Lançado em outubro de 2019, The Outer Worlds ganha sua versão definitiva. Spacer’s Choice Edition conta com gráficos de nova geração, bem como mudanças pontuais no gameplay que prometem entregar uma versão definitiva.
Será que a Obsidian conseguiu melhorar o que já era bom? Vale a pena investir novamente no game em 2023?
Por que ficar preso na Terra?
Antes de falar das mudanças que Spacer’s Choice Edition trouxeram em sua bagagem, vale recordar a história por trás do aclamado RPG da Obsidian.
O enredo de The Outer Worlds nos coloca em um futuro distante, onde as pessoas são atraídas por uma proposta inusitada. Que tal migrar para Terra 2? Uma colônia longe dos problemas aqui da Terra e com um emprego garantido? Um novo começo para uma nova humanidade.

Na esperança de dias melhores, as pessoas aceitam hibernar por 10 anos em capsulas para então chegarem no que era vendido como um paraíso. No entanto, como era de se imaginar, é tudo algo bem longe disso. Nosso personagem faz parte de uma nave que foi abandonada no espaço, mas que acaba salvo pelo misterioso e exótico Phineas, que nos encarrega da missão de salvar toda a tripulação que foi abandonada pelo conselho. Já ao chegar em Terra 2, após ser salvo pelo cientista maluco, percebemos que um jogo tem um humor bem peculiar, algo bem na vibe da franquia Bordelands. Pois, aterrissamos bem na cabeça – literalmente – de quem seria nosso guia por lá.
Durante nossa jornada, teremos conflitos morais, decisões que evolvem apoiar ou ir contra o regime autoritário imposto no local. Vamos construir relacionamentos e criar uma reputação negativa, positiva ou neutra com diversas classes dentro jogo.
Um RPG de escolhas e consequências
Ainda com o objetivo de refrescar a memória, vale lembrar por que The Outer Worlds foi um dos grandes nomes da indústria de jogos em 2019. O RPG da Obsidian se destacou pela sua personalização e diversas linhas de diálogo. Nossas escolhas podem resultar em caminhos mais difíceis ou mais fáceis, a quebra de parcerias entre outras situações, tudo isso em um mundo aberto gigantesco com um contraste ímpar.

A exploração em The Outer Worlds é recompensada com diálogos que enriquecem nosso entendimento da sua narrativa criativa, bem como missões secundárias que rendem cartuchos de bits (a moeda do jogo) e novas armas. E por falar nelas, além de upgrades, é preciso ficar de olho em seu estado, pois elas tendem a se desgastar e, consequentemente, perder o poder de fogo. Existe uma mesa de reparo onde é possível consertar e modificar suas armaduras e armas. Vasculhar cada cantinho do cenário também pode render o encontro de itens consumíveis, como o nosso inalador, que concede aumento do HP, bem como bebidas que nos ajudam a ter mais agilidade nos combates.
Falando em combate, o de The Outer Worlds poderia ser melhor, mas está longe de ser ruim. Podemos usar comandos para orientar parceiros que são recrutados para a nossa equipe – por isso é importante conversar e cumprir as missões dos NPCs reveladoras pelo mapa -, e também o DTT (dilatação temporal tática), um recurso onde deixamos tudo ao redor em câmera lenta. Esses elementos até deixam o combate mais interessante, mas, no fim das contas, ainda é tudo um tanto quanto travado.
Como bom RPG que é, The Outer Worlds tem uma grande árvore de habilidades onde podemos evoluir nossa força, conhecimento, hacking, entre outros aspectos do personagem. É possível também evoluir e gerenciar o arsenal dos nossos parceiros de jornada. Em nossa nave, podemos levar até 4 parceiros, o interessante é montar uma equipe forte, levando em conta a habilidade e características de cada um deles. É possível gerenciar seu time de forma fácil, e como mencionado acima, suas atitudes e escolhas dentro do jogo, podem agrada-los ou não.
Direção de arte magnifica
A Direção de arte de The Outer Worlds é sublime. Esse ar retro com leves camadas de modernidades, rendem cenários e personagens icônicos. Quanto a parte sonora, ela faz jus a todo o resto tornado a experiência com o jogo algo artístico.
O jogo tem uma quantidade e variedade de inimigos satisfatórias, embora a ausência de grandes chefões possa ser sentida por alguns jogadores. Os planetas e naves são bem construídos e os NPCs muito bem trabalhados, tanto em seu visual, quanto em sua história para contar.

Afinal, o que Spacer’s Choice Edition traz de novo?
Graças aos seus gráficos, desempenho e resolução dinâmica 4K aprimorados, o jogo oferece um novo patamar de experiência imersiva. Os ambientes foram totalmente reformulados, com um aumento significativo na qualidade do material, melhorias na IA e novas animações. Além disso, os efeitos visuais foram aprimorados para proporcionar uma experiência de jogo ainda melhor, enquanto as animações faciais, sincronização labial e fidelidade do cabelo e da pele foram aprimoradas para dar vida aos personagens. Não apenas visualmente impressionante, o jogo também apresenta um desempenho suave, tempos de carregamento mais rápidos e uma jogabilidade ainda mais envolvente.
Por fim, na edição foi incluída um aumento no nível máximo para 99, oferecendo aos jogadores ainda mais opções para personalizar sua experiência de jogo.

The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition traz em sua bagagem as duas expansões já lançadas para o game, Peril on Gorgon e Murder on Eridanos, além, é claro, do jogo base. Apesar disso, é impossível não citar que 10 a 15 horas para a campanha de um jogo do gênero é consideravelmente pouco demais. Agora, caso opte por fazer 100%, esse pode mais que dobrar.
The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition vale a pena?
The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition é a experiência completa do título lançado em 2019 pela Obsidian. Melhorias nos gráficos, adições que tornam o gameplay mais personalizável e, consequentemente, deixam a experiência ainda mais imersiva. No entanto, os velhos problemas de performance continuam, sobretudo na versão de PC. Queda de flames, a dificuldade em rodar o jogo em configurações maiores, mesmo em máquinas potentes.
Apesar de todas as novidades, não existe algo que obrigue quem já jogou o game no passado a jogar novamente, mas, aos novos jogadores, essa é certamente a versão certa a escolher.
