A Netflix está determinada a revolucionar o mercado de videogames. Após consolidar sua posição como líder em streaming de filmes e séries, a empresa agora mira no setor de jogos digitais — e com uma proposta ousada: eliminar a necessidade de consoles tradicionais, como o futuro PlayStation 6, e transformar a televisão na principal porta de entrada para jogos interativos.
Em entrevista ao portal The Game Business, Alain Tascan, presidente da divisão de jogos da Netflix, destacou que a nova geração de jogadores valoriza cada vez mais a praticidade e a liberdade para jogar em qualquer tela e lugar. Segundo ele, a missão da empresa é reduzir as barreiras que afastam os usuários da experiência gamer, permitindo que qualquer pessoa possa jogar sem depender de dispositivos dedicados.
“Quando olhamos para a nova geração… Será que essas crianças realmente sonham em ter um PlayStation 6? Não sei. Elas querem interagir com qualquer tela digital — seja qual for, onde quer que estejam, até mesmo no carro”, afirma Tascan.
Netflix Game Controller: jogabilidade sem console
Uma das principais apostas da companhia é o aplicativo Netflix Game Controller, atualmente em fase beta para iOS. A ferramenta transforma celulares e tablets em controles, permitindo que os usuários joguem diretamente pela TV. A expectativa é de que o app também seja lançado para Android em breve, ampliando o alcance da funcionalidade.
Esse modelo, segundo Tascan, representa uma ruptura com a lógica tradicional dos consoles, que dependem de hardware específico, controles físicos e configurações fixas. A proposta da Netflix é oferecer um ecossistema multiplataforma, acessível a partir de qualquer dispositivo conectado à internet.
Concorrência e mudança de paradigma
A Netflix não está sozinha nessa visão de futuro. A Microsoft, por exemplo, já reposicionou sua estratégia com foco no conceito de “jogar em qualquer lugar”. Atualmente, a empresa permite que os jogos sejam acessados por meio de aplicativos em smart TVs, PCs, consoles Xbox Series X|S e dispositivos móveis via nuvem. Além disso, seus títulos estão sendo lançados também para o PlayStation, com a receita reinvestida no desenvolvimento de novos jogos.
Esse movimento reflete uma tendência crescente: o declínio da centralização dos games em consoles físicos e o fortalecimento de plataformas que oferecem mobilidade e integração digital.
Um futuro sem consoles?
Embora ainda seja cedo para decretar o fim dos consoles, a visão da Netflix sinaliza uma transformação significativa no setor. Em um cenário onde o acesso e a flexibilidade ganham cada vez mais espaço, empresas que não se adaptarem ao novo comportamento dos jogadores podem perder relevância.
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Com investimentos crescentes e uma estratégia voltada para a inovação tecnológica, a gigante do streaming pretende liderar essa transição. Resta saber se o mercado e o público estão prontos para essa nova era dos videogames — sem fios, sem caixas e, talvez, sem consoles.