Monster Hunter Wilds é a próxima entrada da franquia Monster Hunter, a mais novo xodó da Capcom que tem se mostrado um titã absoluto de vendas e tem agradado bastante os jogadores. Com a beta que ocorreu dos dias 29 de outubro até o dia 3 de novembro, os fãs puderam finalmente testar o que a Capcom tem feito enquanto aproveitam o jogo do conforto de seus lares, e sem sombra de dúvidas o resultado foi supreendente, com algumas resalvas.
A ideia da Capcom e do Diretor do jogo, Yuya Tokuda, é trazer à Franquia um ecossistema vivo nunca antes visto nos títulos anteriores, além de um combate refinado e cenários paradisíacos, onde a imersão do jogador não será quebrada em nenhum momento, e este que vos fala já adianta: Eles conseguiram. Tudo apresentado no jogo foi extremamente bem executado, desde o combate até o comportamento dos monstros e só ampliou as minhas expectativas sobre o que a versão completa, que será lançada no dia 28 de fevereiro, nos trará. Quer saber mais sobre o jogo? Venha comigo nestas primeiras impressões sobre a primeira beta aberta do jogo.
Monster Hunter Wilds amplia tudo que foi criado no seu antecessor
Uma das características estabelecidas em Monster Hunter World é a grandiosidade das operações da guilda de caçadores: frotas enviadas para explorar ambientes hostis e resolver problemas ecológicos que colocam em risco centenas, se não milhares, de vidas. Em Wilds, isso não parece ser diferente. A beta nos trouxe a primeira hora de jogo, com direito a narrativas bem elaboradas. O que antes era apenas um pano de fundo para justificar os combates agora se tornou uma história de fato — e, diga-se de passagem, parece bastante interessante.
O caçador (ou caçadora) é enviado em uma expedição para as terras proibidas, um ambiente hostil que não era explorado há mil anos por ser considerado perigoso demais. Acreditava-se que essa região era habitada apenas por monstros e outras formas de vida selvagem, mas uma criança foi descoberta nas redondezas, afirmando ser habitante desse local, até então considerado inabitado. Assim, o grupo parte em busca de respostas.
Não demora muito para que a ação comece logo após uma cutscene, com uma transição completamente natural, diferente dos jogos antigos, que apresentavam telas de carregamento entre essas situações. O jogo adota um formato seamless, permitindo uma passagem fluida entre ação e cutscene, e vice-versa, de forma muito natural. Os gráficos são bonitos — para uma beta —, mas é possível notar alguns problemas.
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Algumas texturas não parecem carregar adequadamente e, no modo de desempenho do PS5 — onde a beta foi jogada —, o jogo apresenta bastante serrilhamento, apesar de manter os 60 frames por segundo, com quedas ocasionais para cerca de 50 frames. A Capcom já afirmou publicamente que a beta é uma versão bastante antiga e que o estado atual do jogo está muito mais avançado, mas, de início, esses problemas foram um pouco preocupantes.
Com um objetivo claro a frente, e não só algo como “Precisamos deter os montros porque eles estão causando baguncinhas”, a premissa de Wilds já se estabelece bastante acima de World ou até mesmo de Monster Hunter Rise. Basta ver se na versão completa a história do jogo se manterá interessante da mesma forma.
Onde o Hunter enfrenta o Monster
Uma das atividades mais divertidas em Monster Hunter é, naturalmente, a caça aos monstros. Em um jogo que se baseia nessa premissa, espera-se que o combate seja muito bem elaborado, para que o jogador se sinta constantemente na adrenalina da caçada — e Wilds acerta em cheio nesse aspecto.
Refinando o que já havia sido estabelecido nos últimos jogos da série principal, como Monster Hunter Tri Ultimate, Monster Hunter 4 Ultimate e Monster Hunter World: Iceborne, Wilds preserva o peso e o impacto das armas de uma forma que, mesmo ao manejar uma arma duas vezes maior que seu corpo, o caçador não se torna apenas um personagem de hack and slash, capaz de executar golpes em velocidades absurdas quase sem nenhuma punição.
A velocidade do combate foi ajustada para que o caçador não seja mais o predador absoluto do jogo — como acontecia em Monster Hunter Rise — mas sim para que um combate real seja travado. Seu personagem foi treinado para caçar, mas ainda não é um Chuck Norris para destruir o monstro com poucos golpes. É necessário criar estratégias e utilizar seus utensílios — como armadilhas e barris explosivos — de forma pontual para garantir o sucesso da caçada.
Uma das novas mecânicas do jogo é o modo foco. Além de funcionar como uma mira para ajustar a trajetória dos ataques no último segundo, ele permite causar grande dano aos monstros em situações específicas. No início, essa mecânica pode parecer estranha e fora de lugar, mas, conforme você avança nas caçadas, ela se torna cada vez mais natural. Os ataques mais poderosos exigem um ponto fraco, que é criado após golpes consecutivos em uma mesma área do monstro.
Pela primeira vez na série, podemos levar duas armas ao mesmo tempo, sendo que a segunda fica guardada em seu Seikret, uma montaria com inúmeras utilidades. Além de funcionar como um baú para itens específicos, o Seikret armazena sua segunda arma e pode ser chamado com o pressionar de um único botão. A troca de armas só pode ser realizada enquanto se está montado no Seikret, e também é possível utilizar itens enquanto está em cima da criatura, o que é muito mais rápido e seguro do que tentar realizar essas ações enquanto o monstro está enfurecido e tentando matá-lo.
A diversão está em grupo
Uma das coisas mais divertidas de Monster Hunter sempre foi o aspecto multiplayer. Poder se divertir com amigos em uma chamada de voz enquanto realizam atividades juntos é extremamente gratificante. No entanto, Monster Hunter sempre limitou os jogadores à mesma plataforma, desde a época do 3DS, para qualquer tipo de atividade cooperativa online — algo que Wilds mudou completamente.
Pela primeira vez na história, Monster Hunter trouxe a funcionalidade de crossplay para a franquia, permitindo que, independentemente da plataforma, você e seus amigos possam jogar e se divertir juntos. Usando o Capcom ID, os caçadores podem se adicionar e cooperar entre as três plataformas disponíveis — PS5, Xbox Series X|S e Steam — para enfrentar as ameaças dessa beta. E não se preocupe: o crossplay estará presente na versão final do jogo.
Antes, o multiplayer se baseava em quests, e, a cada missão concluída, o grupo era desfeito, sendo necessário refazê-lo após cada embate. Em Wilds, isso não é mais necessário, já que, graças às Link Parties (Grupos de Elo, em tradução livre), os jogadores não apenas mantêm o mesmo grupo até que este seja desfeito, como também podem sair da base sem precisar necessariamente de uma missão, para enfrentar os monstros que surgem de maneira orgânica no mapa. Dessa forma, Wilds trouxe o melhor multiplayer, DISPARADO, da franquia e deixou um gostinho de “quero mais” muito grande, com expectativas altíssimas para o lançamento completo.
Mas enfim: Vale a pena a espera?
Ainda faltam 4 meses para o lançamento do jogo, que, como mencionado antes, chega no dia 28 de fevereiro de 2025. A Capcom, com certeza, conseguiu criar expectativas altíssimas para qualquer fã da franquia, e espera-se que, até o lançamento, os problemas de renderização, qualidade gráfica e otimização — principalmente no PC — sejam corrigidos. Também é esperado que, até o lançamento, tenhamos mais uma ou duas betas, algo que é padrão da franquia desde o lançamento de Monster Hunter World.
Monster Hunter Wilds bateu picos de 320 mil jogadores durante seu tempo de beta na Steam — um número absurdo para uma versão de demonstração — e a Capcom está demonstrando uma competência e maturidade muito grandes com o jogo. Sei que é cedo para falar, afinal, 2025 é um ano muito grande, com muitos títulos prometidos, incluindo GTA VI na disputa, mas acredito que Wilds virá como um forte concorrente a jogo do ano e com certeza será um dos melhores títulos da primeira metade do ano também.