Bem-vindos ao hora da verdade, onde nós falamos sobre assuntos polêmicos e diferentes das noticias do dia a dia. Este é o novo Hora da Verdade, este humilde redator, conversa com você, sobre diversos assuntos. E a pauta da vez são os jogadores que compram diversos jogos, mas não completam nem um deles.
Esse assunto veio a tona para mim em duas situações. Primeiro a minha própria situação. Eu sou um viciado por jogos (ava, que grande novidade não é mesmo? kkk) e eu me animo facilmente com (quase) qualquer jogo e fico muito ansioso/hypado para jogar ele. Com tanta animação e expectativa, não importa como, eu preciso dele, preciso jogá-lo, preciso experimentá-lo, e é aí que mora meu maior problema.
Começo a jogá-lo depois de tanto tempo de espera, e o que acontece depois de alguns dias ou até mesmo horas de gameplay: o jogo fica lá, largado, e penso: “um dia vou voltar e jogar ate o final”. Mas não, com o lançamento frenéticos de novos jogos, ele acaba caindo em esquecimento, substituído pela nova hype do momento. E isso não acontece com um ou dois títulos, boa parte deles acabam caindo nesse limbo. Parte de mim fica com uma certa culpa por te-lo comprado, outra parte parece aceitar que tudo isso é o que eu faço em busca de diversão imediata, uma forma de passa-tempo.
Mas penso, será que isso só acontece comigo? Bem, parece que não. Vejo casos de amigos se encontram no mesmo ciclo, e vão além. Em um comentário, Keith Fuller (Activision) disse: “O que me foi dito como uma expectativa geral é que, 90% dos jogadores que começarem o jogo nunca verão o final, a menos que assistam a um clipe no YouTube”. Outra pessoa da indústria, John Lee, ex-executivo da Capcom, THQ e Sega comenta que “Há apenas 10 anos, lembro-me de um padrão em que apenas 20% dos jogadores terminavam um jogo”.
O culpado
Como é isso? Jogos incríveis como Red Dead Redemption 2, e God of War deveriam manter as pessoas envolvidas até finalizarem? Quem é o culpado: o desenvolvedor ou o jogador? A resposta é, na verdade, todas as opções acima.
O jogador sem tempo: De acordo com a Entertainment Software Association, o jogador médio tem 37 anos. A idade média do comprador mais frequente é 41. Nesta faixa etária, os jogadores (normalmente em sua maioria) estão criando filhos ou consolidando sua carreira profissional, invariavelmente preocupado com seu futuro e de sua família. O tempo para todos nós é precioso, não importa a idade.
Imagina um outro tipo de jogador: aquele que trabalha durante o dia e estuda todas as noites, como que faz? Pois é, anos atrás esse era meu caso. Sim, eu trabalhava durante o dia inteira, a noite ia para a faculdade e ainda assim encontrava algum tempo para jogar. Tentava jogar durante a noite quando chegava da faculdade, mas ficava cansado durante as atividades do dia seguinte. Jogava nos finais de semana, mas e o tempo para fazer os trabalhos e viver a vida? (sim a parte social tem que ser feita as vezes, não é só jogar).
Além do tempo dos jogadores temos que levar em consideração o jogo. Levamos como exemplo o Red Dead Redemption 2 (Rockstar). Em média, a história principal tem 45 horas de duração, some a isso mais de 150 horas para completar 100 % das atividades disponíveis no jogo, sim, isso é muito tempo, o que a maioria das pessoas no mundo de hoje não tem.
Quantidade de jogos: devo lembrar que aqui não se fala somente na quantidade de jogos que você possui, mas também a taxa acelerada em que novos jogos são lançados. Com tantos jogos e tão bons títulos, os jogos existentes e acabam sendo esquecidos pela maioria, esse para mim é um dos principais motivos para que excelentes jogos caiam em esquecimento. Há tanta coisa nova para jogar, e novos títulos continuam saindo tão rapidamente que acaba se tornando muito fácil se distrair com novos lançamentos e esquecer daqueles que você estava jogando antes.
Solução
Mas e agora, após esses “culpados” que eu citei, a solução é jogos mais curtos já que as pessoas têm menos tempo para jogar do que antes? Estamos mais propensos a jogar games multiplayer e jogos rápidos do que outros mais longos? Nós temos mais opções do que nunca e isso é um problema? Não!
Fuller diz que “Eles (os jogadores) têm sorte de encontrar tempo para vencer um jogo de 10 horas uma ou duas vezes por mês”, diz ele sobre o jogador de idade média. “Eles não se sentem enganados sobre jogos mais curtos e vão apenas jogar um jogo mais longo por quantas horas o cronograma permitir antes de passar para outro título.”
No entanto, eu ainda acredito que jogos longos e detalhados definitivamente valem a pena. É muito gratificante chegar ao final, e é uma pena que a maioria das pessoas (e eu também fico decepcionado comigo mesmo) não veja histórias bem feitas até os seus fins.