Novo jogo da franquia LEGO explora opções de viagem livre entre planetas, side quests e muita qualidade de imagem e som
Para quem estava com o hype altíssimo, aqui vai a confirmação: A Saga Skywalker entrega tudo que a franquia LEGO Star Wars já fez e muito mais! Com certeza você vai precisar de mais de 100 horas de gameplay para cumprir todas as missões secundárias, comprar personagens e fazer todos os upgrades possíveis.
Com lançamento previsto para esta terça-feira (5), o jogo está disponível para pré-venda nas plataformas da Playstation, XBOX, Nintendo e na Steam.
Do escolhido pela força à última Skywalker
A história já é conhecida: da ascenção de Darth Vader à queda da Primeira Ordem, LEGO Star Wars: A Saga Skywalker conta cerca de 80 anos de histórias das duas trilogias de filmes criadas por George Lucas junto da mais recente, finalizada em 2019 que foca na personagem Rey Skywalker. Se você é fã da saga ou já sabe ela todinha, pode pular para a jogabilidade 🙂
Separado por filmes, o modo história permite iniciar as trilogias a partir das primeiras obras de cada. Seguindo pela ordem numérica, o Episódio I: A Ameaça Fantasma explica os conflitos políticos e sociais que existiam em uma galáxia muito, muito distante, regida pela República. A democracia é alvo de ataques por parte de grupos separatistas, que pretendem tomar o controle político e econômico.
Nesse meio existem os Jedi, seres treinados para manter o equilíbrio emocional e usar a Força, energia que flui dos seres vivos e que permite aos que sabem usá-la ter habilidades sobrenaturais (pular super alto, empurrar alguém e até cortar pêras flutuantes, como o Anakin faz). Em contrapartida, os Sith são os malvadões, corrompidos pelo Lado Negro da Força.
Ao fim da primeira trilogia, surge a ascensão de Darth Vader e o Império é instaurado. Surge então, no episódio IV, Luke Skywalker, que junto de Leia Organa, Han Solo e Chewbacca, consegue trazer a democracia derrubando o Império, além de tornar-se um Jedi.
Protagonizados por Rey, os episódios VII, VIII e IX trazem um novo regime autoritário, agora chamado de Primeira Ordem e liderado por Kylo Ren. A trama acontece em volta das histórias de ambos, nascidos de famílias ligadas ao lado negro e aos Jedi e que, por fim, se juntam para instaurar novamente a paz no universo e derrotar o Imperador Darth Sidous, mestre de Vader.
Evolução na jogabilidade
Desde os lançamentos de O Hobbit e O Senhor dos Anéis, a linha LEGO vem aprimorando as funcionalidades dos personagens e itens. Agora, estão disponíveis upgrades para personagens em geral e também específicos, de acordo com as categorias Jedi, Sith, República, Droids e outras, feitos a partir de cubos LEGO coletados no jogo.
O jogo é tão, mas tão enorme, que, além de poder refazer os níveis com outros personagens no modo livre, agora é possível viajar entre planetas independente da linha do tempo em que você parou. Isso facilita a completar as side quests que passaram despercebidas de forma mais rápida, ou até mesmo para farmar moedas.
Para você não se perder no meio do mundo aberto, existem minimapas na interface e guias que indicam o caminho para a missão desejada. Essas opções podem ser desativadas no menu, além de outras.
Também temos destaques para os droids! Um pouco inúteis nas edições anteriores, agora conseguem montar objetos, lutar e até mesmo se desmontar, como faz o C3PO. Para vocês terem uma ideia, dá para derrotar o General Grievous com o R2-D2.
Para a felicidade dos fãs, os desafios de “Verdadeiro Jedi” e coleta de Mini Kit que existem desde os jogos produzidos para Playstation 2 estão na Saga Skywalker. O sistema de vida agora é mostrado em uma barra disponível acima da cabeça dos personagens. O jogo possui tradução e dublagem em português.
As lutas corporais foram aprimoradas e agora é possível criar combos de ataque. O uso da Força é bem intuitivo, através dos controles analógicos (caso jogue em console), e as armas possuem mira manual e assistência (que pode ser desativada).
Mais veículos e batalhas espaciais, por favor!
Se já gostávamos daquelas batalhas nos cruzadores, a destruição de andadores em Hoth e do cheat que deixava os Banthas “fertilizar” o chão, agora o nível foi além. A imersividade é impressionante! Estão disponíveis controles para uso de turbo nas naves, desvio de tiro, disparo rápido e de torpedos de Próton, além de outras funcionalidades que variam entre os veículos.
Confesso que me perdi bastante no começo, pois as configurações pareciam invertidas, mas o próprio jogo avisou sobre a possibilidade de alterações nos eixos de vôo. Recomendo desligarem a do eixo X! Se você jogar em console, repare no dualsense. Os passos dos andadores, animais ou qualquer outro veículo pesado não passam despercebidos pelo recurso, que traz muito mais imersão.
Texturas, gráficos e trilha sonora IMPECÁVEIS!
É impressionante o nível gráfico de tudo. Os personagens são muito semelhantes às miniaturas reais: possuem marcas no plástico, a logo da LEGO e texturas nos tecidos das capas e acessórios. Porém, o maior destaque vai para a qualidade dos cenários, que entregam iluminação e nitidez dignos dos filmes! A imagem a seguir resume tudo.
O uso das trilhas de John Williams é precisa, usada em batalhas, momentos emotivos e até mesmo para trazer as piadas daquele jeitinho LEGO de ser. São várias as vezes que você vai dar risada com algum personagem dançando ao som de Cantina Band.
Acessibilidade e avisos de saúde
De cara, o game entrega aviso sobre efeitos luminosos para pessoas com crises de epilepsia. Possui uma área dedicada exclusivamente para as opções de acessibilidade e saúde do jogador, que possibilitam alterar a sensibilidade de diversos controles, aumentar ou diminuir caixas de texto e legendas e acionar opções automáticas para evitar movimentos repetitivos, como segurar L1 para mirar ou pressionar várias vezes algum botão de reação.
Star Wars para toda a família
Que os bonequinhos são fofos todo mundo já sabe, a questão é que não podemos deixar de falar da forma incrível como a LEGO conta histórias. Feitos para toda a família, os jogos trazem situações fora do comum para narrar de uma forma mais leve e divertida. Nessa edição, por exemplo, Anakin não estrangula Padmé: ele usa a força e bate um bonequinho dele mesmo na cabeça da esposa, que faz ela desmaiar.
Muitas cenas de violência que são icônicas em Star Wars perderam espaço para personagens secundários palhacinhos, Palpatine comendo pipoca, Conde Dookan cantando no chuveiro e outras cenas bem características da LEGO. Por mais que eu seja fã da saga, entendo que não fariam sentido no contexto e confesso que nem dei falta delas.
Contra isso, existem vários easter eggs e ironias sobre os personagens que se tornam icônicos dentro da narrativa. Dica: preste atenção no ursinho roxo do Anakin!
Linguagens
O universo Star Wars é rico em línguas, já que existem infinitas espécies e povos. Personagens alienígenas receberam legendas em suas próprias línguas (a maioria inventada), que só podem ser traduzidas por droids intérpretes ou pessoas poliglotas. Obi-Wan Kenobi é um dos poucos personagens, além dos droids, que entende o que os geonosianos falam. Aurebesh, língua universal de Star Wars, é muito usada na tradução de nomes e locais.
Conclusão
Fã dos LEGOs de Playstation 2, me surpreendi com o rumo que a saga tomou. Com um grau maior de dificuldade, as missões são bem estruturadas e seguem muito bem uma lógica linear na história. Em paralelo, as tarefas secundárias brilham nesta edição: mais que fugas de roteiro, são desafios à parte. Ver um jogo que era estruturado em fases separadas em salas da Cantina para planetas de mundo aberto é muito empolgante.
É uma experiência sensacional, para quem já é experiente ou não no mundo dos jogos. Minha mãe foi player 2 e amou! Ficou confusa, atraída pelas milhares de moedas explodindo na tela, mas aos poucos pegou o jeito. O mesmo aconteceu comigo. LEGO é realmente para toda a família, em especial para os adultos!
Análise feita por Rhanna Sarot (@rvsarot), com a colaboração de Luan Fernandes