WrestleQuest é um game cheio de alma
Por um tempo, a luta livre foi muito popular no mundo inteiro, e mesmo que alguns acreditassem que aquilo era real, a realidade é que as acrobacias e golpes só passavam de exibições. E aqui em WrestleQuest isso é explorado de forma bem humorada e envolvente.
A Mega Cat Studios com WrestleQuest teve como objetivo criar um jogo que ao mesmo tempo que faz uma homenagem a época dos lutadores de luta livre, faz uma critica engraçada aos fãs que realmente achavam que aquilo era real. E toda essa parte funciona muito bem, já que aliado ao humor, a história do game fica muito boa e com um ritmo bom.
Vale lembrar que aqui no Brasil esse estilo ficou muito popular através do WWE que aliado aos seus jogos e lutadores bem característicos criou uma base de fãs gigantesca.

História e o Ringue
A narrativa de WrestleQuest é ambientada em um mundo fictício, por isso da movimentação e estilo de jogo, dentro de uma caixa de brinquedos, no qual os brinquedos tem como objetivo de vida a luta-livre e ser um grande campeão, e em meio a isso somos apresentados a Muchacho Man. Boneco esse que tem ambição de se tornar o campeão do mundo de luta livre, e que teve como principal inspiração de design no “Macho Man” Randy Savage, uma lenda da WWE.
E a partir de então, Muchacho Man parte em busca de seu grande sonho de ser um campeão, explorando o mundo da caixa de brinquedos e fazendo alianças com outros jogadores. E toda essa aventura segue os moldes clássicos de toda a jornada do herói, que tem um começo humilde, a busca pelo objetivo, aliados pelo caminho e a grande conclusão.
O jogo bebe muito da referência dos lutadores da época de 80 aos anos 2000, então o visual de cada lutador é único, com roupas extravagantes e coloridas, o que faz parte do show dentro dessa modalidade.
E esse busca pelo mundo da luta livre também se reflete na gameplay, trazendo vários elementos já conhecidos pelos jogadores, e que remetem diretamente a esse estilo.

Lutas e sistema de batalha
Bom, para começar a falar da luta é importante ressaltar que esse é o ponto central da gameplay, já que além de andar para cá e para lá, você só irá lutar dentro do game, e diga-se de passagem chega um momento que essas lutas ficam repetitivas.
Pois bem, o sistema de combate e visual é similar aos vistos na saga Final Fantasy em 2D, com uma visão isométrica e combates por turnos. E sobre esses pontos, uma coisa importante a se comentar, como citado a cima, depois de algum tempo as lutas começam a ficar entediantes, já que depois de 3 a 4h de gameplay você já aprendeu todos os golpes possíveis, e isso contando que para fazer a campanha completa leva em torno de 25 horas é um tanto quanto maçante, e para os platinadores de plantão esse tempo pode chegar a 40h de jogo ou até mais.
Em termos de exploração do mundo, ele é quase nulo, já que além de ter poucos NPCs eles não acrescentam a história e só soltam uma mesma frase em todas as vezes que interagimos com eles. O que salva o mundo é o seu visual único, com ambientes bem feitos no estilo pixel art e os NPCs cada um com uma caraterização singular.

Agora partindo para gameplay de fato, ela funciona do seguinte jeito, por turnos, na qual a cada turno o jogador escolhe um ataque para executar, sendo eles ataques básicos, combinados, ações de cura ou super ataques, e assim a luta se decorre até que a vida chegue ao fim, abrindo assim a oportunidade do jogador imobilizar o inimigo e finalizar a luta, e isso acontece a partir de um minigame de click no momento certo, que se não concluído o inimigo volta com uma certa quantidade de vida. Um ponto um tanto quanto chato desse combate é que a todo momento temos que ficar atento a quick time events que aparecem na tela antes de qualquer ataque, que não agregam em nada na jogabilidade além de definir a quantidade de dano que o ataque dará.
Dito isso, é importante ressaltar que nas primeiras lutas esse sistema é bastante interessante, mas com a progressão no game e por grande parte por não ter inovação nos golpes e mecânicas, o sistema começa a ficar extremamente enjoativo.

Um game com alma
Um ponto louvável de WrestleQuest é que ele possuí uma identidade muito forte, o que o torna único e que de certa forma chama a atenção, já que a luta livre hoje em dia não está mais tão em alta e o estilo pixel art também não, e o jogo faz uso desses assuntos fazendo assim com que ele se destaque justamente por isso.
E fora isso, toda a parte de arte e personagens são muito bem feitos, mesmo que pudessem ser melhor explorados, os que estão no game são muito bons e tem se charme, com visuais únicos. E isso se estende as apresentações de personagem antes do luta, nos golpes, na qual a questão visual é muito boa.

Vale a pena jogar WrestleQuest?
Apesar de tudo, o jogo possuí muita alma e se destaca pelo seu visual, que traz um estilo pouco visto atualmente, mas que infelizmente é ofuscado pelo seu sistema de combate enjoativo e repetitivo e que podem afastar os jogadores.
