Elsie é um jogo roguelike desenvolvido pela Knight Shift Games que desde o início mostra sua inspiração clara no clássico da Capcom, Megaman. Recentemente, tive a oportunidade de mergulhar em sua jogabilidade e avaliar os pontos positivos e negativos dessa aventura que mistura ação e plataforma em um ambiente retrô.
Um pouco sobre a história
A narrativa de Elsie se passa em Ekis, um planeta repleto de recursos naturais e inovações científicas, mas assolado por desastres naturais constantes. É nesse cenário que conhecemos a Dra. Grey, uma cientista brilhante que criou androides avançados chamados “Guardiões” para combater essas calamidades. Porém, em um revés previsível, os Guardiões se voltam contra sua criadora, forçando-a a escapar e usar seus últimos recursos para criar Elsie, a última androide capaz de impedir que os Guardiões consigam o Núcleo Cintilante.
A história, apesar de interessante à primeira vista, acaba sendo genérica e cheia de clichês que remetem diretamente à franquia Megaman. Isso, porém, não é exatamente um problema para os fãs do gênero, já que o foco maior está na jogabilidade.
Mecânicas e Desafios
Elsie possui uma jogabilidade ágil e repleta de ação. A personagem principal dispõe de várias habilidades, incluindo ataques com armas, dash e um sistema de parry. O parry, quando executado no momento exato, causa dano maior aos inimigos e chefes. No entanto, a janela de tempo para acertá-lo é muito estreita, tornando seu uso um risco que nem sempre vale a pena. Essa característica acaba frustrando alguns jogadores, já que a mecânica poderia ser mais amigável, permitindo que a jogabilidade flua de forma mais satisfatória.
Como um bom roguelike, os recursos estão espalhados pelas fases e cabe ao jogador decidir a melhor forma de utilizá-los. No entanto, aqui encontramos um dos problemas do jogo: a falta de variedade nas fases. Após algumas horas, os cenários se tornam repetitivos, o que vai contra a essência dos roguelikes, que geralmente oferecem ambientes dinâmicos para tornar cada partida única.
Visual e trilha sonora
Visualmente, Elsie é um deleite para os olhos. O estilo pixel art adotado lembra os jogos clássicos dos anos 90, com personagens e inimigos bem desenhados. Apesar disso, o design das fases não impressiona. Embora sejam bem feitos, faltou um toque extra de criatividade para que fossem memoráveis e mais empolgantes.
Já a trilha sonora deixa a desejar. Em jogos roguelike, nos quais é comum repetir fases várias vezes, uma trilha envolvente e variada é essencial para não cansar o jogador. Infelizmente, o som em Elsie torna-se repetitivo e exaustivo, a ponto de eu optar por desligá-lo após um tempo.
Funcionalidades extras e acessibilidade
Elsie apresenta algumas características positivas, como a possibilidade de jogar com qualquer controle no PC, facilitando a vida de quem prefere usar joysticks em vez do teclado. Além disso, o jogo possui legendas em português do Brasil, algo muito bem-vindo para ajudar a compreender a história e os diálogos do jogo.
Vale a pena jogar?
Elsie é um jogo que entrega diversão para os fãs de Megaman e amantes de roguelikes com desafios de plataforma. No entanto, ele chega ao mercado sem trazer grandes inovações, seguindo uma fórmula conhecida e sem se arriscar em novidades. A história simples, a repetição dos cenários e a trilha sonora cansativa são pontos que impedem o jogo de alcançar um patamar mais elevado. Ainda assim, seu visual nostálgico e algumas mecânicas de jogabilidade conseguem cativar, garantindo uma experiência agradável para quem busca um passatempo clássico.
Uma cópia de Elsie para PC foi gentilmente cedida pela Playtonic Games e a Agência Masamune para a realização desa análise.