The Devil in Me encerra a primeira temporada da série de jogos The Dark Pictures Anthology. O quarto título chega com a promessa de trazer uma história baseada em um fato real, o que pode ser um tempero especial para o jogo que costuma brincar com o sentimento dos jogadores.
Uma história macabra e real
O jogo é baseado no caso do Dr. Henry Howard Holmes, popularmente conhecido como H.H. Holmes, o primeiro serial killer dos EUA.
Já de cara, antes do inicio do jogo, temos um encontro com o assassino em uma espécie de prologo, que mostra que The Devil in Me não está para brincadeira.
O medico H.H. Holmes fundou um hotel em Chicago na década de 1890. No entanto, colocar o nome no livro de visitantes do hotel era como assinar a própria lapide. Isso porque, todos eram mortos pelo médico, que usava armadilhas e métodos macabros para tortura suas vitimas.
Na época, H.H. Holmes foi capturado pela polícia e confessou 27 assassinatos. No entanto, investigações mostram que o número de vitimas pode ser maior que 200.
A trama do jogo, por sua vez, se passa após o caso H.H. Holmes, quando uma equipe de TV é chamada para uma ilha onde foi recriado o hotel sombrio onde o serial killer cometeu seus crimes. Achando se tratar de uma boa pauta, a equipe embarca nessa que pode ser o episódio final não só do programa, mas também de suas vidas.
Ambientação e visuais magníficos
Os gráficos de The Devil in Me são um dos mais realistas já vistos em um jogo de videogame. Expressões faciais primorosas, os cenários bem construídos.. tudo isso contribui ainda mais para o clima de tensão que o jogo propõe.
Como dito acima, o jogo se passa em um hotel que fica localizado em uma ilha isolado. A aventura consiste em escapar do verdadeiro jogo de horror que acontece ali. Corredores sombrios, salas misteriosa e até a parte de folha da ilha são extremamente imersivas.
A direção de arte de The Devil in Me desse reality show de horrores é certamente digna da sua audiência.
A união faz a força
Dentro do game existem cinco protagonistas, cada um deles tem uma espécie de habilidade.
Charlie, o diretor do programa de TV e também o membro mais velho da equipe, usa seu “cartão de visitas” para abrir algumas fechaduras. Já Kate, a jornalista que apresenta o programa, tem um amuleto que ajuda em alguns momentos onde é preciso segurar a respiração. Já a parte técnica do time conta com Erin sonoplasta que usa um microfone para captora ruídos, Mark, fotógrafo que usa o flash da câmera como uma lanterna e, por fim, Jamie, a responsável pela iluminação que usa um multímetro que a ajuda a ativar alguns quadros de luz.
Apesar de não entregar protagonistas memoráveis, dificilmente você se conectará com algum deles, existem momentos da história onde a sua afinidade por um ou outro serão colocados à prova. Essas decisões vão de beijar ou não outro personagem ou até a escolha de quem deve sobreviver.
Existe um menu onde você pode ver as caracterizas do personagem – que foram moldadas por suas escolhas, bem como algumas informações importantes coletadas pelo cenário.
Além disso, documentos, fotos, itens diversos podem não só contar um pouco mais da história do game, como também ajudar com uma escolha importante.
Que comecem os jogos
The Devil in Me é de longe o melhor jogo da antologia. Fica ainda mais difícil tomar as decisões, o gameplay e exploração são mais dinâmicos e embora a história seja moldada no clichê: sobreviventes e perseguidor, o fato de haver um acontecimento real dentro da narrativa torna tudo mais emocionante.
Assim como os outros jogos da franquia e do mesmo gênero suas escolham, muitas vezes, terão um grande peso no desenrolar na narrativa, são diversos finais, onde todos, alguns ou até nenhum dos sobrevivente vive para contar história.
Por conta dos múltiplos finais, o game oferece um fator replay interessante e a jogatina ainda pode ser feita em coop local ou multiplayer (apenas com amigos, é impossível jogar com players aleatórios) – o que certamente ajuda a aumentar sua estadia no macabro hotel de The Devil in Me.
Por fim, o tempo para a conclusão da história é de aproximadamente 7 horas, mas esse tempo pode aumentar caso o jogador busque por colecionáveis.
The Devil in Me vale a pena?
The Devil in Me é um dos melhores jogos do ano e se você é fã de jogos de terror, o título da Supermassive Games é obrigatório. O jogo tem como plano de fundo uma história macabra e real, momentos de tensão que te farão tremer e o gameplay é mais fluído em comparação aos outros jogos da antologia The Dark Pictures.
O jogo conta com menus e legendas em português, mas uma dublagem certamente ajudaria a aumentar o clima de tensão. Senti foto de um modo foto e alguns cenários escuros demais me incomodaram um pouco, mesmo com auxílio de uma fonte de luz, como isqueiro e lanterna, por exemplo.
O título publicado pela Bandai Namco não reinventa o gênero ou a franquia, mas entrega o que de melhor ela poderia oferecer. Sem dúvidas, The Dark Pictures Anthology foi fechada com chave de ouro.