Horizon Zero Dawn tem um lugar especial no meu coração desde seu anúncio. Afinal, qual criança que cresceu amando Jurassic Park, não viraria um adulto que olha para o anúncio de um jogo com dinossauros robôs e não acha aquilo a coisa mais genial do mundo? Além disso, o título foi um dos jogos mais bonitos do PlayStation 4 na época.
Quando rumores surgiram de uma remasterização do título, muitos se questionaram quanto a necessidade, já que o original havia envelhecido muito bem, obrigada, e o PlayStation 5 felizmente possui retrocompatibilidade. Provavelmente, isso foi o que mais motivou a Nixxes, responsável pelo remaster, a cuidar de cada mínimo detalhe do exuberante mundo de Horizon Zero Dawn Remastered.
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Os cenários de Horizon Zero Dawn sempre foram um espetáculo à parte. Em um mundo basicamente intocado pelo homem, com poucos vestígios de ruínas do que um dia já foi a nossa civilização, o mapa do jogo é tomado pela natureza, e uma natureza muito bem feita. A Nixxes teve um cuidado especial com a folhagem do jogo, com eles mesmos relatando que voltaram nas artes conceituais originais da Guerrilla Games para trazer essa fidelidade original.
As cores também foram modificadas e estão mais vivas, enquanto o jogo original parecia puxar sempre para tons mais quentes, utilizando bastante do amarelo até mesmo nas plantas, o remaster se preocupa em trazer cores mais “reais”. As plantas em sua maioria realmente são verdes, e o jogo não traz mais aquela sensação de ter um filtro amarelado na imagem. A excelente iluminação também colabora para isso.
Em Horizon Zero Dawn Remastered, gráficos foram melhorados, física dos cabelos e roupa de Aloy ficaram mais próximas da física vista em Forbidden West. Os personagens ficam com efeitos do clima até mesmo em suas roupas, e principalmente: até mesmo os NPCs estão mais vivos. 10 horas de novas movimentações de diálogo foram adicionados ao jogo, para dar mais naturalidade às falas dos personagens, que não são poucas ao longo do título. Além disso, mais NPCs foram adicionados aos vilarejos e cidades maiores para dar uma maior percepção de ser um lugar vivo.
O visual e a física da água também foram melhorados, um dos poucos problemas gráficos do jogo original. A remasterização melhorou os reflexos e o aspecto da água no geral, deixando com uma aparência cristalina e que realmente lembra um lago ou um rio, e não aquela aparência grossa e quase viscosa do Horizon Zero Dawn original.
A minha única crítica em relação à remasterização, se dá por conta da luz que sai dos olhos das máquinas. Durante a noite, o efeito é muito bonito e realmente parece uma lanterna azul no meio do escuro. Porém, de dia, o efeito acaba ficando muito exagerado para um ambiente que está claro por conta da luz do Sol, sem contar que o “bloom” da luz fica constantemente na sua tela, atrapalhando um pouco quando os olhos das máquinas estão direcionados para a câmera.
No geral, o objetivo da remasterização era deixar Horizon Zero Dawn com visuais próximos de Horizon Forbidden West, e a Nixxes fez um excelente trabalho. Graficamente falando, o trabalho lembra um pouco do que foi feito no remaster de Crisis Core: Final Fantasy VII, jogo originalmente de PSP e que foi relançado para PlayStation 4 em 2022, trazendo modelos e visuais que lembravam muito mais Final Fantasy VII Remake do que a sua versão original, de 2007.
De volta à quando as coisas eram mais simples
Para aqueles que ainda não jogaram o título, a história de Horizon Zero Dawn segue a protagonista Aloy, uma garota de uma tribo chamada Nora com leis bem… restritivas. Aloy foi exilada da tribo quando ainda era um bebê, só por “não ter mãe”, porque não é ruim o suficiente você ser órfã, aparentemente. Ela é criada por Rost, outro exilado da tribo mas que segue a religião e regras dos Nora à risca.
Aloy acaba encontrando em meio a ruínas, que parecem muito com construções da nossa civilização atual, um Foco, um dispositivo que é meio que um “google glass” da vida, o que a permite ter conhecimento e ver coisas que outras pessoas de sua tribo não conseguem. Anos depois, a tribo sofre um ataque por causa desse dispositivo, e a protagonista descobre que tudo isso apenas ocorreu porque ela é muito parecida com uma outra mulher mais velha e de cabelos curtos.
Desconfiando se tratar de sua mãe, Aloy parte atrás de respostas que acabam sendo não apenas sobre sua origem, mas também sobre todo o mundo que a rodeia, e o que aconteceu com a antiga civilização. Todo o universo de Horizon Zero Dawn é muito interessante, e nos faz refletir sobre as consequências de não cuidar do meio-ambiente. Rejogar o primeiro jogo também me fez refletir sobre o quanto a história da franquia se beneficia de focar nos conflitos da civilização atual, em vez de trazer pessoas do passado que viraram imortais para serem os vilões.
Mas a narrativa não é perfeita e sofre com um grave problema de ritmo, principalmente no começo, com um tutorial com Aloy criança que é mais longo do que deveria ser.
Derrotando máquinas e humanos
O combate de Horizon Zero Dawn é proporcionalmente divertido à dificuldade da máquina em que você está enfrentando. Os robôs mais poderosos pedem estratégias, como saber em qual fraqueza atirar para derrubar seus componentes e utilizar das diversas armas que o jogo fornece, como a que permite colocar armadilhas no chão, ou que permite prender as máquinas com cordas. Aloy até tem uma lança, mas definitivamente não é uma boa ideia usá-la contra esses tipos de inimigos.
Máquinas mais fracas podem ser facilmente derrotadas com o stealth, ou apenas dando alguns poucos ataques em seus pontos fracos, como nos olhos. A parte mais chatinha do combate é quando Aloy precisa enfrentar humanos, já que não necessita de muita estratégia e não é interessante.
Para se movimentar pelo mapa, Aloy pode dominar algumas máquinas como montaria. A protagonista também pode escalar, e o sistema é um dos mais fluídos da indústria até hoje, com belas animações e sem causar dores de cabeça.
As missões secundárias não são nenhum primor, e terá momentos do jogo em que várias delas aparecerão, sem necessariamente entregarem uma recompensa que faça valer a pena. Talvez o maior problema de Horizon Zero Dawn seja a escala de seu mapa, que é tão grande que acaba passando uma sensação de vazio às vezes.
O jogo conta com um modo resolução, colocando a imagem a 4K, e um modo performance, que faz Horizon Zero Dawn rodar perfeitamente a 60 fps. Apenas bugs mínimos de colisão com o cenário foram encontrados durante o tempo de jogo para esta review.
Os sons são essenciais para o clima tribal
O design de áudio de Horizon Zero Dawn é maravilhoso, os sons são todos bem executados, e é possível ouvir cada passo das gigantes máquinas presentes no título. É como se desse pra ouvir os mecanismos dentro dos robôs se mexendo para poder executar os movimentos. O áudio da natureza também não fica para trás, com efeitos de vento e chuva sendo realizados de forma fantástica.
A trilha sonora também é imersiva, e muito próxima de músicas tribais, dando o clima correto para o universo que Aloy habita.
Tribos também se preocupam com a acessibilidade
Horizon Zero Dawn conta com uma robusta gama de opções de acessibilidade, principalmente no que se diz em poder mexer em alguns comandos, como decidir se para agachar é só pressionar o botão ou segurar. O jogo também tem opções para melhorar a execução da câmera e da mira, e até mesmo existe a opção de ligar um efeito de som que tocará toda vez que um prompt de ação aparecer na tela.
É possível mexer no ícone de navegação, fazendo com que o ícone apareça mais próximo de Aloy e com mais frequência, melhorando como é mostrado o caminho para se chegar até o local da quest. Existem também opções para melhorar a legenda, como aumentar o seu tamanho ou colocar uma barra preta atrás para melhor visualização.
O jogo está 100% em português.
Essa análise foi feita graças à uma cópia enviada pela PlayStation, muito obrigada!
O Review
Horizon Zero Dawn Remastered
Horizon Zero Dawn Remastered é uma excelente opção para aqueles que ainda não experimentaram o jogo, podendo aproveitá-lo na sua melhor versão, e também para os fãs que querem reviver a primeira aventura de Aloy, com um upgrade relativamente barato. Mas fora a melhoria gráfica e de movimentação de NPCs, não traz nada de novo, mantendo praticamente as mesmas qualidades e problemas do jogo original.
PRÓS
- Gráficos excelentes
- Combate divertido contra máquinas grandes
- Universo bem construído
CONTRAS
- Problemas de ritmo na história
- Combate contra humanos é entediante
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