God of War, uma das maiores franquias exclusivas da Sony, teve início em 22 de março de 2005, sendo o primeiro jogo lançado para o PlayStation 2. Desde então, o famoso Kratos se tornou uma das figuras mais importantes da empresa. Os jogos da franquia se tornaram icônicos, tanto pelo enredo minuciosamente elaborado e criativo, quando pela mecânica de jogo frenética e finalizações viscerais (literalmente). Kratos não poupava força e brutalidade ao dilacerar seus inimigos, fossem eles portentosos gigantes ou soldados undeads em um navio prestes a naufragar.
Após o primeiro título da franquia, outros jogos se seguiram, sendo estes lançados para o Playstation 3, PSP e remasterizações para Ps Vita. Poucas modificações ou inovações foram acrescidos à mecânica de jogo, porém a evolução do enredo associado a uma jogabilidade refinada e já bem estabelecida foram mais que o suficiente para manter a legião de fãs avidas pelos próximos lançamentos da franquia. E foi em 2018, pensado para a geração atual, e em um público mais maduro, que God of War tomou novos rumos, trazendo inovações que marcam um ponto de ruptura definitivo entre este e os demais jogos da franquia. Mas será que toda essa nova abordagem e mudança na mecânica do jogo foi o suficiente para agradar os fieis seguidores do deus da guerra?
Muitos questionaram que o novo God of War poderia perder a essência e fugir demasiadamente da experiência satisfatória com a qual estavam habituados, já outros, apostaram na Santa Monica Studios (estúdio desenvolvedor) e mantiveram-se positivos com as modificações propostas, ansiando por usufruir ao máximo de poder que o PlayStation 4 pode oferecer.
Introdução
Neste novo God of War, ambientado na mitologia nórdica, acompanhamos a jornada de Kratos e seu filho, Atreus. Os ensinamentos de Atreus começam cedo, sendo sua relação com Kratos um dos pilares fundamentais do enredo. Kratos ensinará a Atreus como agir em determinadas situações de combate e até mesmo métodos de caça e sobrevivência. A relação entre o pai e o filho é bem construída, sendo um dos pontos mais importantes para o enredo do jogo. Atreus apresenta uma personalidade sensível e insegura, ao passo que Kratos é frio e objetivo e esse choque é marcante na jornada de aprendizado do garoto. Essa diferença é notavelmente verossímil durante os diálogos, onde o garoto muitas vezes se sente mal ou se enfurece por não ter feito ou agido da maneira que seu pai havia lhe ensinado.
Kratos, o “Deus da Guerra”, agora com expressão de mais velho e experiente por tudo que passou, esconde do seu filho toda sua origem e história, e tem como objetivo principal cumprir com o desejo de sua esposa (mãe do Atreus), levar as cinzas dela para o local mais alto do reino, além de proteger seu filho dos perigos que irão encontrar durante sua jornada, tornando-o mais experiente e maduro para seu futuro destino.
Gráficos
O que dizer do gráfico deste jogo? Simplesmente incrível, o trabalho feito pela equipe de design da Santa Monica Studios é impressionante. Os detalhes nas chamas, a textura das águas e principalmente os detalhes e expressões dos protagonistas são impecáveis. Tudo se torna muito lindo a ponto do jogador não conseguir dar sequência na história, passando horas admirando o belo cenário presente no jogo.
Se você possui um monitor ou TV com sistema sistema HDR ou até mesmo 4K, com certeza terá uma experiência visual muito melhor e poderá conferir a beleza do jogo em máxima definição.
Sonoplastia
Os áudios e efeitos sonoros do jogo são muito realistas, tornando a experiência do jogador satisfatoriamente imersiva, principalmente se você possuir um headset gamer, a sensação de estar vivendo aqueles momentos junto aos personagens se tornará muito mais real e impactante.
A dublagem em Português do Brasil do Kratos (realizada por Ricardo Juarez) e a de Atreus (representada pela voz do jovem Felipe Volpato) estão excelentes, e são fundamentais para que a experiência de jogo seja completa para nós brasileiros!
Jogabilidade
A jogabilidade é refinada e satisfatória, controlar Kratos, e em momentos de confronto, exercer funções por intermédio de Atreus, parece natural e ocorre de maneira fluida até para os mais inexperientes. Durante os combates, os movimentos de ataque e/ou defesa apresentam uma física impecável, onde os ataques de Kratos são lentos e pesado, ao passo que Atreus se movimenta com a fluidez de uma criança. Tudo funciona a contento, a jogabilidade ocorre de maneira correta, onde não é observada a presença de qualquer travamento ou bug que possa te atrapalhar durante o combate ou parkour.
Pontos Positivos
Sistema de RPG: Como novidade para a franquia, agora você poderá aprimorar os equipamentos do Kratos (armaduras e armas), através do Ferreiro Brok (que você conhecerá durante a história), ele poderá aperfeiçoar seus equipamentos, ou até mesmo, vender novas armaduras para o Kratos em troca de recursos e Hacksilver, as moedas do jogo. Além disso é possível habilitar novas habilidades para ambos os personagens, a custo do XP acumulado durante o jogo.
Nova mecânica de combate: Nos primeiros jogos, o combate se resumia na combinação e sequência de botões pressionados para conseguir realizar combos e ataques brutais, e aqui ocorrem as mudanças mais drásticas na franquia. Neste novo “God of War” as lutas se assemelham muito a jogos como “Dark Souls” e “Bloodborne”, onde é preciso atacar e saber o momento correto para se defender.
História: O game possui um enredo denso e bem construído, conseguindo manter o jogador atento do início ao fim, e continua sendo a melhor constante da franquia.
Exploração: A exploração é um dos fatores mais importantes, isso devido a quantidade de baús e colecionáveis espalhados pelo mapa do jogo, sendo muitas vezes necessário seguir um caminho alternativo para encontra-los. Nos baús você encontrará os recursos necessários para aumentar a saúde do Kratos, e até mesmo fortalecer o Machado Leviatã dentre outros itens uteis.

Pontos Negativos
Pouca diversidade de inimigos: Durante boa parte da campanha principal, você encontrará sempre os mesmos inimigos ou com pequenas características que os diferencie. A falta de diversidade de inimigos, pode tornar o jogo cansativo e redundante, durante longas seções de jogatina.
Poucos chefes durante a campanha principal: Do início ao fim da campanha principal, você não encontrará tantos chefes para derrotar. Porém existem chefes secundários em regiões não exploradas.
Conclusão
God of War conseguiu superar as expectativas, e continua no hall dos melhores exclusivos para PlayStation 4. Deixou de ser um jogo apenas de lutas e combates frenéticos, para apresentar uma jogabilidade mais elaborada e satisfatoriamente madura, exigindo mais do jogador. A riqueza do enredo, conteúdos e diversidades, associada na medida correta a puzzles e locais para exploração, são satisfatoriamente recompensadores, e motivam o jogador a busca-los.
O trabalho feito pela Sony e Santa Monica Studios foi muito bem cuidado, recebendo a atenção que merecia para agradar aos fãs e toda a comunidade do PlayStation com essa grande obra-prima.
SUPER RECOMENDO JOGA-LO!