O “Feiticeiro com uma arma”
Wizard with a Gun é um jogo roguelite e sandbox que combina elementos de ação, exploração e RPG. Os jogadores controlam um mago pistoleiro que deve explorar um mundo devastado por uma guerra mágica.
Seria Wizard with a Gun – ou “Feiticeiro com uma arma” em tradução literal – mais divertido e criativo que o seu próprio nome? Descubra a seguir.
Voltar no tempo e evitar o colapso
Logo de cara, após uma breve criação de personagem, somos apresentados a um mundo vazio e devastado, o qual devemos explorar e usa nossa magia para conserta-lo.
Durante a jornada, o jogador conhece alguns NPCs, mas eles não são essenciais para a narrativa. Muitos dos diálogos são usados para ensinar mecânicas ou provocar ações do jogador. Não espere uma história profunda, pois ela não é o foco do jogo.
Na prática, as coisas funcionam da seguinte maneira: temos apenas cinco minutos para voltar no tempo e investigar e combater o que quer que tenha causado o nosso colapso. Essa viagem no tempo é feita inúmeras vezes, em diversas runs nas quais lutamos contra os inimigos e contra o relógio na tentativa de acertar os ponteiros do mundo.
O jogo oferece total liberdade. Você pode voltar para a base com os itens já conquistados a qualquer momento, ou pode optar por se aventurar pelo mapa mesmo após o tempo ter sido esgotado. Isso traz inimigos mais letais ao mapa, portanto, é preciso ter cuidado, pois ao morrer seus itens conquistados durante a run são perdidos.
Essa ideia de rebobinar o tempo e correr atrás de respostas parece ser algo criativo, mas a criatividade é algo que passa bem longe de Wizard with a Gun. O jogo explora muito mal a oportunidade de contar uma história que poderia ser cheia de magia.
A criação e gerenciamento de recursos fazem parte do jogo. Com um livro de magia é possível scanear alguns objetos e inimigos, o que possibilita realizar pesquisa e, posteriormente, novas criações.
Além dos itens, nosso personagem acumula também arcana, uma espécie de magia obtida ao derrotar inimigos. A arcana serve para abrir portais e criar novos tipos de munição encantada.
Um mago que atira… atira com sua arma
Wizard with a Gun convida o jogador a sempre evoluir seu arsenal. São diversas armas e tipos de munição que precisam ser pesquisadas e, posteriormente, criadas. Para isso, podemos visitar a base ou criar uma estação de criação no meio da run. No entanto, essa última opção não parece ser muito vantajosa, uma vez que perder tempo pode ser sinônimo de dificuldade elevada.
A ideia de explorar o cenário enquanto luta contra o tempo é divertida e desafiadora, mas acaba sendo frustrante. A locomoção pelo cenário é difícil, pois há pisos em alguns lugares e não em outros. Derrotar inimigos bobos enquanto procura pelo objetivo no mapa confuso é muito chato.
Algo que traz uma dose modesta, porém valiosa de diversão aos combates são os diferentes tipos de magias e tiros. Combinar esses disparos para derrotar os inimigos é bem prazeroso.
Por fim, vale citar que a campanha do jogo pode ser feita com um amigo, o que pode deixar as coisas um pouco mais divertidas (ou menos chatas).
Aonde o jogo acerta em cheio!
Wizard with a Gun tem gráficos bonitos, uma trilha sonora incrível e uma direção de arte que lembra Cult of the Lamb. No entanto, o jogo do cordeiro trevoso é muito mais divertido!
Os inimigos e cenários são cheios de contraste e cores, é impossível não parar para observar o mundo ao nosso redor, por mais que o relógio tente nos apressar. Todo esse primor artístico casado ao ar faroeste do jogo cria algo bem agradável aos olhos e ouvidos.
O tema que toca quando o tempo do relógio é zerado é bem intimidador e passa aquele ar de desespero. No geral, os aspectos sonoros e visuais do jogo têm bastante valor criativo, ao menos algo que funciona por aqui.
Wizard with a Gun vale a pena?
Wizard with a Gun é um jogo confuso, que não é nada criativo ou divertido. Jogar com um amigo deixa as coisas mais interessantes, mas ainda assim o deixa longe de outros jogos incríveis da Devolver Digital, como Cult of The Lamb e Death’s Door.
O jogo é lindo, tem uma trilha sonora de destaque e sua equipe visual merece elogios. No entanto, no conjunto da obra, Wizard with a Gun foi, pelo menos para mim, um tiro no pé.