Fala pessoal, se você assim como eu é fã de uma boa história de terror, fique comigo que vou te contar um pouco sobre The Chant. Lançado dia 03 de novembro para PlayStation 5, Xbox Series X e Series S, Microsoft Windows, é uma bela surpresa para o gênero apesar de suas limitações, vamos conferir?!
A versão usada para fazer essa análise foi a de PC pela Steam fornecida pela.
Um retiro espiritual repleto de espíritos
Muitas vezes, nos deparamos com títulos de survival horror que apelam bastante para o susto ou o grotesco, porém esquecemos que o medo está no cérebro, está no remorso, está na perda e se for feita de maneira certa se torna um monstro verdadeiramente assustador, e essa é a premissa de The Chant.
No início do game nos é apresentado a um culto residente em uma ilha isolada que aparentemente está tentando abrir um portão para uma outra dimensão, porém as coisas saem do controle quando a filha do líder entra em desespero e decide fugir pulando na água, quando somos transportados ao presente onde nos é apresentado aos personagens principais da trama.

A protagonista se chama Jess, que após perder sua irmã decide ir a um retiro espiritual na mesma ilha onde o ritual deu errado, não vou dar spoilers, mas algo não dá certo novamente, mas desta vez, a mente humana se torna o seu pior inimigo.
Tenho que confessar que desde o momento que eu li a premissa de The Chant eu já fiquei animado, pois pessoalmente não sou fã de Jumpscare e os momentos que fizeram suar frio era quando não tinha nenhum inimigo por perto.
Uma jogabilidade repleta de boas ideias
A jogabilidade de The Chant não é nada de especial, apesar de ter ideias muito boas, parecem não ser bem aproveitadas. Um exemplo é o sistema de sanidade, essencial para a protagonista e os outros personagens, ela molda as fases e os inimigos com base no trauma daquela pessoa, pensando nisso quanto mais baixa ela estiver, maior será a dificuldade da fase, uma mecânica muito interessante, porém extremamente cansativa e repetitiva, e pior que é essencial para a progressão da história.
Porém quando pensamos no sistema de combate, o jogo se mostra bastante interessante, principalmente por conta dos poderes e apetrechos que a protagonista tem, com sal e cristais, ela luta dentro e fora das realidades alternativas, pois fortalecendo a mente, desestabiliza a dimensão e com isso deixando o trauma vulnerável.

Porém fora dos combates, o jogo é extremamente convidativo a exploração, diferente da frustração ao batalhar os espíritos, explorar e descobrir os segredos do passado dos personagens me fez relembrar o sentido que tive ao jogar Alan Wake, cada canto, cada página, cada objeto, tudo tem uma riqueza de detalhes surreal.
Apesar da jogabilidade estar longe de ser excelente, ela funciona de maneira eficiente e responsiva, não tem nada de especial ou inovador.
Um gráfico mediano, porém, que som!
The Chant foi feito na Unreal Engine 4, o gráfico do jogo não é nada além de normal, pontos positivos como o designer dos inimigos, dos cenários e dos personagens, porém pontos negativos como a iluminação, a expressão facial e algumas escolhas específicas de design tornaram ele nada mais que mediano nesse quesito.

Entretanto quando falamos de áudio, o cenário muda completamente de figura, como todo jogo do gênero, fez um excelente trabalho nesse sentido, quero dar destaque a duas coisas, primeiro com relação a voz dos personagens, que encaixaram muito bem e que apesar das expressões faciais fracas, conseguiram sincronizar e expressar emoção.
Outro ponto é com relação a ambientação, por explorarmos ambientes baseados na mente dos personagens, de vez em quando escutamos vozes, é incrível como os desenvolvedores conseguiram criar um ambiente vivo, tudo tem memória, e somente através dos sons, nesse quesito eles estão de parabéns, pois The Chant realmente assusta.
Vale a pena jogar The Chant?
É importante levar em conta que The Chant não é perfeito, apesar de ser o primeiro trabalho do estúdio Brass Token, algumas coisas precisam melhorar principalmente com relação a jogabilidade, porém nem de longe isso tira o prestígio do produto, esse foi um jogo feito para os fãs de Silent Hill e Fatal Frame que estão carentes de uma aventura assustadora, se você gostou de Silent Hill 4 assim como eu, irá se amarrar em explorar cada cantinho da mente quebrada de cada pessoa enquanto tem que lidar com os problemas pessoais de cada um.
Conclusão
Se você não se importa tanto com a jogabilidade, e é uma boa história que você procura, pode comprar sem medo, principalmente na escassez de jogos de terror, uma novidade assim é sempre bem-vinda, mas e aí bora para um retiro espiritual?
