CODE Bunny é um projeto indie desenvolvido e distribuido pela Team Seventh Star que trabalhou com muita dedicação neste projeto afim de entregar um título com uma história, personagens e combate interessantes, mas será que tem sucesso nessa execução? Vamos descobrir tudo isso nessa review em detalhes.
A história começa em 2090
Nossa história se passa no planeta Lumna, no ano de 2090. Aqui, assumimos o papel de um dos dois protagonistas disponíveis: Axel e Hazel, membros do Programa Espacial VY, desenvolvido pela Lago Hyperbolics, uma gigante no ramo da tecnologia. O projeto tem como objetivo explorar uma fonte de energia extremamente poderosa e versátil, conhecida como Aethr, diretamente de sua origem: o cometa Yliaster. Contudo, as coisas se complicam quando um grupo chamado Mad Bunny começa a interferir.
A história me surpreendeu pela sua profundidade e riqueza de detalhes. Há muito a ser contado, principalmente em relação aos personagens. Desde os protagonistas, Axel e Hazel, que têm personalidades marcantes, até os personagens secundários, todos possuem motivações, segredos e traumas próprios. Esse elenco diversificado é o principal responsável por mover a narrativa adiante, que se desenvolve, em grande parte, por meio de diálogos bem construídos.
Ainda sobre o elenco de CODE Bunny, os protagonistas possuem personalidades bem distintas. Hazel é uma espécie de soldada perfeita, que segue ordens à risca e sem hesitar, do tipo que atira primeiro e faz perguntas depois. Axel, por outro lado, é seu completo oposto: compreensivo e focado em resolver conflitos por meio da diplomacia. Essa diferença se reflete em como cada personagem interage com o restante do elenco, proporcionando diálogos únicos, dependendo de quem você escolhe jogar.
De forma geral, a história é cativante e instiga o jogador a buscar respostas, mantendo-o entretido o tempo todo. Um ponto positivo é que o jogo conta com legendas em português do Brasil, tornando a experiência mais acessível. Além disso, a narrativa se desenrola em 2 a 3 horas, sem se prolongar excessivamente, o que é excelente. A história foi, sem dúvidas, uma das surpresas mais agradáveis durante toda a experiência.
Fácil de aprender e difícil de masterizar
Em termos de jogabilidade, CODE Bunny é um jogo de ação e plataforma 2D que se apoia fortemente em mecânicas de combate e movimentação, seus principais pilares. Tudo começa com a seleção de personagem. É importante destacar que, além dos diálogos, Axel e Hazel são mecanicamente bastante distintos. Por isso, é interessante experimentar ambos para descobrir qual se adapta melhor ao seu estilo de jogo.
Hazel utiliza uma katana para atacar os inimigos e é capaz de realizar investidas, além de executar parries. Seus ataques são simples, mas dominar sua movimentação é essencial, já que o jogo apresenta muitas áreas focadas em plataforma. Nessas seções, é necessário realizar uma série de pulos e investidas de maneira eficiente para concluir as fases. Para se diferenciar ainda mais de Axel, Hazel possui uma característica única: o KARMA, que acumula ao atacar inimigos marcados e permite causar até 4 vezes mais dano.
Axel, por outro lado, possui saltos giratórios muito altos que, ao entrarem em contato com inimigos, fazem-no ricochetear em outra direção. Seus ataques consistem principalmente em chutes, que têm um alcance menor que os de Hazel. Sua caracteristica única é a barra EX, que se enche quando atingimos os inimigos com nosso salto giratório e permite a execução de golpes especiais que dinamizam bastante a jogabilidade.
Com um dos dois personagens, atravessamos uma variedade de fases únicas repletas de inimigos, seções de plataforma e um chefe no final de cada etapa. Embora os comandos sejam simples, há um espaço significativo para a masterização. Até a última fase, o jogador estará muito mais familiarizado com o personagem escolhido e seus golpes. Essa curva de aprendizado e progressão é excelente, oferecendo uma experiência de evolução recompensadora.
Level Design e desafios
É importante destacar que CODE Bunny oferece uma série de modos, desde o tradicional, que inclui cenas de história, até um dedicado exclusivamente às fases, além de um modo para speedrun. Esses diferentes modos reforçam a natureza acelerada do jogo, que incentiva a rapidez principalmente por meio de seu level design. As fases apresentam diversas rotas alternativas para serem exploradas, permitindo ao jogador escolher caminhos distintos para alcançar o final. Ao concluir uma fase, recebemos uma avaliação que considera nosso tempo e os combos realizados, o que estimula a rejogabilidade e o aprendizado das mecânicas.
No que diz respeito aos desafios, o jogo se concentra principalmente nos inimigos comuns. Infelizmente, há uma baixa variedade, e eles geralmente não apresentam grande dificuldade, o que considero uma oportunidade perdida. Confrontos mais complexos poderiam tornar os encontros mais interessantes. Por outro lado, adicionar inimigos mais desafiadores poderia comprometer o ritmo rápido do jogo, que é um dos seus pontos fortes.
O maior desafio, no entanto, está nos chefes, que apresentam uma progressão de dificuldade significativa entre as fases. Alguns exigem movimentos precisos e uma leitura rápida das ações do adversário, proporcionando combates marcantes e satisfatórios ao serem superados. Em especial, o chefe final quase me tirou do sério. No entanto, foi uma experiência gratificante, pois percebi o quanto havia evoluído ao longo do jogo, especialmente durante essa batalha final.
Aspectos técnicos, trilha sonora e acessibilidade
CODE Bunny é um jogo desenvolvido na Unity e, apesar de sua simplicidade, apresenta gráficos pixelados que têm seu charme graças a direção de arte, especialmente nas fases, que são bastante únicas entre si. Yokkaido, em particular, foi uma das minhas favoritas. Os personagens são bem elaborados e possuem cores características que facilitam sua identificação. Durante toda a minha experiência, tanto no Steam Deck quanto no PC, não enfrentei problemas de performance ou bugs, garantindo uma jogabilidade tranquila.
No quesito trilha sonora, o CODE Bunny oferece músicas interessantes, embora nenhuma seja tão memorável a ponto de entrar na sua playlist do Spotify. Ainda assim, elas são competentes o suficiente para manter o jogador imerso, especialmente nas batalhas contra chefes. O design de som é decente, com golpes dos personagens e inimigos emitindo sons únicos e característicos, que ajudam a diferenciar as ações em combate.
Em termos de acessibilidade, não há muito a ser detalhado. A ausência de um seletor de dificuldade pode desagradar alguns jogadores, mas o jogo não é extremamente difícil. Ele apenas exige que o jogador entenda e refine o uso das mecânicas de combate e movimentação. Felizmente, as fases contam com diversos checkpoints, o que reduz a frustração causada por mortes frequentes. Além disso, é possível remapear todos os comandos, permitindo uma certa personalização da experiência.
O Review
CODE Bunny
CODE Bunny é um jogo de ação e plataforma 2D com gráficos pixelados charmosos e fases únicas. Axel e Hazel, os protagonistas, apresentam uma jogabilidade distinta e divertida, acompanhado por uma história envolvente.
PRÓS
- Jogabilidade ágil e divertida
- Level Design bem elaborado
- Chefes desafiadores