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Análise | Naruto to Boruto: Shinobi Striker

Os jogos do Naruto sempre seguiram a mesma receita de bolo: narrativa clássica, batalhas em diversas dificuldades e um desenrolar já conhecido pelos fãs. Dessa vez a Bandai Namco resolveu trazer um novo ar para os games, revelando uma nova mecânica para o jogo em um estilo que quebra toda a sequência dos jogos já conhecidos. Agora, tudo se baseia em uma mecânica inspirada, dentre outras coisas, em um MOBA.

Mas será que essa mistureba deu certo e trouxe alguma inovação à velha fórmula?! Confira nossa análise de Naruto to Boruto: Shinobi Striker!

Novo estilo

Como havíamos dito, o game traz sim um novo estilo, quebrando a sequência dos títulos anteriores e sendo uma inovação arriscada pela Bandai. Nos é apresentado um gênero semelhante ao MOBA, mas não se engane! Não é 100%  MOBA… na realidade, é bem complicado dizer. Quando tratamos desse estilo, grandes nomes vêm em mente, logicamente com a visão isométrica com aqueles objetivos clássicos. Mas não é bem assim.

Naruto to Boruto Shinobi Screen 13

Naruto to Boruto traz alguns leves e bem superficiais toques de um MOBA. A estratégia, trabalho em equipe e um cenário amplo, com algumas limitações, no qual o time tem um objetivo central que não se resume apenas no “mata-mata” (é claro, dependendo do modo de jogo escolhido.)

Sua história

Um grande destaque que difere Shinobi Striker totalmente da série Ultimate Ninja Storm é a ausência da narrativa. Aqui, não existe qualquer história principal a ser seguida e a ideia é que você seja o ninja.1

Logo no começo já somos designados a criar nosso personagem. As opções são incialmente limitadas, mas fique tranquilo. É nessa customização que o jogo te ganha pouco a pouco. Basicamente, você escolherá sua vila, aparência e só. Com o desenrolar do jogo, poderá gastar o que ganhou em partidas e missões (PvE ou PvP) com melhorias: jutsus normais e outros poderosíssimos, além de armas e outras personalizações para seu ninja. Tudo nos mínimos detalhes e com uma liberdade digna e recompensadora, até certo ponto.

Infelizmente a liberdade excessiva para escolher classes e outros tópicos que influenciam as partidas trazem problemas para novatos. Um game que têm a essência de um estilo já consagrado, não pode falhar no direcionamento do jogador. Nesse caso, o resultado são grandes complicações de balanceamento. Não raro você está com uma combinação terrível de jutsus e armas, ou até com um mestre ninja que não é o melhor naquele estilo. Até certo ponto, você não fará a menor ideia sobre isso, a menos que já esteja familiarizado. Do contrário, será um massacre frustrante dentro das partidas e a diversão fica bem limitada.

Jogabilidade

No início de sua trajetória estaremos em nossa vila escolhida. Lá podemos falar com personagens icônicos do anime, que trabalham como vendedores e oferecem missões “secundárias”. Servindo como uma espécie de lobby, nessa ala você pode ver todos os outros ninjas criados pelo mundo, que partilham do mesmo servidor. Além disso, desfrutamos de um menu de interações básico e um chat simples.2

Feito especialmente para ser jogado online, o game contempla uma variedade limitada de modos de jogo: captura a bandeira, controle de pontos, uma espécie de “mata-mata” 4 contra 4 e um ataque e defesa, onde duas equipes se enfrentam com chefões e minions que tendem a avançar e outros defender. Além das missões player versus player (PvP), também temos o famoso player versus environment (PvE). As missões PvE são bem diferentes e divertidas de início, entretanto, com o tempo vão se repetindo.  Não somos apresentados a uma grande coletânea de mapas, apenas 5 para dividir entre as missões. O jogo ainda tenta trazer um espaçamento maior entre as sidequests, dando um “delay” para as novas, mas isso apenas atrasa a repetição inevitável.3

Lembrando que se você é um entusiasta desafiador do famoso X1, sinto muito, até o momento dessa análise não é possível duelar 1vs1.

Gráficos

Chegamos em um ponto inferior ao razoável. Os gráficos deixam a desejar em comparação aos outros títulos da franquia, com as animações dos personagens limitadas e extremamente scriptadas durante alguns diálogos. Claramente, o foco não é a história e os diálogos, portanto faremos vista grossa quanto a isso, mas estamos de olho em você lendo a mesma página sempre, Kakashi!4

Em diversos momentos você pode achar que o jogo não passou pela fase de polimento, já que algumas texturas ficam com cores fracas e até mesmo embaçadas. Por outro lado, os efeitos dos jutsus e habilidades não deixam a desejar. Não são extremamente realistas, como o propósito da arte já indica, mas fazem seu trabalho bem: prazer para quem efetua e para quem leva.

Conclusão

Naruto to Boruto: Shinobi Striker traz alguma inovação para a franquia da Bandai, que correu todos os riscos necessários para mostrar o quanto algo novo é preciso para manter a tenção do público. Um estilo novo que traz um ponto essencial para os fãs: fazer parte da história. Com uma personalização vasta e compensatória, o título oferece diversão garantida para quem é fã do anime e esperava algo de novo para a franquia.

Por outro lado, toda inovação também tem seus males. Shinobi Striker falha gravemente em aspectos técnicos, incluindo gráficos sem polimento e um grande desbalanceamento estratégico, acompanhado por um matchmaking falho, frustrante em níveis inigualáveis para aqueles que estão começando.

Um resultado razoável que traz uma exclusividade implícita aos fãs, Naruto to Boruto não decepciona, mas traz novidades que precisam ser melhor implementadas e, quem sabe, assim alcançará um público mais amplo.

4

Disponível para Xbox One, Playstation 4 e PC, a cópia de Naruto to Boruto: Shinobi Striker foi gentilmente cedida pela Bandai Namco.

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