EA Games é uma das empresas mais criticadas dos Estados Unidos, e não apenas no setor de jogos. Nos anos de 2012 e 2013, a companhia foi eleita por muitos como a pior empresa do país, ficando em primeiro lugar na enquete. Na época, práticas relacionadas à micro transações e a insatisfação com o lançamento de SimCity 2013 foram as justificativas por trás dos votos.
Fares acredita que a empresa é criticada por aspectos que ela não merece
Em uma entrevista publicada na revista Edge (via GamesRadar), Josef Fares comentou sobre a resistência que sofreu com seus projetos em seu início de carreira e afirmou que: “A EA definitivamente nunca interfere em nada do desenvolvimento. E eu quero dizer zero.“
O diretor vem trabalhando com a EA Games desde A Way Out, seu segundo jogo e o primeiro título desde que montou a Hazelight Studios. “Vou dar crédito à EA por realmente acreditar e apoiar a visão“, diz Fares. “Eles nunca interferem. Às vezes, acho que eles recebem muita m**da que não merecem. Não sei como eles trabalham com os outros, mas com a gente é super tranquilo.“
A EA Games frequentemente é apontada como a responsável pela baixa qualidade de alguns lançamentos de seus estúdios, mas vale lembrar que, além da Hazelight não ser de propriedade da empresa, com It Takes Two alcançando a marca das 20 milhões de unidades vendidas e um Jogo do Ano, é improvável que a empresa tente se intrometer nos planos de Josef Fares.
“Os desenvolvedores às vezes podem ter dificuldades com liderança e visão clara“, diz ele. “Às vezes, ouço muitas críticas sendo direcionadas à publisher, mas acho que a responsabilidade é de ambos… A combinação perfeita acontece quando a publisher respeita o desenvolvedor e o desenvolvedor tem uma visão clara do que quer fazer. Se isso não existir, há o risco de a publisher assumir cada vez mais o controle. Sabe, precisa haver uma simbiose perfeita entre eles.“
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Mas ele também sabe que a EA Games toma decisões ruins
Apesar de tudo, o diretora admite que publishers em geral podem tomar decisões ruins para os jogos por conta da ambição por dinheiro:
“As publishers às vezes ferram tudo e tomam decisões estúpidas – ‘precisamos fazer isso pelo dinheiro’. É por isso que eu digo claramente: sem microtransações, sem lootboxes. Acho muito importante entender que estamos trabalhando com criatividade. Precisamos levar o meio adiante. Não podemos implementar essa m**da e, na Hazelight, isso nunca vai acontecer.“
Com o sucesso de seus jogos, Josef Fares parece ter conquistado a relação perfeita com a sua publisher, EA Games, mas não é o caso de muitos de muitas desenvolvedoras da indústria no geral.