Como fã de Pillars of Eternity e da Obsidian Entertainment, Avowed estava no meu radar desde seu primeiro trailer de revelação. Desde então, venho acompanhando tudo o que consigo sobre esse novo título. Por isso, não pude esconder minha felicidade quando a Xbox entrou em contato conosco, da Manual dos Games, para trabalharmos em uma review do jogo. Assim, me permiti mergulhar novamente no mundo de Eora sob essa nova perspectiva e explorar tudo o que Avowed tem a oferecer. Mas será que esse jogo faz jus a tudo o que a desenvolvedora é capaz de entregar?
Bem-vindo ao mundo de Eora
Nossa história se passa no mundo de Eora, mais especificamente em terras belíssimas e hostis conhecidas como Terras Férteis, uma região grandiosa e rica que serve tanto como uma espécie de colônia do império quanto como refúgio para muitos povos e grupos. O jogo logo se inicia com uma cinemática animada narrando a atual situação das Terras Férteis.
Nosso personagem nasceu no Império Aedyr e serve diretamente ao imperador. Quando uma crise surge nas Terras Férteis, associada à Praga dos Sonhos, a ameaça começa a ganhar força e a fragilizar o controle do império sobre a ilha. Diante disso, somos enviados pelo próprio imperador como seu porta-voz, com o objetivo de investigar e solucionar o problema.
Esse é o pontapé inicial de Avowed: descobrir a origem da Praga dos Sonhos e, talvez, eliminá-la para restabelecer a ordem e a segurança. Contudo, assim como em todo bom RPG, a situação é muito mais complexa do que parece. Mistérios e conflitos entre as diversas facções das Terras Férteis surgem constantemente, e um dos principais enigmas — extremamente atrelado à praga — envolve nossa própria existência.
Toda a ambientação, os problemas apresentados e as facções são muito interessantes e extremamente bem construídos dentro da história de Avowed. A narrativa se desenrola majoritariamente por meio de diálogos, cenas e arquivos de texto, sendo muito bem contada e oferecendo múltiplas ramificações. Durante a campanha, temos a possibilidade de nos aliar (ou não) às facções e personagens apresentados, criando uma jornada única para cada jogador. Mesmo que dois jogadores passem pelos mesmos lugares e realizem as mesmas missões, seus resultados podem ser completamente diferentes.
Um dos aspectos mais interessantes de Avowed é que ele não explica diretamente os conceitos do universo, como O Leme (The Wheel), Animancia (Animancy), Adra e muitos outros termos. Eles são introduzidos organicamente nos diálogos e podem ser consultados ao pressionar um botão, permitindo que novos jogadores se situem melhor sem comprometer a imersão.
Além disso, reforçando a importância da história do mundo, dos personagens e da jornada do próprio protagonista, há uma grande quantidade de arquivos de texto para leitura. Alguns desses documentos são divididos em partes e oferecem um aprofundamento essencial para compreender melhor o grandioso universo do jogo.
Você é uma Deidade
Em Avowed, podemos criar nosso próprio personagem, escolhendo aspectos como sexo, cabelo e demais aspectos. No entanto, nossa raça é fixa: assumimos o papel de uma Deidade (Godlike), uma raça abençoada (ou amaldiçoada, dependendo do ponto de vista) pelos deuses antes do nascimento. Na maioria das vezes, as Deidades são vistas como manifestações físicas e reais das divindades do mundo.
Os aspectos de uma Deidade também definem características físicas únicas, como um rosto coberto de flores ou uma mistura de diversas plantas. Existem muitas opções de personalização, mas é possível ocultá-las, embora suas características ainda sejam “percebidas” pelos personagens nos diálogos.
Não podemos selecionar uma classe fixa, mas podemos definir o histórico do nosso personagem. Esse histórico garante bônus em determinados atributos e define nossa arma inicial, além de desbloquear opções de diálogo exclusivas que podem levar a caminhos bem diferentes na história.
Também podemos distribuir os pontos de atributo entre seis opções:
- Força – aumenta o dano e a capacidade de carga.
- Constituição – aumenta a vida máxima e resistências a danos físicos.
- Destreza – melhora a velocidade de ataque e de ação (conjuração ou consumo de itens).
- Percepção – amplia o alcance e a chance crítica.
- Intelecto – aumenta a essência máxima (responsável por conjurar magias) e a resistência elemental.
- Determinação – amplia a energia (stamina) máxima para correr e atacar.
Esses atributos garantem novas opções de diálogo, como resolver um problema usando percepção ou força, reforçando a diversidade narrativa do jogo.
Campanha e conteúdo opcional
A Ilha de Paradis não é exatamente um mundo aberto grandioso, mas sim composta por grandes áreas que também funcionam como atos. Ao todo, temos cinco regiões que servem como centros para missões secundárias e cenários para o desenrolar das missões principais. Além disso, cada uma delas apresenta um novo elenco de monstros, locais para explorar e tesouros para coletar. No geral, a campanha pode durar entre 20 e 40 horas, mas, para aqueles que desejam explorar ao máximo e concluir grande parte do conteúdo opcional, esse tempo pode facilmente chegar a 60 horas.
A progressão de Avowed ocorre por meio das missões principais e secundárias que descobrimos ao longo da jornada. Acabar com a Praga dos Sonhos é nosso primeiro objetivo, mas outras missões principais surgem conforme progredimos na campanha. Algumas possuem múltiplos objetivos, enquanto outras oferecem diversos caminhos, dependendo de nossas escolhas.
As missões secundárias foram uma grande surpresa. Existem poucas, mas todas são muito bem elaboradas e oferecem diferentes formas de resolvê-las. Algumas estão associadas a facções, outras complementam a missão principal e esclarecem muitas questões. No geral, achei todas de excelente qualidade e com conteúdo robusto.
Para preencher as grandes áreas de “mundo aberto” do jogo, também contamos com objetivos mais simples, como mapas do tesouro que indicam a localização de armas e equipamentos únicos, contratos que nos levam a grandes chefes (alguns podendo até desencadear missões secundárias secretas), além de locais para explorar e inimigos para derrotar. Estes dois últimos são pilares fundamentais da jogabilidade de Avowed. No geral, achei que o conteúdo disponível foi bastante divertido, apesar de pouco variado. Gostei e me senti recompensado, principalmente pela exploração.
Combate e exploração
Eis aqui os dois pilares principais da jogabilidade de Avowed. Começando pelo combate, preciso dizer que este é um dos jogos mais satisfatórios e divertidos que já joguei nesse aspecto. Muito disso se deve às diversas opções de construção de personagem que o jogo oferece. Como não escolhemos nenhuma classe de início, podemos, desde o primeiro momento, equipar qualquer arma e jogar conforme nosso estilo.
Em minha experiência, pretendia jogar como um mago, então comecei usando varinhas e um grimório para conjurar magia. No entanto, durante a gameplay, percebi que ficava constantemente sem essência para meus feitiços. Por isso, substituí a varinha por uma lança, que depois foi trocada por uma espada combinada com uma pistola elemental. As opções e possibilidades de combinações são bem variadas, criando uma jogabilidade focada na experimentação, o que torna os combates extremamente divertidos.
No final da minha campanha, eu era uma espécie de espadachim pistoleiro elemental, utilizando uma espada, magias e uma pistola elétrica para destruir meus inimigos. Os combates eram intensos, e eu simplesmente dizimava chefes ao aplicar efeitos como queimaduras, congelamento e sangramento — tudo ao mesmo tempo. Outra mecânica que incentiva a experimentação e a variedade é a possibilidade de carregar dois conjuntos de armas e alternar entre eles com o toque de uma tecla. Assim, você pode, por exemplo, ter uma varinha e um grimório em um conjunto e uma espada e uma pistola no outro, trocando conforme a necessidade do combate.
Na parte da exploração, como mencionei anteriormente, teremos grandes áreas das terras férteis para explorar, compostas por diversas estruturas de seres conhecidos como Indivinos, acampamentos inimigos e cidades abandonadas. O interessante em Avowed é que sempre há algo para encontrar em cada canto do mapa, e, muitas vezes, essas descobertas são bastante recompensadoras.
Um dos fatores mais importantes da progressão em Avowed é a coleta de recursos, fundamentais para os sistemas de aprimoramento do jogo. Para isso, exploraremos diversos ambientes e encontraremos muitos baús de tesouro contendo materiais para melhorias, novas armas e armaduras, além de diários e mapas do tesouro.Isso cria uma sensação constante de progresso e recompensa, que atinge seu auge quando encontramos um equipamento único que se encaixa perfeitamente no nosso estilo de jogo. Como mencionei, a exploração é sempre gratificante.
Além disso, o jogo traz profundidade e verticalidade à exploração. Encontraremos torres para escalar — o jogo possui um sistema simplificado de parkour surpreendentemente funcional —, cavernas para explorar e áreas que funcionam como dungeons instanciadas, repletas de puzzles (embora bastante simples), inimigos, chefes e, claro, mais recompensas. Sério, você abrirá muitos baús em Avowed. Há uma grande variedade de cenários e ambientes interessantes para explorar.
Outro aspecto interessante, mas que poderia ser melhor aproveitado, é o dinamismo na forma de acessar certas áreas. Algumas regiões só podem ser exploradas com abordagens específicas. Por exemplo, atravessar um grande lago exige a criação de uma ponte de gelo, enquanto paredes rachadas podem ser destruídas com golpes pesados. Em teoria, isso deveria dar uma sensação de recompensa para quem possuísse a habilidade necessária para superar esses obstáculos. No entanto, o jogo sempre fornece ferramentas alternativas, permitindo que o jogador contorne qualquer desafio. Se antes apenas magos podiam atravessar o lago com magia de gelo, agora qualquer um pode usar uma granada de gelo para criar uma ponte, mesmo sem ter investido na classe mágica. Isso garante acessibilidade, mas reduz um pouco o impacto das escolhas de construção de personagem.
Sistemas e progressão
É aqui que minhas decepções com Avowed começam. Como os sistemas e a progressão são a base da exploração e do combate, isso afeta diretamente o quão satisfatório é jogar ao longo da campanha. Em determinado momento, as coisas podem se tornar estagnadas e até cansativas. Mas vamos por partes. Primeiro, falemos sobre a progressão do personagem e como podemos evoluí-lo.
A cada missão concluída e inimigos eliminados, ganhamos experiência. Quando atingimos um determinado valor, subimos de nível, recebendo um ponto de atributo e um ponto de habilidade. O ponto de atributo pode ser distribuído entre os atributos mencionados anteriormente, enquanto o ponto de habilidade pode ser investido em uma das três árvores disponíveis:
- Lutador: Focado em habilidades ativas e passivas de combate corpo a corpo, oferecendo maior resistência e vida.
- Patrulheiro: Voltado para combate à distância, com armas de fogo, arcos e armas de uma mão, como adagas.
- Mago: Especializado em habilidades ativas e passivas de combate corpo a corpo ou à distância, utilizando magia e armas como grimórios e varinhas.
- Deidade: Essa árvore é associada à sua classe e desbloqueia novas habilidades conforme progredimos na história, dependendo de nossas escolhas.
Aqui entra a liberdade mencionada anteriormente na jogabilidade: nada impede que você misture pontos entre Lutador e Patrulheiro ou se especialize exclusivamente em Mago. A combinação dessas habilidades com as armas escolhidas cria possibilidades únicas e interessantes, tornando o combate ainda mais divertido.
Outra parte essencial da progressão do personagem são os equipamentos. E, mais uma vez, tudo aqui é bastante simplificado. O mais importante são suas armas e o peitoral da armadura (sim, apenas o peitoral). Eles possuem tiers de raridade que vão de Comum, Decente, Excepcional, Soberbo até Lendário (este último exclusivo de itens únicos).
O tier do equipamento também está diretamente relacionado à dificuldade do jogo (falarei disso mais adiante). Para aprimorar armas e armaduras, precisamos coletar o máximo possível de recursos — daí a importância da exploração e da abertura de incontáveis baús. Cada item pode ser aprimorado em três níveis dentro do seu tier atual antes de subir para o próximo. Por exemplo, uma espada Comum precisa ser aprimorada até +3 antes de evoluir para uma espada Decente +1. Com isso, tanto o visual quanto os atributos do equipamento são alterados, tornando o sistema de progressão um ciclo constante de melhorias.
Os itens únicos de Avowed são os únicos que possuem algum tipo de passiva que permite refinar e melhorar ainda mais os atributos do seu personagem. No entanto, essa passiva pode ser aprimorada para apenas duas outras opções — e o pior, esses itens únicos são muito mais frequentes do que deveriam, o que acaba diluindo o impacto de encontrá-los.
Em Avowed, exploramos, coletamos recursos, melhoramos nossas armas e armaduras… e acabou. Para os itens mais básicos, não existe nenhum tipo de encantamento, runas ou melhorias específicas que possam transformar, por exemplo, uma espada Decente +1 em uma arma com bônus mágico ou uma passiva única. Simplesmente não há nada disso em Avowed. Além disso, o jogo não possui sistemas como roubo, barganha, criação de itens (crafting) ou culinária — elementos que, curiosamente, estão presentes em títulos como o recém-lançado Kingdom Come: Deliverance II ou até mesmo em Skyrim, lançado há 14 anos, ainda que de forma simplificada.
Então, é isso: a progressão do personagem, no que se refere à escolha de suas armas e habilidades para uso em combate, é excelente. Criar uma “build” é divertido, mas, no que diz respeito à itemização, tudo é muito simplificado e raso de uma maneira completamente inesperada em um RPG que deveria ser grandioso. A melhor forma que posso descrever Avowed é como um “RPG for babies”.
Outros componentes da sua armadura são luvas, botas, anéis e colar — itens que vêm acompanhados de efeitos passivos, como regeneração de essência, maior dano crítico etc. Mas, adivinhem? Eles não podem sofrer upgrades ou nenhum tipo de encantamento. Não existe nenhum tipo de refino para esse conjunto de itens. O jogo também conta com diversos consumíveis, como comidas e poções, que coletamos para recuperar nossa vida e essência, mas, novamente, não existe um sistema que permita que façamos poções ou comidas.
Companheiros
Em Avowed, temos cerca de quatro companheiros que podem ou não nos seguir. São eles: Giatta, Kai, Marius e Yatzli. É um elenco bem único e diversificado de personagens, que gostei bastante, para ser honesto. Cada um possui seu traço de personalidade destacado, uma grande participação (ou não) na jornada e também missões principais e secundárias atreladas a esses personagens.
Contudo, apenas dois deles estarão acompanhando você durante a exploração e combate; os demais ficarão no acampamento, que pode ser montado perto de uma pedra de Adra em alguns lugares específicos do mapa. No acampamento, podemos mudar os companheiros, guardar itens no baú, conversar com os companheiros, evoluir nossas armas e encantar as armas únicas.
A parte que mais me conquistou em relação a esses quatro personagens é que eles são extremamente presentes em missões principais e secundárias, possuindo excelentes falas e até sugestões de como deveríamos abordar cada assunto. Contudo, a simplicidade chegou por aqui também, e é importante destacar que eles não reagem às suas ações. Não existe como desagradar-lhes para que, de repente, saiam do grupo, até porque muitos deles são importantes para o andamento de algumas missões principais. Portanto, você pode se unir ao vilão e eles irão com você.
Em combate, eles têm muita utilidade, cada um com seu conjunto de habilidades específicas, que irão ajudá-lo em lutas importantes. Giatta serve como uma maga de proteção e cura, Kai é um guerreiro de pistola e espada, Marius é um arqueiro letal e Yatzli é uma maga. Cada um deles possui três habilidades ativas e uma passiva; todas elas têm até três efeitos diferentes, e eles ganham experiência e pontos de habilidade, que o jogador pode distribuir da forma que preferir.
Na exploração, existem ambientes que, como mencionei antes, precisam ser acessados com o auxílio de alguma habilidade, e os companheiros (assim como o seu próprio personagem) terão essas habilidades para contornar esses obstáculos. Ou seja, você nunca vai deixar de explorar algum canto por não ter a habilidade necessária, o que, novamente, reforça a simplificação de um RPG. Em geral, apesar de não ser um sistema simples, os personagens agregam muito à trama com suas personalidades únicas e são, de certa forma, marcantes em suas missões secundárias. Sua utilidade em combate também é inegável.
Dificuldade
Ao iniciar uma campanha em Avowed, podemos escolher entre cinco níveis de dificuldade: Hora da História, Fácil, Normal, Difícil e a Trilha dos Condenados. Joguei na dificuldade normal, que geralmente representa a experiência balanceada idealizada pelos desenvolvedores — desafiadora, mas sem ser frustrante. Considerando minha experiência com The Elder Scrolls, The Outer Worlds e Fallout, títulos similares, achei Avowed o mais acessível entre eles.
O balanceamento dos inimigos segue o mesmo sistema de “tiers” apresentado na parte dos itens, com níveis de 1 a 3 dentro de cada categoria. No entanto, o aumento da dificuldade se baseia principalmente no acréscimo do dano recebido pelo jogador e na quantidade de HP dos inimigos. Para lidar com esses desafios artificiais, é essencial aproveitar bem o sistema de melhorias de itens do jogo, que mencionei anteriormente.
Então, basicamente, funciona assim: caso você esteja utilizando uma espada de duas mãos e uma armadura (lembre-se, apenas o peito) de níveis “Decentes +2”, todos os inimigos desse tier e nível estarão “balanceados a você”. Contudo, se o inimigo for do tier “Excepcional +1”, o jogo vai colocar uma “caveira”, indicando o quão difícil será aquele confronto. Mas, assim, mesmo estando abaixo, nada lhe impede de lidar com aqueles inimigos.
Após algumas horas de jogo, eu estava enfrentando diversos inimigos de tiers muito maiores do que o meu e sem realmente ter dificuldade. Acredito que existe um balanceamento muito simplificado, que resulta em uma experiência que, em geral, é muito fácil, o que me fez nunca ver a tela de game over em toda a minha experiência, principalmente porque, além do jogo ser fácil e seu sistema de tier de inimigos poder ser ignorado rapidamente, toda vez que você cai em combate, seus companheiros podem te levantar.
Aspectos técnicos, trilha sonora e acessibilidade
Avowed foi jogado em um PC considerado Mid/High-End, que cumpria com folga todos os requisitos recomendados do jogo. Contudo, a versão do jogo foi a da Microsoft Store, a mesma distribuída através do Xbox Game Pass para PC. Vale destacar que jogamos uma build antecipada que não possuía o patch de lançamento. Estou passando essas informações para ressaltar que a performance de Avowed foi inconsistente e problemática, o que pode ser causado também pela engine do jogo, a Unreal Engine, que não é muito popular por sua otimização.
Os problemas variaram desde stutterings até uma má implementação de tecnologias de upscaling, o que causava uma performance inconsistente e diversos problemas de “Blur” e “Ghosting” quando o personagem estava em movimento. Esse conjunto de problemas, com certeza, minou uma parte da experiência do jogo. Por fim, tive problemas ao tentar mudar as keybinds do jogo; às vezes, alterava um botão e, ao abrir o jogo novamente, minhas configurações não eram salvas.
Deixando de lado esses problemas técnicos, Avowed possui uma direção de arte excelente, com cores vibrantes e ambientações impressionantes, vindas do universo de Pillars of Eternity, que sempre foi um jogo com vista top-down. Então, ver algumas raças, personagens e modelos em 3D e na primeira pessoa foi impressionante. O jogo tem uma característica própria; de longe, é possível identificá-lo como “isso é Avowed“. Isso é graças ao excelente trabalho da desenvolvedora.
A parte da trilha sonora é excelente, mas não muito marcante. O design de som e a dublagem são muito bem feitos, e as músicas estão presentes na maioria dos confrontos e em algumas cenas. Contudo, como mencionei, apenas a música do menu principal foi de fato marcante para mim. Já na parte de acessibilidade, temos boas opções, como câmera em terceira pessoa, redução do balanço da câmera, tamanho das legendas, brilho dos itens, modificadores da UI e muito mais, o que agrega bastante à experiência.
O Review
AVOWED
Avowed é um jogo com um universo expansivo e uma história envolvente, complementados por uma jogabilidade sólida e uma exploração rica. No entanto, falha ao oferecer mecânicas excessivamente simplificadas e uma curva de dificuldade desbalanceada, o que compromete a profundidade da experiência.
PRÓS
- História excelente
- Muitas ramificações na história
- Jogabilidade divertida
CONTRAS
- Sistemas excessivamente simplificados
- Perfomance inconsistente
- Atividades secundárias limitadas