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Análise | Ace Combat 7: Skies Unknown

Ace Combat é composto de dezesseis títulos que trouxeram uma comunidade de fãs amigável e viciada no jogo que simula o combate aéreo com diversos pesados toques arcade. Como décimo sétimo jogo na série e o sétimo da franquia, Ace Combat 7: Skies Unknown demorou 12 longos anos para seu lançamento.

Disponibilizado para Xbox One, Playstation 4 e PC (em fevereiro), a Bandai Namco entrega um título que faz parte de uma franquia de ação e aventura conhecida, de qualidade e clássica.

Mas não se engane! É claro que o jogo traz muita, mas muita ação. No entanto, as coisas não param aí: a franquia é conhecida por trazer combates intensos sob uma história complexa de alianças e guerras que acontecem em um planeta semelhante, mas que não é a Terra. Tudo acompanhado por uma trama melodramática.

Entre explosões, gatilhos e drama

Como já mencionado, Ace Combat não é simplesmente um equilíbrio entre simulação e arcade. O jogo tem, por trás, uma história melodramática com base em um enredo sobre um planeta em guerra. Nações que se odeiam mas permaneceram na frieza, até que em um momento, as coisas desabam. E é aí que seu protagonista, Trigger, se encontra.

Embora você controle Trigger, o jogo é dotado de cinemáticas protagonizadas por outra(s) pessoas. Por vezes, o ritmo segue uma jovem, vítima da guerra. A história do nosso personagem mudo é contada em conversas por rádio durante as missões e eventos que protagonizamos, explicando o que ocorre naquele presente. Enquanto isso, o desenrolar da trama da jovem é narrado como um diário de eventos que aconteceram no passado. Durante a a narrativa, os dois personagens entrelaçam suas aventuras, até recebendo menções, cada em seus contextos.

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A história traz um universo bem estabelecido. É recomendável que o jogador conheça a história dos outros jogos para conseguir se localizar dentro da complexidade dos conflitos com mais facilidade, mas não é necessário. O enredo traz uma narrativa única que, apesar de estabelecida em uma cadeia de eventos antecessores, permite o entendimento.

A trama é contada de três maneiras: durante conversas de rádio em missões, falando principalmente do presente e das relações interpessoais dos personagens; Em cinemáticas, focando principalmente no pessoal do personagem e mostrando com clareza o ponto de vista do(s) personagens; e em um briefing que antecede as missões (mostrando uma visão técnica sobre o objetivo e a motivação da missão).

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Apesar de conceder todas as informações para o entendimento dos novatos e jogadores que regressaram após muito tempo, a comunicação que o game estabelece para contar a narrativa exige atenção. Diálogos essenciais em conversas dentro do combate podem ser facilmente perdidos no meio da confusão, assim como muitas vezes a explicação durante o briefing pode fazer referências à notas que podem ter passado desapercebidas. Apesar disso, nada impede a aventura de tomar rédeas bem dramáticas, com uma ficção levemente clichê, porém interessante.

A beleza em desviar, atirar e voar

Logo no início, o jogo nos oferece duas opções que entornam a dificuldade: um controle simplificado, para novatos e o mais complexo, para experientes. Testei as duas opções e, mesmo não pegando em um simulador como esses há muito tempo, escolhi com total convicção a segunda opção.

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Não se preocupe, não é uma forma de me gabar. Depois de quase uma hora jogando nos controles mais complexos, percebi que era muito mais divertido. Pode parecer contraditório, mas com esses aspectos pesados de arcade, só consegui me prender jogando com a máxima liberdade dos comandos para experientes. É mais divertido, mais prazeroso e desafiador.

Skies Unknown é um exemplo que todos os jogos semelhantes deveriam se espelhar; muitos simuladores não conseguem atingir tal objetividade e fluidez nos controles. Como o foco é unicamente voar e disparar contra os inúmeros inimigos de todas as velocidades e aparências, nas mais variadas circunstâncias, mantendo o controle do seu próprio jato, nossa crítica é obrigatoriamente rígida. Afinal, se voar e atirar não é aplicado da maneira correta, qual a graça de continuar jogando? Incrivelmente, Ace Combat 7 consegue superar as expectativas.

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Voar é simplesmente prazeroso. Cruzar o céu em uma velocidade exuberante, disparar e receber a mensagem de que o alvo foi atingido é simplesmente satisfatório. Desviar de mísseis, e de outros métodos no qual é alvejado, é gratificante. Principalmente em alta velocidade, o que torna ainda mais desafiador. Até mesmo errar o alvo nos traz uma frustração necessária que torna acertar ainda mais recompensador.

Algumas missões cortam a sequência repetitiva. Algumas vezes precisamos fugir, outras abater e até mesmo chegar em algum lugar desviando de círculos de detecção no radar — vale mencionar que o radar é seu melhor amigo, a ferramenta é extremamente útil, manter o olho nela é essencial.

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A movimentação é fluida e excelentemente aplicada, muito bem acompanhada por uma trilha sonora sensacional que exalta os momentos de ação e tensão, em certos momentos parece que estamos protagonizando Top Gun (se você não gosta do filme, pode substituir por outro muito bom. O que vale é o ponto que quero chegar).

Uma beleza caótica

A primeira cena nos recebe com gráficos extraordinários. Uma mulher no deserto, apontando para um céu de um azul hipnotizador, enquanto as ondas de calor abraçam visivelmente o redor. Já de cara mostra um salto considerável desde os últimos jogos.

Quando estamos no controle, o céu é formoso. As nuvens são impressionantemente realistas e belas em seus diversos estados. Apenas observar seus colegas rasgarem o céu é apreciável.

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Os momentos de meditação são facilmente distinguíveis dos de batalha. Em questão de segundos, a interface do usuário enche; a tela fica repleta de itens, avisos e números. Para novatos, é muito fácil se perder e acabar esquecendo que estão quase destruindo sua nave. Os dados são necessários e felizmente com algumas horas de jogatina é possível acostumar.

Os atributos do céu, nuvens e os efeitos climáticos são magníficos. Entretanto, outras particularidades são levemente serrilhadas. Um grande exemplo disso é a área terrestre que, quando vista de longe, é um cenário muito bem preenchido, mas de perto, as texturas não são tão bem detalhadas e o serrilhado é presente. Em contrapartida, o foco não é o terreno e é plausível o contrapeso necessário nos níveis de detalhamento. Afinal, o propósito não é ficar voando baixo o tempo todo, não é?

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As cinemáticas, embora de alta qualidade, tem seu estilo próprio. O cenário é quase sempre incrível. Já, os personagens partilham de características peculiares que não são bem realçadas com o realismo frequente apresentado. Felizmente, nada que deixe de entregar cenas de qualidade, que exaltam o ritmo do enredo.

Modo online

É fácil ter a impressão de que você vá entrar, em qualquer um dos modos disponibilizados, e destruir o oponente, cruzar os céus em alta velocidade e morrer diversas vezes, assim como abater. Todavia, não é bem assim.

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No modo online, é muito fácil encontrar jogadores experientes, sendo você um deles ou não. Durante as partidas, desviar e atirar é apenas o começo: como é consideravelmente fácil esquivar-se de mísseis assim como é atirá-los, as lutas podem demorar mais do que no modo offline, embora as partidas tenham como base 5 minutos travados. O abate para um dos lados ou é decidido por um deslize nas mecânicas ou por um caminho escolhido que coloque o ambiente, ou qualquer outro aspecto, contra você, forçando alguma ação que te deixe vulnerável.  Tornando o multiplayer mais do que uma ação contínua e irracional.

O multiplayer de Ace Combat 7 é levemente datado, o tempo de jogo é, por padrão, curto e as partidas repetitivas. No entanto, ainda é divertido e proporciona uma nova extensão de jogo para quem concluiu a campanha.

Modesto na medida certa

Ace Combat 7: Skies Unknown é sem dúvidas um dos melhores jogos para amantes do gênero. Com uma história melodramática e densa, a complexidade da trama é envolvida em uma narrativa que não é entregue de uma maneira de fácil compreensão, podendo confundir facilmente pilotos que acabaram de entrar nesse mundo. Já, para quem conhece o enredo, a história é contada no mesmo formato e não vai decepcionar. Skies Unknown traz mais um título bom, enfatizando os padrões excepcionais de jogabilidade e exibindo uma melhoria gráfica fantástica. Apesar das qualidades, ele permanece bastante no mesmo, sem novidades gritantes e mantendo os pilares que os fãs tanto conhecem. Não abre uma porta para um público novo, mas continua o caminho de garantir que a franquia mantenha a essência e qualidade muito prestigiada.

Ace combat
A cópia de Ace Combat™ 7: Skies Unknown foi gentilmente cedida à Manual dos Games para análise pela Bandai Namco.

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