Quando eu era criança, assistir Dragon Ball era uma experiência mágica, e isso se deve a uma combinação de fatores especiais. A maioria dos episódios eu assistia com o meu irmão, e esses momentos compartilhados sempre se tornavam inesquecíveis para mim. Além do valor nostálgico, Dragon Ball Z, especificamente, sempre se destacou e merece elogios por três razões principais: suas batalhas impecavelmente coreografadas, a trilha sonora marcante e a sensação constante de que a história estava “andando para frente”.
Essa última característica é algo que Dragon Ball Z fazia de forma magistral, mas que suas sucessoras, Dragon Ball GT e Dragon Ball Super, falharam um pouco em replicar. Em muitas ocasiões, nas séries posteriores, a narrativa parecia estagnada — como se, independentemente da quantidade de batalhas ou diálogos, a história estivesse presa em um ciclo sem realmente avançar.
Isso não é algo que acontece em Dragon Ball Daima. O roteiro final de Toriyama tem se mostrado sólido e coerente, oferecendo uma narrativa consistente desde o primeiro episódio. Diversas novas regras foram introduzidas neste universo magnífico de Dragon Ball, e, até agora, nenhuma delas foi quebrada ou contradita. Esse cuidado contrasta com outras obras da franquia, onde inconsistências já teriam surgido.
Com o sexto episódio agora disponível, podemos explorar ainda mais esses elementos que têm feito Daima se destacar. Quer saber como foi? Então acompanhe comigo esta crítica completa do mais recente lançamento da série.
A exploração é interrompida!
Retomando de onde paramos no último episódio, o grupo de Goku continua sua jornada utilizando o avião conseguido graças a Kadan, o pai de Panzy e rei do terceiro mundo demoníaco. Como viajar usando o próprio Ki e a capacidade de voo seria extremamente cansativo, o avião foi uma solução providencial. Contudo, Panzy acabou sobrecarregando a aeronave, forçando um pouso de emergência.
Nesse momento, a polícia militar do reino demoníaco, enviada por ordens de Gomah, confronta o grupo enquanto Goku está afastado. Devido à confusão que o Saiyajin causou alguns episódios atrás, ele agora é considerado um criminoso procurado, com uma recompensa de 10 moedas de ouro por sua captura. Para aqueles que vivem em condições precárias, como parece ser o caso dos habitantes do terceiro mundo demoníaco, essa quantia é altamente atraente. A notícia de sua presença certamente chegará até Gomah em breve, o que promete criar ainda mais problemas para os heróis.
Após se livrarem dos militares, o grupo decide acampar em uma caverna. Viajar durante a noite não parece uma opção viável, especialmente porque precisam descansar e se alimentar para continuar a jornada. Durante a noite, enquanto todos dormem, temos uma curta e intrigante revelação sobre Glorio: ele não foi enviado por nenhum rei, como havia afirmado, mas sim por Arinsu, a irmã mais velha do Kaioshin, que apareceu brevemente no primeiro episódio. A verdadeira missão de Glorio é encontrar os guerreiros Z, mas seus motivos permanecem obscuros. Considerando que Arinsu parece ser, até certo ponto, aliada de Gomah, é possível que os guerreiros Z estejam caminhando diretamente para uma armadilha.
Logo após essas revelações, o grupo é cercado por um minotauro demoníaco que ameaça devorá-los em seu café da manhã. Glorio e Goku entram em um impasse sobre quem enfrentará a criatura, com Glorio duvidando das habilidades do Saiyajin por causa de sua aparência infantil. A tensão culmina em um combate entre os dois companheiros de viagem, adicionando ainda mais emoção e incerteza à narrativa.
Goku vs Glorio – O primeiro brilho de grandiosidade de Dragon Ball Daima
Descrever esse duelo é um desafio, mas, apesar de sua curta duração, ele se destaca como uma das batalhas mais brilhantes e bem executadas apresentadas em Dragon Ball nos últimos tempos. Glorio subestima Goku, duvidando que o pequeno Saiyajin seja significativamente mais forte do que ele. Goku, confiante como sempre, decide provar o contrário e declara que lutará usando apenas um braço. Essa atitude é um traço clássico do Saiyajin, que, como destacado na crítica do episódio anterior, adora demonstrar sua superioridade quando tem certeza de que é mais poderoso que o adversário.
O combate dura apenas 5 minutos do episódio, mas cada segundo é impecavelmente animado. Os movimentos são rápidos e fluidos, os golpes têm impacto realçado por efeitos sonoros precisos, e a trilha sonora de Kosuke Yamashita eleva ainda mais a intensidade da luta. A composição musical encaixa perfeitamente com cada momento de tensão e ação, mantendo o padrão elevado que a série vem apresentando. Além disso, fica evidente que Goku está cada vez mais adaptado ao seu corpo infantil, o que o torna ainda mais ágil e eficiente em combate.
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A tensão aumenta quando Glorio começa a usar sua magia – característica distinta dos demônios, que não parecem utilizar golpes de Ki como os guerreiros Z, mas sim técnicas mágicas. Durante o embate, Shin, que já nutria desconfianças em relação a Glorio, solicita que Goku lute a sério para forçar o oponente a revelar todo o seu poder. Atendendo ao pedido, Goku utiliza seu bastão mágico e quase derrota Glorio com um único golpe, deixando-o encurralado.
Desesperado, Glorio tenta recorrer a um “golpe final” para virar a situação a seu favor. É nesse momento que uma reviravolta surpreendente ocorre, deixando todos – personagens e espectadores – sem palavras.
Goku revela uma fração de sua força total ao se transformar em Super Saiyajin. Nesse momento, a luta chega ao fim, pois Glorio não tem mais chances contra o Saiyajin. Mesmo assim, Goku utiliza os instantes finais para demonstrar sua superioridade, ameaçando o demônio com um disparo de Ki à queima-roupa. Diante dessa demonstração de poder esmagadora, Glorio aceita sua derrota, encerrando o confronto sem maiores complicações.
Um detalhe interessante ocorre quando Goku retorna à sua forma base. Ele admite que não tinha certeza se conseguiria realizar a transformação ou sequer mantê-la por tanto tempo. Isso sugere que, por estar novamente no corpo de uma criança, ele precisa se readaptar ao imenso aumento de poder que a transformação proporciona. Essa dificuldade contrasta com Goten e Trunks – os filhos de Goku e Vegeta – que, por terem despertado a transformação ainda jovens, parecem lidar com ela de forma natural e sem grandes impedimentos.
Na prévia do próximo episódio, vemos que Goku e seus companheiros finalmente estão próximos da primeira esfera do dragão do Reino dos Demônios. A chegada também sugere o início de um confronto contra o primeiro Tamagami. Será que a batalha está prestes a começar? Só o tempo dirá. O que é certo é que estarei aqui novamente para comentar cada detalhe do próximo episódio, já que Dragon Ball Daima continua seguindo rumos extremamente divertidos e cativantes de acompanhar.
Dragon Ball Daima está disponível na Crunchyroll, Netflix e Max. Confira também nossa crítica do quinto episódio.
O Review
Dragon Ball Daima (2024)
A aventura no mundo demoníaco continua. Mesclando o sentimento de exploração com combates bem feitos e coreografia excelente de se acompanhar, Dragon Ball Daima vem numa crescente espetacular, surpreendendo os fãs.
PRÓS
- A consistência de roteiro continua desde o episódio 1
- As cenas de ação vem numa crescente absurda, melhorando a cada vez que aparecem
- As regras impostas aos corpos agora crianças dos guerreiros continuam sendo respeitadas
CONTRAS
- O motivo em particular da luta principal do episódio acontecer foi "bobo"