Review | Call of Duty: Black Ops 6 (Campanha) – PS5

Call of Duty: Black Ops 6, o 21º jogo da franquia COD já era o jogo mais esperado da história da franquia meses antes de seu anúncio oficial por vários fatores que ajudavam a abastecer a locomotiva do hype. Jogos da Treyarch já são os queridinhos de grande parte dos fãs, o que naturalmente eleva a expectativa em anos em que a produtora é a responsável pelo título, porém, graças a ”bagunça” durante o desenvolvimento de Black Ops: Cold War, Call of Duty: Black Ops 6 se tornou o título com o maior tempo de desenvolvimento da história da franquia, com cerca de 4 anos.

Com a promessa de entregar uma narrativa ao nível dos grandes clássicos da franquia como Black Ops 2, Call of Duty: Black Ops 6 tinha uma difícil missão: atender ao gigantesco hype. Teria a Treyarch e a Raven Software conseguido essa façanha? Descubra no nosso review da campanha de Call of Duty: Black Ops 6!

A Verdade Mente

Call of Duty: Black Ops 6 traz o jogador de volta para o início dos anos 90, misturando realidade e ficção de uma maneira que só a franquia Black Ops consegue fazer. Com o final da guerra fria e a União Soviética se desfazendo aos poucos, os EUA se encaminham para se tornarem a única superpotência mundial, tornando a política e as agências governamentais americanas um grande alvo de conspirações.

Se passando após os eventos das missões do final dos anos 80 de Black Ops 2, Call of Duty: Black Ops 6 coloca o jogador na pele de Case, um agente da CIA que após uma missão não ter saído como o planejado, se vê enrolado até o pescoço em uma grande conspiração envolvendo a agência e um grupo paramilitar chamado Panteão, que pode ter comprometido toda a CIA. Case não é o único a ser engolido por essa conspiração, já que todos os agentes envolvidos na operação acabam envolvidos com as atividades da Panteão.

Entre eles temos um novo personagem, o agente Troy Marshall, responsável pela decisão que colocou toda a missão em risco. Além de Marshall, o veterano Frank Woods também é envolvido nessa conspiração, já que Woods não apenas encabeçava a operação, mas graças a decisão de Marshall, o grupo encontra um agente foragido acusado de traição e tido como o responsável pela atual situação de Woods: Russell Adler.

Com Adler preso e o grupo de Woods afastado de suas funções na CIA, a Rogue Black Ops é criada, com o objetivo de investigar a Panteão e descobrir suas ligações com a CIA.

Usando eventos reais da época como a Guerra do Golfo e figuras políticas importantes e enigmáticas como Bill Clinton e Sadam Hussein, a campanha de Call of Duty: Black Ops 6 imerge o jogador em uma história de espionagem repleta de intrigas políticas, ação, reviravoltas e as já conhecidas ”viajadas na maionese” da Treyarch. Como em toda boa história de espionagem e conspirações, a narrativa de Black Ops 6 mora nos detalhes, obrigando o jogador a desconfiar de absolutamente todo e qualquer personagem, além de prestar atenção em todas as informações caso queira entender totalmente a situação atual.

Uma nova era para a franquia Black Ops

Call of Duty: Black Ops 6 segue os moldes da campanha de Cold War, trazendo um personagem principal mudo e inserindo escolhas de diálogo durante a história, permitindo que o jogador tenha uma função ativa na narrativa e tenha uma maior interação com os personagens e o mundo de Black Ops 6. Também herdado de Cold War, temos acesso a uma grande base que ser como um hub principal, permitindo que o jogador interaja com os membros da Rogue Black Ops e faça melhorias em seus status e equipamentos.

Entre as melhorias possíveis, podemos melhorar nossa vida, reduzir o dano que recebemos de explosivos, diminuir o recúo, aumentar nossa capacidade máxima de munição e placas, e muito mais. Para comprarmos esses upgrades, precisamos de dinheiro, que são encontrados ao explorar as áreas das missões.

A Torre, como é chamada nossa base, se torna quase que um personagem dentro da narrativa, já que o casarão esconde dezenas de quebra-cabeças e documentos importantes para a história, instigando o jogador a explorar cada cômodo minunciosamente, usando até mesmo uma lanterna UV para isso.

Entre uma missão e outra, novos diálogos opcionais dão ao jogador mais informações sobre eventos anteriores a campanha e detalhes de história que aconteceram off-screen, enriquecendo ainda mais o universo de Call of Duty: Black Ops 6 e dando mais profundidade a trama.

A gameplay da campanha de Black Ops 6 complementa a narrativa com maestria, graças a estrutura de missões do título, que é totalmente diferente de tudo já visto na franquia até agora. Além das clássicas missões ”run and gun” da franquia, Black Ops 6 traz missões não lineares, que colocam o jogador em um mapa com uma série de objetivos que podem ser feitos em qualquer ordem e da maneira que o jogador preferir. Quer invadir uma base inimiga na surdina? Vai em frente! Quer bancar o exército de um homem só e resolver tudo na bala de frente? Pode também!

Tamanho foi o empenho da Raven e da Treyarch em criar algo diferente, que em algumas missões específicas, Call of Duty: Black Ops 6 quase se torna um jogo de um gênero completamente diferente, algo que me surpreendeu de uma maneira extremamente positiva e mostrando que o tempo de desenvolvimento de 4 anos fez muito bem para o título.

Liberdade é a palavra que define o gameplay de Black Ops 6, já que graças ao omni-movement, o novo sistema de movimentação implementado no título, o jogador tem acesso a uma série de acrobacias como saltar para frente enquanto atirar, saltar para os lados, além de poder correr para todas as direções sem interromper o sprint.

Também temos acesso a um arsenal de granadas táticas e letais, como carrinhos de controle remoto explosivos, facas explosivas, minas e até mesmo kill streaks do multiplayer. Todos esses itens podem ser trocados a qualquer momento, permitindo que o jogador se adapte a diferentes situações de maneira dinâmica.

Com 4 níveis de dificuldade disponíveis, a campanha de Black Ops 6 oferece um bom desafio para o jogador, mesmo em sua dificuldade normal, obrigando o jogador a fazer uso de todas as mecânicas de gameplay e não apenas atirar e andar.

Trazendo uma boa variedade de missões e uma narrativa que te prende do início ao fim, Call of Duty: Black Ops 6 tem a melhor campanha da franquia nos últimos anos, se tornando um must play até mesmo para aqueles jogadores que geralmente ignoram por completo a história. A campanha também conta com um bom fator replay, graças a não linearidade e diferentes abordagens possíveis em várias missões, além dos diversos desafios que desbloqueiam cosméticos para serem usados nos modos multiplayer e zombies.

Questões técnicas e Áudio

Além dos gráficos fotorealistas lindíssimos, Call of Duty: Black Ops 6 usa e abusa de efeitos de iluminação para criar uma atmosfera única, o que é extremamente importante para a história contada na campanha. É impossível não ficar de queixo caído em algumas cenas, graças ao trabalho impecável nos cenários repletos de detalhes, explosões dignas de cinema e expressões faciais muito bem feitas.

O design de áudio também segue o mesmo capricho visto em seus visuais, seja pela trilha sonora que cumpre muito bem o seu papel em ditar o ritmo e empolgar nos momentos de ação, seja pelo som de todas as armas e explosões. A dublagem apesar de nada especial, mantém o nível satisfatório apresentado nos jogos da franquia na última década, com boas vozes para os personagens principais, embora pareça um pouco deslocada para personagens menores e principalmente nos diálogos entre os inimigos durante o tiroteio.

Black Ops 6 também traz uma série de opções de acessibilidade, como mapeamento completo de botões, compensação de áudio assimétrico, modo aracnofobia para o zombies e configurações de alto contraste, que permite destacar os inimigos no modo campanha e zombies.

Como nem tudo são flores, Call of Duty: Black Ops 6 apresenta um pequeno problema em suas cutscenes pré-renderizadas, que parecem sofrer com stutters, o que é bem estranho. Apesar de não chegar a prejudicar a experiência, é importante ressaltar que é um problema existente na versão atual do jogo, mas que com certeza será corrigido por atualizações futuras.

A campanha de Call of Duty: Black Ops 6 é um pacote completo, indo muito além do que os fãs esperam de uma campanha da franquia, graças a sua narrativa e a coragem da Raven e da Treyarch, que não tiveram medo de dar um chacoalhão na estrutura de missões da franquia.

Ao finalizar a história de Call of Duty: Black Ops 6 com cerca de 6 horas de jogo, senti algo que as campanhas de COD não me proporcionavam a muito tempo: satisfação. Black Ops 6 finalmente trouxe o frescor que a franquia tanto precisava para as suas campanhas, fazendo jus a todo o hype criado pelos fãs e ganhando um lugar mais do que merecido entre as melhores campanhas de toda a franquia.

Essa review da campanha de Call of Duty: Black Ops 6 foi escrita através de uma chave de review para PS5, gentilmente cedida pela Activision.