Mirage junta tudo de bom da franquia e traz a experiência definitiva de Assassin’s Creed
Assassin’s Creed Mirage é o mais novo título da franquia Assassin’s, e que inicialmente foi desenvolvido como uma DLC de Valhalla, mas que no processo adquiriu um escopo tão grande que a Ubisoft tomou a decisão de lançar o jogo como um novo título.
O jogo vem com a proposta de voltar às origens da série, trazendo elementos clássicos de volta, como as vestimentas dos assassinos, a furtividade como foco, uma região mais intimista para exploração e vertentes históricas.
E essa dinâmica de retorno às origens é, com certeza, um dos grandes acertos de Mirage, pois ele reúne tudo de bom que já foi apresentado até então na franquia, transformando Mirage na experiência definitiva de Assassin’s Creed.
Mirage irá agradar aos fãs de longa data da franquia, aos que começaram a partir do Origins e até mesmo àqueles que nunca viram nada da franquia e querem começar pelo mais novo.
Linha cronológica e história
Antes de começar a falar da história propriamente dita de Assassin’s Creed Mirage, é importante dar um panorama geral da franquia. Mirage se passa alguns anos antes de Valhalla, tendo em vista que vemos Basim também no jogo, e aqui exploraremos como ele aparece em Valhalla e qual é o seu propósito nisso.
Agora, partindo de vez para a história do jogo. Logo no início, somos apresentados novamente a Basim, em mais um dia de furtos pelas ruas, e, após retornar para sua casa, ele recebe a missão de roubar um livro sagrado de um dos templos de Bagdá. Ele, pensando no dinheiro e nas riquezas que isso poderia lhe render, aceita se excitar. Mas ele não sabia que os contratantes eram a Ordem dos Ocultos, que estavam à procura deste livro, o qual estava em posse da Ordem dos Anciões. Este livro mantém segredos do mundo moderno, sendo assim, importante para os Ocultos saírem vitoriosos sobre os Anciões.
Então, Basim vai até o templo e consegue roubar o livro; porém, assim que ele encosta no artefato, sente que algo o chama, o que aqui é chamado de Djinn, conhecido popularmente como Gênio, mas que aqui em Assassins tem uma vertente não tão amigável como conhecemos. Ao voltar para sua casa após desmaiar na fuga, Basim se depara com Roshan, uma das assassinas mais habilidosas da região. Após Basim contar sobre sua experiência com o artefato, ele insiste em se tornar um dos membros dos Ocultos, o que inicialmente é ignorado por Roshan, mas que após Basim detalhar o que viu na noite do roubo, ela acaba aceitando que Basim treine com ela para se tornar um Oculto.
A partir de então, acompanhamos Basim em seu treinamento, que vai desde aprender a atirar facas, furtividade, combate com espada, bloqueio de ataques, até o salto de fé. Isso ocorre até o dia da sua iniciação como membro dos Ocultos, onde, de uma forma nunca antes vista na franquia, mostramos como é o rito completo para a iniciação na Ordem dos Ocultos, desde o juramento até a amputação do dedo, que será usado para a lâmina oculta.
Com isso, passamos a acompanhar Basim indo até a Cidade Redonda de Bagdá, agora como um dos Ocultos, em busca da Ordem dos Anciões, com o foco de libertar a cidade das garras da Ordem, ao mesmo tempo em que tenta entender um pouco mais sobre o artefato mágico e o Djinn.
Ocultos vs Ordem dos anciões
Na chamada “Trilogia RPG”, que inclui Assassin’s Creed Origins, Odyssey e Valhalla, fomos apresentados aos Ocultos e aos Anciões, que nada mais eram do que os Assassinos e Templários, porém com nomes diferentes, já que esses jogos se passam antes de Assassin’s Creed 1. Portanto, durante esses jogos, acompanhamos como ambos os grupos se tornaram o que são nos demais jogos da franquia.
E em Mirage, essa história é mais intimista, já que mostra a atividade de ambas as organizações em Bagdá. Nós vemos isso do ponto de vista de Basim, um ladrão em Bagdá, que teve uma infância difícil nas ruas da cidade e, desde muito pequeno, teve que aprender a ser silencioso e a sobreviver, tornando-se um exemplar ladrão.
No decorrer da história, vemos como ambas as ordens agem e se comportam em busca da dominação do mundo.
Contexto Histórico (Bagdá)
Bagdá é a região na qual Mirage se passa, rodeada por um deserto exuberante e paisagens de tirar o fôlego. Mas essa região é muito mais rica do que se pode imaginar.
A história da região é fascinante, cercada por milênios de civilização e cultura que moldaram a cidade ao longo dos séculos. Bagdá, é a capital do Iraque, e uma das cidades mais antigas e icônicas do mundo, com uma história que se estende por mais de mil anos.
- Fundação: A história de Bagdá começa em 762 d.C., quando o califa abássida Al-Mansur decidiu construir uma nova capital para o Império Islâmico. Ele escolheu o local onde Bagdá está localizada hoje, nas margens do rio Tigre, devido à sua localização estratégica e às condições favoráveis para o comércio e a agricultura.
- Era Abássida: Durante o auge do califado abássida, Bagdá tornou-se um centro cultural, intelectual e comercial do mundo islâmico. A cidade era conhecida por suas bibliotecas, universidades e mercados prósperos. O período abássida foi marcado por avanços significativos nas áreas de matemática, astronomia, medicina e filosofia.
- Invasões e Mudanças de Poder: Ao longo de sua história, Bagdá viu muitas invasões e mudanças de poder. Em 1258, a cidade foi invadida pelos mongóis liderados por Hulagu Khan, que causaram destruição significativa e marcaram o fim do califado abássida. Mais tarde, Bagdá se tornou parte do Império Otomano.
- Era Moderna: No século XX, Bagdá passou por uma série de transformações políticas e sociais. A cidade se tornou a capital do Iraque após a queda do Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial. O Iraque ganhou independência do mandato britânico em 1932, e Bagdá continuou a ser um centro importante para o país.
Ordem dos Assassinos
A Ordem dos Assassinos sempre foi o ponto alto da franquia e trouxe todo o conceito de uma ordem secreta que atuava nas sombras para servir à luz, combatendo a ordem maléfica dos Templários. E isso seguindo mantras e dogmas dessa organização.
Desde o primeiro jogo, quando conhecemos a ordem através de Altair, sabemos que nela existem práticas e costumes seguidos por eles, como o corte de um dos dedos como rito de iniciação, camuflagem entre a multidão, assassinato furtivo e até mesmo a habilidade de fazer o famoso “Salto da Fé”.
Para aqueles que são novos na franquia, a história da Ordem dos Assassinos é uma narrativa complexa criada para o universo do jogo, que mistura elementos históricos com ficção. Durante os jogos, temos:
Antecedentes Históricos: A série “Assassin’s Creed” se baseia em parte em eventos e organizações históricas reais. A Ordem dos Assassinos, como retratada nos jogos, é inspirada na seita islâmica medieval conhecida como “Hashshashin” ou “Assassinos”, que existiu durante a Idade Média, especialmente entre os séculos XI e XIII.
O Conflito Templário vs. Assassinos: No mundo fictício da franquia “Assassin’s Creed”, a Ordem dos Assassinos e os Templários são duas facções antigas que travam uma batalha secreta pelo controle do mundo. Os Templários, que têm sido uma parte proeminente da história mundial, acreditam que a humanidade precisa ser controlada e que eles devem fazê-lo por meio de tecnologia e poder político. Os Assassinos, por outro lado, lutam pela liberdade e autonomia individual.
Protagonistas e Enredo: A série segue vários protagonistas, conhecidos como “Assassinos”, que são membros da Ordem em diferentes períodos da história. Um dos personagens centrais é Desmond Miles, que é forçado a reviver as memórias de seus ancestrais Assassinos usando uma máquina chamada Animus. Isso permite que ele explore eventos históricos, vivendo as vidas de seus antepassados.
Peças do Éden: Um elemento chave da série são as “Peças do Éden”, artefatos poderosos deixados por uma civilização antiga precursora conhecida como Isu. Tanto os Assassinos quanto os Templários procuram essas peças, pois possuem habilidades sobrenaturais e podem ser usadas para controlar a humanidade.
Diversos Períodos Históricos: Os jogos da série “Assassin’s Creed” se desenrolam em vários períodos históricos, incluindo a Terceira Cruzada, Renascença Italiana, Revolução Americana, Revolução Francesa, entre outros. Os protagonistas Assassinos enfrentam uma variedade de desafios e inimigos ao longo do tempo, enquanto trabalham para preservar a liberdade e lutar contra os Templários.
O Animus e o Controle do DNA: A franquia explora a ideia de que as memórias genéticas dos ancestrais podem ser acessadas e manipuladas por meio do Animus, uma tecnologia desenvolvida pelos Templários. Isso permite que os personagens principais mergulhem no passado e revelem informações valiosas para a Ordem dos Assassinos.
Agora, com a chegada de Mirage, essa história é ainda mais aprofundada, pois aqui em Mirage, não temos propriamente dito o Animus como nos outros jogos, onde uma pessoa revive as memórias de algum antepassado. Aqui temos a ligação de Basim com o Animus, que é revelada no final do jogo.
Furtividade
A furtividade em Mirage volta a ser o foco, enquanto em Origins até o Valhalla, o furtivo estava presente, mas muitas vezes o combate de frente era muito mais vantajoso, até porque um Viking agindo de modo furtivo, creio, não era muito comum de se ver.
Entretanto, aqui o jogo é instintivo para que você priorize o furtivo, pois, por exemplo, os inimigos mais “tanks” são extremamente difíceis de serem abatidos em combate corpo a corpo, já que seus ataques são “não bloqueáveis” e sua força alta. Isso sem contar com outros inimigos. No início do jogo, isso significa um inevitável “game over” muitas vezes. Portanto, o jogo oferece diversas opções de stealth para abater os inimigos, seja através de carruagens de feno, cordas suspensas, gramas altas ou até mesmo estruturas elevadas. Assim, o assassinato furtivo é um golpe certeiro, permitindo que você passe por lugares sem sequer ser visto.
Além disso, notei que o jogo em si foi planejado para que o jogador adote uma abordagem mais furtiva. Em combate, mesmo que seja possível lidar com 2 ou mais inimigos, isso fará com que você gaste muitos recursos. Em contrapartida, temos facas de arremesso, bombas de fumaça, armadilhas, dardos tranquilizantes, todos artifícios que auxiliam em uma abordagem mais sorrateira.
Combate
O combate em Mirage bebe na fonte de Valhalla, já que, inicialmente, ele foi pensado como um DLC do próprio Valhalla. No entanto, mesmo que elementos como esquiva, rolamento e aparar golpes estejam presentes, ele traz elementos inéditos que acrescentam muito à jogabilidade, como o ataque potente no momento certo, atordoamento do inimigo com a parada perfeita e a introdução da adaga.
Portanto, mesmo que o combate não tenha voltado totalmente ao que era nos jogos originais, aqui temos sim sinais do que os combates clássicos tinham, o que enriquece a cinematografia das sequências de combate e até mesmo dos assassinatos furtivos.
E para aqueles que não jogaram a trilogia RPG de Assassins, não se preocupem, pois o combate em Mirage é extremamente intuitivo e dinâmico, ao mesmo tempo em que é satisfatório e divertido.
Mundo aberto
Uma das qualidades inegáveis da Ubisoft são seus mundos abertos, todos criados de forma impecável e visual deslumbrante, basta ver o trabalho feito em jogos como Far Cry 3, 4, Assassin’s Creed Unity e Origins, todos eles trazendo mundos extremamente belos.
E em Mirage, isso não é diferente, pois aqui temos Bagdá representada nos mínimos detalhes, onde podemos identificar as nuances do mundo em diferentes pontos. Por exemplo, quando estamos na região da cidade redonda, vemos uma população ativa, construções bem-feitas, e quando vamos para a área do deserto, encontramos aquela imensidão de areia com pouca vegetação, e apenas nós percorrendo esse território. Isso cria a sensação de que realmente existe uma região ali, assim como no mundo real, com diferenças conforme mudamos de região.
Dentro desse mundo, ainda temos diversas atividades para realizar, como encontrar livros perdidos, completar as histórias de Bagdá, coletar fragmentos de anomalias do Animus e muitas outras tarefas que te farão passar horas e horas explorando esse mundo em busca de completar tudo.
Trilha Sonora
A trilha sonora de Assassin’s Creed sempre foi marcante, sendo impossível não lembrar da lendária “Ezio’s Family”, composta por Jesper Kyd.
Em Mirage, temos algo bastante importante, pois a Ubisoft firmou uma parceria com a banda One Republic para criar a faixa “Mirage”. Esta é uma das poucas vezes na história em que uma banda classificada entre as 50 mais influentes da Billboard participa da produção de um jogo, tornando Mirage, de certa forma, histórico nesse quesito.
Vale a pena jogar Assassin’s Creed Mirage?
Assassin’s Creed Mirage surge como uma grata adição à franquia e promete ser um dos grandes jogos do ano. Mesmo não inovando grandiosamente, cumpre muito bem o que se propõe, entregando um excelente jogo para todos os amantes da saga Assassin’s Creed, desde os mais antigos até os mais novos.
Espero que essas correções melhorem a qualidade do seu artigo sobre Mirage. Se precisar de mais informações ou ajustes, não hesite em perguntar.
