Com um ritmo lento, Dragon Ball Daima vinha flertando com diversas situações que poderiam ser grandiosas: algumas lutas aqui e ali, momentos de desenvolvimento de personagens, motivações intrigantes, entre outras situações. Contudo, como ainda estamos no início da jornada, frequentemente recebíamos apenas migalhas, sem um desenvolvimento real. Isso mudou com o glorioso episódio 8, onde o roteiro decidiu mudar completamente de foco e nos entregou uma das melhores, senão a melhor, coreografias de batalha já vistas em Dragon Ball.
O anime não apenas segue em um ritmo impressionante, com uma luta que durou quase 10 minutos sem interrupções, mas também trouxe um desenvolvimento inesperado de personagens e abriu novas possibilidades para a trama. Agora, fica claro que a aventura no reino dos demônios será muito mais do que simplesmente “coletar as esferas do dragão”. Além disso, Gomah talvez não seja a única ameaça em jogo.
Quer saber como foi o desenrolar do – até então – melhor episódio de Dragon Ball Daima, e, com certeza, um dos melhores da franquia até hoje? Acompanhe a crítica completa deste episódio!
Dragon Ball Daima está em excelentes mãos quando se trata de combates
O episódio começa imediatamente após os eventos finais do episódio 9. Não há praticamente nenhuma recapitulação do que aconteceu anteriormente, com o Tamagami número 3 atacando Goku logo de cara. Afinal, o Saiyajin quer a esfera do dragão, e o dever do Tamagami é protegê-la. Esta é, sem sombra de dúvidas, uma das lutas mais impressionantes de Dragon Ball em todos os tempos. Mesmo com inúmeros embates épicos ao longo da franquia, alguns até mesmo protagonizados pelo próprio Goku, é impressionante como a Toei Animation e os diretores de animação conseguiram aproveitar os personagens e o cenário para enriquecer a batalha.
Goku, agora novamente uma criança de 6 anos, utiliza sua pequena estatura e grande velocidade para se esquivar do Tamagami. Ele passa por baixo de suas pernas, faz movimentos ágeis e surpreende com o uso magistral do bastão mágico, como se nunca tivesse deixado de utilizá-lo. Isso não apenas demonstra que Goku é um gênio dos combates, mas também destaca sua incrível capacidade de adaptação às mais diversas situações.
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O Tamagami, por sua vez, não decepciona em nenhum momento. Apesar de sua imensa estatura, a criatura é extremamente ágil e poderosa. Com controle total sobre o martelo que empunha – pense em personagens como Thor, que domina o Mjolnir –, ele coloca Goku em situações complicadas várias vezes.
A coreografia dessa batalha é magnífica, complementada por uma trilha sonora e efeitos visuais de cair o queixo. Cada soco e cada movimento são realizados com um cuidado impressionante. Um exemplo disso é quando Goku precisa desviar no ar. Ele utiliza uma quantidade absurda de Ki para interromper seu movimento no meio do trajeto e se arremessar em outra direção. Essa técnica não só é mostrada de maneira clara, como também evidencia a mudança na energia de Goku em tempo real. Apesar do potencial para poluição visual, a Toei dosou magistralmente a quantidade de partículas e efeitos na tela, garantindo uma experiência limpa e impactante.
O ponto alto da batalha começa quando Goku se transforma em Super Saiyajin, ao perceber que sua forma base não seria suficiente para enfrentar o Tamagami. Dragon Ball já havia, em outros momentos, “banalizado” a transformação de um lendário guerreiro, algo que originalmente era despertado pela fúria de um Saiyajin de coração puro. Com o tempo, essa transformação, que rivalizava até mesmo com o poder dos deuses, tornou-se algo tão recorrente que perdeu parte de seu impacto.
No entanto, Dragon Ball Daima trouxe de volta a glória dessa transformação. Até o momento, todas as ocasiões em que Goku se transformou foram verdadeiramente memoráveis. A aura, a transição de uma forma para outra, a mudança no olhar do guerreiro — tudo foi apresentado de maneira espetacular. Neste ponto, ouso dizer que a luta já estava praticamente decidida, pois o nível de força de Goku se igualava — senão superava — ao do Tamagami. A partir desse momento, Goku assume o controle do combate. O embate vai se intensificando, e, como em toda grande batalha épica de Dragon Ball, o desfecho ocorre em um espetacular beam clash, quando duas rajadas de energia colidem.
Neste clímax, Naotoshi Shida, um dos lendários animadores que marcaram Dragon Ball e diversos outros animes com momentos de tirar o fôlego, assume a direção do episódio e nos entrega uma das melhores cenas já vistas na franquia. A fluidez da animação é tão impressionante que, para esta crítica, foi difícil selecionar uma captura de tela que fizesse jus à qualidade visual do episódio, tamanha a abundância de momentos espetaculares.
No final, Goku realiza um feito que ninguém conseguia havia séculos: conquistar uma das esferas do dragão. Certamente não demorará para que as consequências disso sejam exploradas, já que Goku, agora um alvo procurado no mundo dos demônios, verá sua notoriedade crescer ainda mais. Feitos como este apenas atraem mais atenção e perigos para os guerreiros Z.
Além de combate, Dragon Ball Daima também trouxe novas revelações
Além do excelente combate, Dragon Ball Daima nos trouxe um vislumbre de uma expansão de roteiro ainda maior do que poderíamos esperar. No primeiro episódio, fomos apresentados a três personagens: Gomah, Degesu e Arinsu, os principais antagonistas da série. Embora Gomah assuma a linha de frente como o principal catalisador dos eventos, com Degesu desempenhando o papel de seu assistente, Arinsu demonstra potencial para ser uma vilã tão grandiosa quanto os dois.
Arinsu esteve presente durante os eventos da saga de Majin Buu, frequentemente citado como um ser criado para a destruição. Se algo assim já aconteceu no passado, é provável que possa acontecer novamente. É com esse objetivo que Arinsu — por meio de seu aliado, Glorio — está manipulando os guerreiros Z para usurpar o trono do reino dos demônios.
Até agora, ela parece ter três objetivos principais: criar um Majin tão poderoso quanto, ou até mais poderoso que Buu, para utilizá-lo na derrota de Gomah e tomar o controle do mundo demoníaco; usar as esferas do dragão que Goku e seus amigos estão reunindo para realizar esse desejo, caso seu primeiro plano falhe; e, ao mesmo tempo, aproveitar a motivação dos guerreiros Z para destronar Gomah.
Curiosamente, Arinsu foi a vilã com menos tempo de tela até agora, mas também a mais bem desenvolvida em termos narrativos. Fica no ar a dúvida sobre qual dos três antagonistas se destacará como a maior ameaça no final da série. De qualquer forma, os oito episódios até aqui estabeleceram muito bem os principais objetivos de cada personagem. O que nos resta é aguardar, animados e ansiosos, pelos próximos capítulos.
Dragon Ball Daima está disponível na Crunchyroll, Netflix e Max. Confira também nossa crítica do sétimo episódio.