A aguardada estreia de Um Filme do Minecraft marca um novo capítulo na história das adaptações de jogos para o cinema. Inspirado no game mais vendido de todos os tempos, com mais de 300 milhões de cópias comercializadas globalmente, o longa-metragem chega aos cinemas brasileiros nesta semana sob grandes expectativas. A produção da Warner Bros., em parceria com a Mojang Studios, aposta em uma abordagem leve, divertida e voltada para toda a família — mas será que essa receita funcionou?
Uma narrativa simples com foco na imersão
A história de Um Filme do Minecraft não tenta reinventar a fórmula do gênero. Em vez disso, opta por uma narrativa acessível e eficiente, que serve como ponto de partida para explorar o universo do jogo. O protagonista é Steve (Jack Black), um garoto apaixonado por escavação que, já adulto, se vê preso à rotina. A descoberta de uma caverna misteriosa em sua cidade natal o leva a um mundo construído inteiramente de blocos — o universo cúbico de Minecraft.
Ao lado de um lobo companheiro, Steve embarca em uma jornada que o coloca frente a frente com ameaças sombrias, lideradas pela bruxa Malgosha. A vilã busca dominar a luz do mundo superior, abrindo caminho para uma invasão de piglins. Em meio a essa trama, o cubo misterioso acaba atravessando dimensões e cai no mundo real, dando início a uma nova aventura.
Personagens humanos e conexões emocionais
No plano real, a história acompanha Henry (Sebastian Eugene) e Natalie (Emma Myers), dois irmãos lidando com a recente perda da mãe e com a adaptação a uma nova cidade. Natalie começa a trabalhar em uma fábrica que vai para cidade com ajuda da Dawn, uma corretora excêntrica. O trio se junta a Garrett Garrison (Jason Momoa), um ex-jogador de videogame que comanda uma loja de videogames em decadência.
O grupo encontra o cubo e, ao interagir com ele, acaba entrando no universo de Minecraft. Lá, precisam aprender a sobreviver, construir, lutar e, principalmente, confiar uns nos outros para encontrar o caminho de volta para casa.
Mundo de blocos e efeitos visuais
O longa acerta ao recriar a estética característica do jogo, com ambientes construídos por blocos e criaturas pixeladas. O público é convidado a experimentar, através da perspectiva dos personagens, a essência do gameplay: descobrir criaturas, fabricar itens e formar alianças. Apesar de alguns tropeços visuais em cenas mais simples, os efeitos especiais são competentes na maior parte do tempo e contribuem para a imersão.
O carisma do elenco é um dos grandes trunfos da produção. Jack Black entrega um Steve cômico e carismático, enquanto Jason Momoa assume um papel de durão com toques de vulnerabilidade. Os diálogos entre os personagens são repletos de piadas bem colocadas, com um humor que agrada tanto o público mais jovem quanto os adultos familiarizados com o universo dos games. A química entre os atores garante momentos de leveza e diversão, sem recorrer a exageros ou piadas forçadas.
Vale a pena assistir Um Filme do Minecraft?
Um Filme do Minecraft não tenta ser mais do que é: uma aventura leve e encantadora que traduz para as telonas a sensação de estar dentro do jogo. Com uma trama simples, efeitos visuais satisfatórios e boas doses de humor, o longa cumpre seu propósito com competência. Ideal para sessões em família, é o tipo de filme que conquista pela nostalgia e imaginação. Nota final: 8/10