Deliver Us Mars, sequência de Deliver Us the Moon de 2018, traz em sua bagagem uma critica social importante, bem como uma experiência imersiva para aqueles que, como eu, são fascinados pelo espaço.
A lua é o novo planeta terra
Dentro do game, assumimos o papel de Kathy Johanson, uma jovem criança que sonha em se torna uma grande astronauta. Com os recursos na terra cada vez mais escarço, a lua acaba se tornando o alvo para um plano de emergência de seu pai, que treina a jovem Kathy para essa missão ousada.
Durante o jogo, somos jogados constantemente para o passado e o futuro e, aos poucos, encaixando peças de uma narrativa rica e de uma critica social extremamente necessária. Afinal, assim como no jogo, o nosso Planeta Terra pede socorro!
No começo é tudo um pouco confuso, já no papel de uma Kathy experiente e sendo uma excelente profissional, estamos em uma missão para coletar recursos em marte. No entanto, o planeta vermelho é o último destino conhecido do pai de Kathy, o que torna a expedição uma tarefa pessoal da garota.
Vale ressaltar: apesar de Deliver Us Mars ser uma continuação que se passa dez anos após os eventos do primeiro jogo, Deliver Us the Moon, não é necessariamente obrigatório que você tenha jogado o primeiro jogo para ter uma bom entendimento de Deliver Us Mars.
Bonito, mas poderia ser lindo
De forma alguma é possível chamar Deliver Us Mars de um jogo feio. Entretanto, os rostos e expressões dos personagens é algo catastrófico. Além disso, presenciei algumas pequenas quedas de quadro, bem com uma falha onde os personagem acabam falando com a boca fechada em algumas situações.
Bom, levando em conta que Deliver Us Mars não tem um estúdio gigante para chamar de seu tá tudo bem. No meu caso, essas falhas foram apenas visuais e não houve nada que prejudicasse minha experiência.
Um ponto importante é ficar atento ao salvamento automático, que acabou falhando algumas vezes e me fez repetir algumas tarefas. Quando a trilha sonora, ela é extremamente imersiva e sons de fundo por diversas vezes me fez lembrar um dos meus jogos favoritos, The Outer Worlds.
Imersão intensa no gameplay, mas há ressalvas
Deliver Us Mars é um jogo de aventura, onde na maior parte do tempo nosso objetivo é resolver pequenos puzzles. Alguns deles, exigem a ajuda de Ayla, um robozinho que serve como uma espécie de rdd2 de Star Wars.
Nossa personagem pode pular, se abaixar, e em alguns casos, é preciso flutuar na gravidade. Os controles para manter o personagem na direção certa é meio chato, e apesar de ajudar na imersão, poderia ser mais refinado. Outro ponto no gameplay que me frustrou um pouco foi a troca da câmera para primeira pessoa sem que eu selecionasse essa opção. Por exemplo, ao acessar uma espécie de condutor de energia, a câmera passa de primeira pessoa para terceira e, mesmo depois de apertar o comando e deixar o objeto, a câmera não volta para a opção que eu havia selecionado. Assim, é preciso sempre ficar alternando.
Kathy tem um pequeno dispositivo na mão direita que dispara um raio laser, usado na maioria dos casos para romper objetos ou abrir fechaduras trancadas. Os puzzles do jogo são bem fáceis, um ou outro podem render um pouco mais de tempo, mas o grande fator que te move no jogo certamente será o enredo. Ele é rico e instigante.
Como mencionado, o jogo no geral é tranquilo. Kathy não tem um barra de vida, apenas uma barra que mostra seu oxigênio. Ele é carregado toda vez que entramos em uma base, e ao sair dela, o contador começa a diminuir. A campanha dura cerca de 6 horas e não existe um fator replay, a não ser que por ventura deseja ir atrás das conquistas não liberadas.
Deliver Us Mars vale a pena?
Deliver Us Mars é uma experiência gostosa, sobretudo se você for amante de jogos com tema espacial. O enredo é instigante e traz uma critica social importante, o jogo no geral é muito bonito e a imersão realmente te coloca no espaço. Porém, rostos e expressões faciais lembram jogos dos anos 90, as falhas com a câmera incomodam um pouco e o jogo e curtinho. Legendas e menus estão em português do Brasil, o que garante que todos possam absorver a história fantástica que o jogo tem para contar – vale mencionar a minha frustação com o auto save, que falhou por algumas vezes.