Call of Duty é uma das franquias mais importantes da indústria dos jogos. Apesar de não ter propriamente criado o gênero FPS, a franquia foi a grande responsável por popularizar o gênero em escala global, além de ser a primeira a adicionar elementos considerados importantíssimos para o gênero. Com campanhas eletrizantes que lembram filmes de Michael Bay e um componente Multiplayer divertídissimo, a febre criada pela Activision não vai sumir tão cedo. Principalmente agora com a explosão do Warzone. Neste especial, iremos explorar a história da franquia e falar sobre a importância da mesma.
A origem de Call of Duty
Para falarmos sobre Call of Duty, precisamos falar sobre Medal of Honor. Sim, a lendária franquia da EA saiu na frente. O primeiro jogo da saga foi lançado em 1999, alguns anos antes do primeiro CoD. Mas por que seu ex-principal concorrente importa? O primeiro Call of Duty foi lançado em 2003 por um pequeno estúdio chamado Infinity Ward. O que poucas pessoam sabem é que boa parte das pessoas que criaram o estúdio eram os responsáveis por Medal of Honor. Veteranos no gênero, a Infinity Ward escolheu o motor id Tech 3 (de Quake) para construir o jogo.
O objetivo principal era claro: apresentar uma experiência inovadora na Segunda Guerra Mundial, englobando diferentes perspectivas da guerra. O título explorou o ponto de vista de diferentes lados da guerra, como os Soviéticos, os Britânicos e os Americanos. Além disso, graças a implementação da engine de Quake, os devs conseguiram se desvincular de scripts pré-programados para as IAs do jogo, trazendo um maior senso de movimentação orgânica para os soldados.
Curiosamente, esta mesma tecnologia continua sendo usada até hoje. É graças a ela que um NPC consegue se movimentar livremente através de obstáculos no mapa ou “saber” a hora de procurar uma cobertura por exemplo. Tendo em mente que o estúdio aplicou a mesma em 2003, você deve conseguir imaginar o impacto que isto teve para os jogadores do gênero na época.
Call of Duty: O Rei dos FPS
Como disse mais acima, CoD não criou o gênero FPS. Embora a franquia não possa ser creditada pela criação do gênero, certamente ela pode ser considerada o grande vetor para a popularização do mesmo. O primeiro título da saga, lançado em 2003, trouxe mudanças impactantes para o gênero. Em primeiro lugar, podemos citar tranquilamente a inovação no HUD e no level design. Os elementos foram exibidos de maneira mais coerente na tela. Não somente isso, os marcadores de objetivos ajudaram e muito no level design, impossibilitando que os jogadores ficassem perdidos e tornando a experiência mais guiada, porém frenética.
Em segundo lugar, a variedade. O primeiro CoD trouxe consigo a possibilidade de alternar entre duas armas diferentes a qualquer momento durante a missão. Isso trouxe um enorme grau de personalização, afinal, a escolha ficava inteiramente a cargo do jogador. Achou pouco? O game também permitiu que os players alternassem o modo de disparo das armas. Outras inovações também podem ser citadas. O CoD de 2003 foi um dos primeiros jogos a permitir que os jogadores “mirassem” a arma usando a mira de ferro. Uma barra de hp e a presença de medkits trouxeram consigo um maior senso de sobrevivência.
As mudanças, que para nós hoje parecem ser básicas, foram consideradas revolucionárias para a época em questão. É como se a Infinity Ward não estivesse criando a roda, mas sim tornando-a ainda mais funcional. Táticas de guerra como usar muros para se proteger, atravessar obstáculos para flanquear os inimigos e trabalhar em conjunto com um pelotão também foram adicionados ao game, dando um ar maior de autenticidade a temática em questão. Sabe aqueles trechos de games deste tipo onde uma explosão ocorre e você fica com a visão embaçada e a audição prejudicada? Call of Duty de 2003 foi o primeiro jogo a usar isso de uma maneira convincente e bem feita.
Começo Turbulento
Call of Duty nem sempre foi uma franquia de sucesso capaz de gerar bilhões anualmente. Muito pelo contrário, o começo da série não foi tão espetacular quanto se esperava. O primeiro jogo vendeu apenas 800 mil unidades em seu ano de lançamento. Nos três primeiros anos, o game gerou U$30 milhões em receita. É louco pensar que agora, apenas 14 anos depois, cada game da saga gera em torno de U$1 bilhão todo ano. Apesar de se enquadrar em um gênero com pouco potencial de inovação, os devs continuam desafiando o status quo, entregando experiências marcantes mesmo quando pensamos que já vimos de tudo no gênero.
Dois exemplos perfeitos disso são Call of Duty: Modern Warfare (Reboot) e Call of Duty: Black Ops Cold War. O reboot de MW trouxe uma campanha totalmente pautada no realismo, entregando missões inesquecíveis que muito se assemelham a vida real de um Marine. Já BOCW se entregou a “mitologia” soviética, adicionando a possibilidade de tomar decisões na história e finais múltiplos. Falem bem, falem mal, Call of Duty inegavelmente construiu para si um legado invejável que será perpetuado para sempre.