Nos últimos meses, a Microsoft Xbox tem adotado uma abordagem ousada ao expandir a presença de seus jogos para diversas plataformas. O anúncio de que Forza Horizon 5 será lançado para PlayStation 5 no outono deste ano reforça essa tendência, indicando que o Xbox pode estar trilhando um caminho semelhante ao da SEGA após sua saída do mercado de consoles.
Essa estratégia foi analisada por Shawn Layden, ex-líder da PlayStation Studios, durante uma entrevista ao Kiwi Talkz. Para ele, a decisão da Microsoft não é inédita e pode ser altamente benéfica a longo prazo, especialmente diante do aumento exponencial dos custos de desenvolvimento na indústria de jogos.
Multiplataforma como estratégia de mercado
Layden destacou que a expansão para múltiplas plataformas tem um papel fundamental no crescimento da base de jogadores e na maximização dos lucros. “Multiplataforma é uma estratégia, especialmente num mundo no qual o custo de desenvolvimento está subindo drasticamente. Multiplataforma significa expandir o mercado, como diz o pessoal do marketing: conseguir que mais pessoas conheçam o produto”, explicou.
No entanto, ele apontou que essa abordagem pode enfraquecer a identidade exclusiva do Xbox. “O que isso faz à marca? Penso que… sim, torna a conversa mais difícil. Há o medo de perder algo. Como criar esse medo e atrair pessoas para sua plataforma, dizendo: ‘Se você não está aqui, está perdendo’? Mas, se o jogo está disponível em todas as plataformas, essa tática de marketing deixa de ser viável”, afirmou Layden. Fonte: Eurogamer
O paralelo com a SEGA e o futuro do Xbox
O ex-líder da PlayStation também relembrou a trajetória da SEGA, que deixou de produzir consoles após o Dreamcast e passou a focar exclusivamente no desenvolvimento de jogos. “Já vimos isso antes. Eu estava na indústria quando a SEGA trouxe os jogos do Dreamcast para o PlayStation 2 e, com o tempo, tornou-se uma empresa exclusivamente de software. Foi uma boa transformação. Vamos ser honestos: eles estão tendo sucesso. Portanto, existe um precedente histórico”, concluiu.
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A Microsoft, por sua vez, já colhe os frutos dessa nova abordagem. Segundo a Video Games Chronicle (VGC), a Ampere revelou que a empresa faturou 465 milhões de dólares apenas em dezembro passado, tornando-se a publisher mais lucrativa do período entre as plataformas PC, Xbox e PlayStation. Grande parte desse sucesso veio de Call of Duty, que atraiu 38 milhões de jogadores ativos em novembro.