A nova expansão do criticamente aclamado MMORPG Final Fantasy XIV, Dawntrail, finalmente está entre nós. Após meses de espera, finalmente poderemos conhecer o que nos aguardava do outro lado do oceano, na região de Tural, que até então era conhecida apenas como ”O Novo Mundo”.
Com Dawntrail, a Square Enix prometeu um conteúdo de história mais ”relax”, funcionando como o ”episódio da praia” do MMO. No lugar de perigos que ameaçavam a destruição de todo o planeta (e até mesmo de vários), temos aqui uma viagem ao desconhecido, deixando de lado o lado ”Warrior of Light” de nosso personagem, aproveitando mais a persona ”Aventureiro”. Mas será que toda a espera valeu a pena? Confira agora na nossa análise completa de Final Fantasy XIV: Dawntrail.
Review completa de Dawntrail, nova expansão de Final Fantasy XIV
Você já ouviu falar no criticamente aclamado MMORPG Final Fantasy XIV…

Primeiramente, é necessário esclarecer algumas potenciais dúvidas que alguns jogadores podem ter em relação a Final Fantasy XIV. Apesar de ser um Final Fantasy numerado e da franquia principal, FF XIV não é um Final Fantasy single-player convencional, como Final Fantasy XVI ou Final Fantasy 7 Rebirth. Final Fantasy XIV se trata de um MMORPG (Massive Multiplayer Online RPG), trazendo todos os elementos que fazem um Final Fantasy para um ambiente 100% online.
Embora a ideia pareça estranha, XIV não foi a primeira empreitada, já que Final Fantasy XI, para o PS2 (sim, PS2), também se tratava de um MMO, claro, seguindo os moldes e limitações da época.
Em outras palavras, apesar de existirem maneiras de se jogar ”solo”, na qual detalharemos durante a review, não é possível jogar FF XIV de modo offline.
Com essas potenciais dúvidas respondidas, vamos começar nossa viagem pelo Novo Mundo de Tural!
My home, Tural!

Após evitar o fim do mundo em Endwalker, nosso Warrior of Light se vê novamente na posição de um simples aventureiro, longe das ameaças que ameaçavam todo o planeta e livre das ”amarras” que a guerra entre Hydaelin e Zodiark colocavam sobre o mesmo. Enquanto decidia o rumo de sua próxima aventura durante os patchs 6.4 e 6.5, uma nova aliada chegou a Eorzea e lhe fez um pedido irrecusável.
Chamada Wuk Lamat, a carismática Hrotgar alega ser de Tural, a tão comentada região conhecida apenas como ”O Novo Mundo” pelos habitantes de Eorzea. Seu objetivo em Eorzea é bem simples: encontrar aliados para ajudá-la a vencer o ritual de sucessão do trono de Tural.

Os planos de Wuk Lamat coincidem com as recentes descobertas de Krile, que, por acaso, encontrou pistas sobre seus pais. Tais pistas levam a crer que não apenas seus pais, mas também seu avô, possuem algum tipo de laço com o reino de Tural e uma tal ”Cidade de Ouro”, se tornando mais uma motivação para a jornada.

Acompanhado De Wuk Lamat, dos gêmeos Alphinaud e Alisaie e Erenville, um Viera nascido em Tural que conhecemos durante nossa jornada em Endwalker, nosso Warrior of Light parte para um nova jornada, rumo ao desconhecido Novo Mundo em busca da Cidade de Ouro.
Sendo essencialmente a representação das Américas dentro do universo de Final Fantasy XIV, o reino de Tural captura extremamente bem elementos que diferenciam as diferentes culturas e civilizações que habitaram e ainda habitam as regiões da América Central e América do Norte.
Logo de cara podemos observar fortes inspirações em civilizações antigas como os Maias, principalmente no que se diz respeito a estruturas e construções antigas. Mas as inspirações não se restringem ao passado, já que as vestimentas dos habitantes remetem muito a vestimentas típicas mexicanas e de outros povo originários da região, além de claro, finalmente trazer tacos e fruta do conde para o universo de FF XIV.


Passando por cidades antigas, desertos, lindas florestas e outras surpresinhas, principalmente para fãs de outros títulos da série, nossa jornada por Tural pode ser considerada uma das mais variadas entre todas as expansões de Final Fantasy XIV, com mapas únicos e extremamente lindos. Claro, o update gráfico que acompanha o lançamento de Dawntrail pode ter ajudado a causar essa impressão, mas as paisagens e diversidade de cenários são realmente impressionantes.
Por vezes eu simplesmente me via obrigado a parar o que estava fazendo apenas para admirar a paisagem ao meu redor, o que não costuma ser muito comum em outros MMOs.


O que eu quero mais, é ser rainha…

Apesar de ser um MMORPG, Final Fantasy XIV Dawntrail ainda é um título principal de Final Fantasy, o que significa que a história é um dos elementos principais do jogo. Dawntrail tem a difícil missão de iniciar um novo arco de história do MMO, que encerrou seu primeiro arco que durou mais de 10 anos em Endwalker.
No lugar de intrigas políticas e potencial destruição do planeta, Dawntrail nos traz uma história muito mais leve, servindo de fato como uma jornada de férias para o nosso personagem. Essa não é a única mudança na estrutura do roteiro da expansão, já que pela primeira vez desde A Realm Reborn, não somos o protagonista da história, tendo uma função de mentor para o verdadeiro protagonista de Dawntrail: Wuk Lamat.
Apesar de arriscada, a decisão de dar destaque a personagens que não sejam o nosso WoL foi extremamente acertada, dado todo o contexto de que estamos em Tural apenas como aventureiros, em um aventura mais descompromissada. Através de Wuk Lamat, somos introduzidos a cultura de Tural, aprendendo mais sobre seus costumes, civilizações e intrigas políticas.
Personagens já conhecidos também ganham destaque, como Krile, que finalmente tomou uma posição mais ativa na história. Trocando para a classe Pictomancer (!!!!) e demonstrando suas habilidades de combate, Krile tem um papel fundamental na história, sendo um dos grandes motores para o desenrolar da aventura.

Outros scions como Thancred e Urianger também marcam presença, embora não tenham tanto destaque como Krile, Erenville, Wuk Lamat e os novos personagens introduzidos em Dawntrail.
Claro, o fato de não sermos o foco pode desagradar alguns, que esperavam uma estrutura mais próxima ao que fora apresentado nas expansões anteriores, mas se a ideia de Dawntrail era dar um ”fresh start” para essa nova fase do MMO, mudanças no roteiro também seriam necessárias.
Com roteiro de Natsuko Ishikawa (Shadowbringers, Endwalker), Final Fantasy XIV: Dawntrail traz uma história cheia de altos e baixos, com momentos extremamente emocionantes e empolgantes, mas também repleta de momentos monótonos. Apesar de cumprir muito bem o papel de começar uma nova aventura, a sensação que fica é que a quantidade de quests e mini-tramas do roteiro principal poderia ser diminuída em uns 20% sem afetar o plot.

Apesar de tais problemas existirem em expansões anteriores, a falta de um senso de urgência da trama principal acaba destacando ainda mais esses momentos ”fillers” da história, com fetch quests e personagens que parecem estar ali unicamente para esticar o roteiro. Apesar desses problemas pontuais, Dawntrail me ganhou de uma forma que eu honestamente não esperava. Claro, nem de longe a história de Dawntrail chega ao nível de Shadowbringers, que pra mim, continua intocável como a melhor história de toda a franquia, porém, a nova expansão cumpre bem o seu papel de iniciar um novo arco de histórias que deve durar mais alguns anos.
Novas Classes
Como em todas as expansões, Dawntrail traz para o jogo duas novas classes, dessa vez sendo duas classes DPS. Confira ambas em detalhes:
Viper

Sendo uma classes de DPS corpo-a-corpo, Viper faz uso de ataques extremamente rápidos e precisos, exigindo que o jogador mantenha sua rotação de habilidades em dia para causar o máximo de dano. Apesar de ser considerada uma classes ”ocupada” pela quantidade de habilidades em que o jogador usa durante uma rotação de skills e posicionais em seu kit, Viper é uma das classes do jogo mais amigáveis para jogadores de controle, não ocupando tanto espaço da hotbar.
Seguindo uma nova linha de design de classes em que ”une” suas habilidades principais em um único botão, apenas mudando a habilidade ativa no momento, Viper pode ser considerado uma classe para jogadores que já tenham uma certa experiência com classes corpo-a-corpo.
Atualmente figurando como o DPS corpo-a-corpo com maior dano do jogo, segundo raiders de alto nível, Viper promete tomar para si o meta para os próximos tiers de raid da expansão, podendo se tornar o novo queridinho dos jogadores hardcore.
Pictomancer
Já a nova classe mágica, Pictomancer, faz uso da criatividade de seu usuário, dando vida a arte para causar dano em seus inimigos. Das duas classes novas, Pictomancer acaba sendo o DPS mais complexo, já que sua administração de recursos pode ser um pouco complicada para jogadores novatos.
Apesar disso, a nova classe mágica de FF XIV é considerada atualmente como o MELHOR DPS de todo o jogo, superando classes como Black Mage e Samurai. Em minhas conversas com jogadores de alto nível especialistas em classes mágicas, a decisão é unanime: Pictomancer é, disparado, o DPS mágico mais forte de todo o jogo, mas também o mais divertido, unindo o útil ao agradável.
Sistemas de jogo, mudanças e update gráfico
Se tratando de um MMO, Final Fantasy XIV: Dawntrail oferece uma série de desafios que devem ser enfrentados em grupo, como dungeons, trails e as famosas raids. Variando de conteúdos que vão de grupos de 4 jogadores para até 24 jogadores, Final Fantasy XIV oferece uma quantidade massiva de conteúdo para jogadores retornantes e novatos.
Porém, pensando em jogadores que preferem jogar sozinhos, Final Fantasy XIV oferece o sistema de Duty Support, que possibilita que jogadores possam jogar todas as dungeons principais com NPCs, sem precisar interagir com outros jogadores ou esperar em filas de matchmaking. Algumas trials selecionadas de Endwalker e Dawntrail também fazem uso do sistema, tornando o MMO ainda mais atrativo para fãs da franquia que não sejam muito do tipo social.

Conforme prometido por Yoshida durante as FanFest no ano passado, a nova filosofia de design para bosses de dungeons realmente elevou e muito a dificuldades dos chefes. Se tratando de uma reclamação recorrente durante Shadowbringers e Endwalkers, Dawntrail finalmente traz mecânicas extremamente interessantes para conteúdos considerados ”casuais”, chegando a até mesmo colocar mecânicas vistas em raids hardcore.
As trials também apresentam mecânicas extremamente desafiadoras, mesmo em sua dificuldade ”normal”, se tornando um desafio extremamente divertido para raiders experientes e jogadores mais casuais. Apesar do novo tier de raid ainda não estar disponível, tais melhorias nos chefes de dungeons e trials demonstram que as raids de Arcadion tem um grande potencial, podendo ser o desafio que raiders de alto nível tanto pediram.
Além das melhorias para o sistema de batalha, Dawntrail também trouxe o tão aguardado update gráfico para Final Fantasy XIV. Com novas texturas e um novo sistema de iluminação, Eorzea está mais linda do que nunca.
Com personagens extremamente bem modelados, roupas cheias de detalhes e efeitos de iluminação de cair o queixo, o update gráfico era a melhoria que FF XIV tanto precisava. Diferente do que alguns imaginavam, a performance do jogo acabou não sendo tão afetada, mantendo a acessibilidade que um MMO precisa.



Aumente o volume, Soken está na casa
Novamente, Final Fantasy XIV se destaca com sua trilha sonora extremamente marcante. Composta por Masayoshi Soken, toda a trilha sonora de Dawntrail pode ser considerada uma obra prima, consolidando Soken como um dos maiores compositores de videogames da historia.
Com trilhas que vão de épicos com coro angelical, batidas que acenam mais para o pop, ritmos que lembram flamenco e batidas de rock mais pesadas, a variedade de gêneros misturados em Dawntrail se torna um presente aos ouvidos, criando a atmosfera perfeita para todos os novos mapas da expansão, dungeons, trials e momentos de tensão da história.
Venha para Tural você tambem!

Eu já considerava Final Fantasy XIV um título obrigatório para fãs da franquia desde Shadowbringers, dada a sua qualidade de história e a quantidade de fanservice extremamente recompensadora. Porém, com a chegada de Dawntrail, essa indicação ganha ainda mais força, colocando o XIV de vez nas discussões entre os melhores Final Fantasy de todos os tempos.
Com uma quantidade de conteúdo extremamente massiva, Final Fantasy XIV: Dawntrail pode potencialmente ser o único jogo que você irá jogar por meses, e ainda sim irá descobrir coisas novas para se fazer.
O fato de FF XIV possuir um free trial que permite que os jogadores experienciem todo o jogo base e as expansões Heavensward e Stormblood sem limite de tempo de jogo, torna o pacote ainda mais interessante, dando a oportunidade para que novos jogadores experimentem tudo o que o MMO tem a oferecer.
Se interessou por FF XIV mas não sabe por onde começar? Fica tranquilo, pois a comunidade de FF XIV é extremamente receptiva a novos jogadores! Comunidades como a Moogle’s Cave e o discord da Baitzkrieg ficarão mais do que felizes em te receber e ajudar em sua jornada por Eorzea!
Não há momento melhor para iniciar sua jornada em Final Fantasy XIV do que agora!

Essa análise foi escrita através de uma cópia de Final Fantasy XIV: Dawntrail gentilmente cedida pela Square Enix.