLC sombras de Rose, vem como principal novidade dessa nova versão de Village, principalmente pelo fato de que ela serve como uma continuação direta da história do jogo base.
Nela acompanhamos Rosemary, ou simplesmente Rose ( Filha de Ethan), 16 anos depois dos acontecimentos do vilarejo, na qual ela volta ao vilarejo depois desse tempo todo em busca de respostas e de saber mais sobre seus poderes.
Durante o começo da narrativa, descobrimos que Rose também está infectada com o “Mofo”, visto em Resident Evil 7 e Village, e para isso ela tem de volta a locais memoráveis de Village como a casa Benevineto e o Castelo Dimitrescu, em busca de uma solução para se livrar da infecção, isso tudo enquanto descobre mais sobre o passado de seu pai e tudo que ele viveu naquele local.
No decorrer da jornada de Rose, temos cenas dignas de se dizer que foram tiradas de Resident Evil 2 ou 3, que trazem totalmente a essência de terror da franquia, com Rose passando por lugares escuros e com sustos eminentes a frente. E ainda nesse ponto, os fãs mais amantes dos moldes antigos da franquia podem não gostar muito do game, em especial por ele ter elementos sobrenaturais envolvendo os poderes de Rose, fugindo totalmente e completamente do que a franquia foi nos seus primeiros jogos, mas isso, de forma alguma tira os méritos da DLC que consegue durante suas cercas de 3 horas trazer uma história bem construída e um encerramento, mesmo que meio forçado e bruto para a saga dos Winters dentro do universo de Resident Evil.
Com isso, um ponto importante é estabelecido, pois após o final de Village, todos pensavam que Resident Evil 9 seria uma continuação direta de Village com Rose, porém, com o lançamento da expansão, essa hipótese pode acontecer, mas pelo desfecho dela é dificil que a Capcom opte por escolher esse caminho, e volte com os personagens já conhecido da franquia, ou crie algo totalmente novo.
Perspectiva em terceira pessoa
Desde Resident Evil 7 a franquia tomou o formato de câmera em primeira pessoa, ou seja não víamos o rosto do personagem nem sua movimentação, somente suas mãos, e agora com a implementação desse modo na nova versão do jogo isso traz um novo conteúdo para o game, ao mesmo tempo que resgata um pouco do espírito dos jogos anteriores, traz um modo muito pedido por aqueles jogadores que gostam das câmeras em terceira pessoa ou a chamada “câmera no ombro”.
E sobre a parte de gameplay e funcionalidade dela, é de se esperar que após criar um jogo totalmente para uma versão (primeira pessoa), mudar isso para outra visão (terceira pessoa), não é uma tarefa muito simples, já que diversas mecânicas devem ser modificadas para que a jogabilidade continue fluída e com uma boa execução, com isso, eu diria que os desenvolvedores e designs do game fizeram um trabalho primoroso, já que em vários momentos parece que esse modo sempre esteve presente, pelo grau de qualidade na qual ele é executado.
Mas alguns pontos ainda poderiam ser melhorados, como por exemplo, mesmo na visão em terceira pessoa não é possível ver o rosto de Ethan em momento nenhum, o que nos leva a outro ponto, todos as cutscenes são em primeira pessoa, na qual não vemos novamente o rosto do nosso protagonista, sendo que ao estar em terceira pessoa e entramos em uma cutscene a câmera da um zoom lentamente até voltar aos moldes de primeira pessoa e assim dar prosseguimento a história, esse certamente seria um ponto legal de se trabalhar um pouco melhor, até pra dar mais reconhecimento ao personagem do Ethan, que durante esses 2 jogos ele foi meio “morno”.
Em parâmetros gerais esse novo elemento da terceira pessoa funciona muito bem, e o principal, consegue convencer o jogador a retornar ao jogo somente para viver as emoções em terceira pessoa.
Conclusão
Resident Evil Village Gold Edition sofre do mesmo problema visto em Resident Evil 7, onde conteúdos extras eram lançados para lucrar mais em cima de algo que deu certo, e assim extrair o máximo desse produto, e com isso alguns pontos ficam sem ser trabalhados da maneira correta. E mesmo que aqui em Village as coisas boas sejam maior que as ruim, existem sim pontos que poderiam ser melhor trabalhados, principalmente em relação a duração da DLC, pois somente a expansão está custando 94 reais, e por esse valor somente 3 horas de conteúdo novo é algo inaceitável.