O terceiro episódio da segunda temporada de The Last of Us, exibido no último domingo (27) na Max, trouxe alterações significativas em relação à narrativa original do game, reforçando a proposta da série em seguir um caminho próprio. A decisão ousada da produção promete gerar debates intensos entre os admiradores da franquia, ao mesmo tempo em que aprofunda o desenvolvimento emocional dos personagens.
Reconstrução, traumas e a busca por vingança
Logo no início do episódio, a série retoma os eventos após a brutal morte de Joel, assassinato que marcou o encerramento do capítulo anterior. A cidade, ainda abalada pelos ataques das criaturas, tenta se reerguer diante das perdas humanas e da destruição provocada.
Ellie, profundamente afetada pelo trauma de testemunhar a morte de seu pai adotivo, é levada ao hospital para tratar seus ferimentos físicos e emocionais. Diferente do jogo, a série estabelece um salto temporal de três meses, período em que a comunidade já se encontra praticamente reconstruída. Nesse contexto, a jovem passa a ter encontros com Gail, a psicóloga local, e, mesmo demonstrando sinais de sofrimento, consegue convencer a profissional de que está pronta para seguir em frente.
Entre o luto e a vingança: novas dinâmicas entre os personagens
O episódio avança para momentos familiares ao público que conhece o jogo, como a visita de Ellie à antiga casa de Joel, onde revive lembranças por meio dos objetos deixados por ele. É nesse ponto que Dina surge para revelar que possui informações sobre os responsáveis pela tragédia, incluindo a localização dos integrantes do grupo liderado por Abby.
A série, no entanto, opta por desacelerar a narrativa, dedicando mais tempo ao processo burocrático da comunidade. Tommy afirma que qualquer tentativa de vingança só seria possível com o aval do conselho local, que organiza uma votação para decidir se alguém poderia acompanhar Ellie em sua jornada. O resultado é desfavorável, evidenciando um sistema rígido e distante das emoções que movem a protagonista.
Alterações na trama e partida não autorizada
Uma das mudanças mais notáveis em relação ao game acontece no desenrolar da decisão de partir em busca de Abby. Enquanto no jogo Dina e Ellie são surpreendidas por Maria, que acaba permitindo a viagem após descobrir que Tommy havia saído sozinho, na série as personagens decidem partir por conta própria, sem aprovação oficial. A fuga é facilitada por Seth personagem conhecido por desentendimentos anteriores com as duas — que fornece equipamentos e abre caminho para a jornada até Seattle.
Essa alteração representa um dos pontos que mais diferenciam a série da obra original, impactando diretamente a lógica da narrativa e a forma como a relação entre os personagens se desenvolve.
Viagem, interações e novos núcleos apresentados no terceiro episódio de The Last of Us
Durante a viagem, a produção oferece momentos de leveza entre Ellie e Dina, em contraste com o clima de tensão predominante. Uma conversa descontraída durante uma pausa na cavalgada sugere uma possível reaproximação entre Dina e Jesse, embora o diálogo não esclareça se se trata de uma brincadeira ou de um sentimento real — ponto que, novamente, diverge do enredo do jogo.
Além disso, o episódio apresenta um vislumbre do grupo dos Serafitas, explorando suas interações e destacando a brutalidade dos ataques que sofrem por parte dos WLF, grupo militarizado que também desempenha papel central na trama.
Um episódio divisivo que marca o início da jornada em The Last of Us
Com diversas alterações narrativas e uma abordagem mais introspectiva, o terceiro episódio da segunda temporada de The Last of Us assume o papel de introduzir novos núcleos e estabelecer o ponto de partida da jornada de Ellie e Dina rumo a Seattle. A escolha por caminhos diferentes da obra original reforça a autonomia criativa da adaptação, mas pode gerar opiniões polarizadas entre os que apreciam a fidelidade ao material-base e aqueles que valorizam novas interpretações.
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Embora apresente momentos de emoção e desenvolvimento de novos personagens, o terceiro episódio de The Last of Us peca pelo ritmo lento e pelo excesso de burocracia na condução da história, resultando em episódio no geral fraco. A minha nota ao episódio é de 6/10, refletindo tanto os méritos quanto as fragilidades dessa etapa da série.