Quem não se lembra das famosas máquinas de fliperamas, muito famosas antigamente, perderam seu espaço para os consoles e PCs, porém continuam em nossos corações. Era uma sensação incrível chegar em um aniversário e avistar de longe uma daquelas máquinas que geralmente só tinha um título disponível, Metal Slug (podia ser o 3 ou 4), clássica série de tiro no estilo run-and-gun que fez a infância de muita criança, era indescritível juntar os amigos em volta da máquina e tentar passar pelas difíceis fases e foi isso que senti jogando Cassiodora, um shoot ‘em up clássico desenvolvido pelo estúdio brasileiro independente Void Studio.

Uma história simples que toca no coração
Cassiodora está longe de ter uma história excelente, porém não é ruim, pelo contrário é muito bem feita e com personagens que tocam o coração. A princesa Cassiodora foi raptada pelo maligno feiticeiro Kenzar. Para salvá-la, os cavaleiros escolhidos Agni, Colden e Luken precisam enfrentar um vasto exército de bruxas, fantasmas e demônios por todo o reino de Astória. Para completar esse feito, o druida Faramix concede a Agni, Colden e Luken um par de asas mágicas e poderes elementais para ajudá-los em sua missão. Aqui vemos inspiração tanto de contos e filmes infantis quanto de games famosos como Super Mario Bros, porém aquilo que me cativou foram as referências a filmes como Shrek (sendo meu filme de animação preferido) e a games com Castle Crashers.
O modo história é curto e pode ser finalizado em menos de 10 horas, porém os diálogos e os personagens deixam a aventura extremamente prazerosa apesar de simplória e curta.

Aquele bolo de cenoura no quesito gameplay
As inspirações são claras, durante o meu período com o título pode perceber diversas inspirações usadas para Cassiodora, a principal delas sendo o já citado Metal Slug, que apesar de não pularmos como o clássico de fliperama, as semelhanças são gigantescas.
Esqueça as balas e coloque em cena magias de 3 diferentes elementos, trovão, fogo e gelo cada um dele é usado para derrotar um tipo específico de inimigo ou resolver algum puzzle para seguir, tudo na gameplay gira em torno desses 3 elementos.
Com o nosso personagem podemos mover de cima para baixo, desviar, atirar, usar um ataque mais forte, usar as 3 magias diferentes e atacar de forma diferente. Tudo isso enquanto a tela se move sozinha, diferente de outros títulos do gênero que a tela anda mais devagar se estivermos em apuros, Cassiodora não é um título mel na chupeta, são muitos inimigos e partículas na tela que confundem o jogador e já vou deixando logo a dica, morrer não é difícil.
Gráfico e som deixam a desejar, que precisam de polimento
Mas nem tudo são flores, Cassiodora decepciona em alguns quesitos técnicos, o título roda na Unreal Engine, a engine mais poderosa do mercado, e por esse motivo se espera algo muito melhor, principalmente por os modelos parecerem de massinha, não sei se foi tentando buscar alguma estética, porém para mim não ficou nada legal.

Outro ponto que incomoda são o número excessivo de elementos em tela, esse ponto pode ser relativo, mas durante minhas mais de 20 horas com o título foram inúmeras vezes que morri por conta de elementos que eu não sabia se era aliado ou inimigo, quando eram tantos elementos na tela que ofuscaram o objetivo.
E para finalizar a sonora é OK! As vozes estão boas, mas eu senti falta de um cuidado com relação à trilha sonora, não vi variedade e quando tinha era praticamente inexistente.
Vale a pena jogar Cassiodora?
Em resumo, Cassiodora é um título de sentimentalismo e nostalgia, você não irá comprar esse título se está a procura de gráficos maravilhosos ou uma história complexa, o game entrega uma experiência única esse é o motivo para jogar Cassiodora.
