Análise | Going Under

Going Under é um dungeon crawler roguelike satírico baseado na cultura de startups de tecnologia, usando-se de trocadilhos deste mundo tanto nos diálogos, quanto na mecânica e no design dos personagens rendendo boas risadas.

Sendo o primeiro jogo do estúdio independente Aggro Crab, Going Under chegou na Steam, Epic Store, Xbox One, PS4 e Switch em setembro deste ano e vem arrecadando boas análises por aí.

Enredo

Nele, você joga como Jackie, uma nova estagiária não remunerada da Fizzle. Seu trabalho é explorar as ruínas de startups falidas na cidade distópica de Neo-Cascadia para limpá-la dos zumbis antigos funcionários usando tudo dos escritórios como arma. Mas não se deixe levar pelo gameplay simples, a história se desenvolve surpreendentemente bem.

Em suma, sem dar muitos spoilers, conforme Jackie vai passando nas dungeons, ela descobre que existe algo muito maior por trás das histórias das startups falidas. Como resultado, isso a levará para grandes desafios contra sua chefia.

Going Under

Gameplay

Por ser um dungeon crawler clássico, não há uma outra roda a ser inventada nesse gênero. Como diferencial, Jackie pode adquirir talentos especiais (como eletrocutar inimigos ao tomar dano ou ao causar dano crítico). Além disso, há maldições que lhe concederão uma vantagem diante de um preço e a chance de escolher um mentor dentre os funcionários da startup.

Nas dungeons, o fato de que quase todo objeto poder ser usado como arma ou projétil torna a partida bem dinâmica e agitada. O que soma às características únicas dos inimigos de cada dungeon. Além disso, os bosses também tem ataques diversos mas seguem o mesmo padrão de comportamento dentro das lutas, o que dá um bom balanceamento ao jogo.

Para quem é fã do gênero é gosta de desafios, Going Under é uma boa pedida. Apesar de ser apenas 3 dungeons + outros lugares explorados com o desenrolar da história, promete e entrega um gameplay rápido e agitado. Da mesma forma para quem é mais casual, há opções de ajuda ao iniciar um novo jogo, como ter mais vida, dano reduzido dos inimigos, etc.

Going Under Gameplay

Outro detalhe importantíssimo que não pode ficar para trás: you can pet the dog.

Going Under You can pet the dog

A cultura de startups

É muito clara e presente a sátira da cultura de Startups, presentes no cenário (como leaderboards, gráficos por todas as partes, frases motivacionais), nos diálogos e discussões das condições de trabalho de Jackie e no desenrolar do enredo em si.

Going Under piada de Startup

As piadas desse conceito de startups estão por todos os lugares, arrancando boas risadas daqueles que já vivenciaram ou tiveram contato essa cultura.

Arte e Trilha Sonora

Um ponto a ser levado em consideração aqui é a arte do jogo, tanto de HUD e interface, quanto a modelagem 3D e concept dos personagens. É tudo muito colorido e com formas simples em contraste a algumas texturas que são propositalmente mais realistas para ganhar destaque.

Os efeitos visuais são bem feitos em low poly e a arte 2D segue essa premissa de maneira fiel. Com certeza um bom trabalho de Nick Kaman, Joanna Lin e Luiz Mello.

Por sua vez, a trilha sonora segue o ritmo agitado das partidas e o ambiente de startup de tecnologia do jogo, com batidas sintetizadas cativantes e rápidas. Há a opção de comprar a trilha sonora separadamente, que consiste em 29 faixas.

Recepção

Going Under teve uma boa recepção do público, arrecadando até o momento 225 análises na Steam com uma geral de “Muito positivas” pelo site. No Metacritic, o jogo atingiu 80 de nota e o 45º lugar no Ranking de Best PC Game of 2020.

Diante disso, a Aggro Crab postou na Steam quais são os planos para o futuro do jogo, que receberá mais conteúdo e uma nova dungeon no segundo semestre de 2021.

Conclusão

Mesmo saindo na mesma época de jogos dungeon crawler roguelike conhecidos do público, como Spelunky 2, Going Under se diferencia dos grandes títulos do gênero, com sua proposta de enredo, ambientação e arte meio “estranho” mas bem agradável.

Para quem é fã do estilo, Going Under pode ser uma boa pedida para passar o tempo e soltar umas boas risadas sem perder o desafio “a la Dark Souls”. Mesmo assim, o jogo consegue ser acessível para quem só quer conhecer a história.

Se você gosta de dungeon crawler roguelike e/ou estilos de arte e histórias malucas, com certeza Going Under seria uma aquisição satisfatória.

Nota Going Under

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