Eu admito: não joguei o primeiro Lost in Random, mas assim que surgiu a oportunidade de analisar esse spin-off com foco em roguelike, fiquei bastante interessado. Sim, este é mais um indie roguelike, mas a pergunta que fica é: será que ele traz novidades suficientes para se destacar em um gênero que estão ficando tão saturado? Vamos descobrir nesta review.
Universo rico e história divertida
A trama de Lost in Random: The Eternal Die começa logo após os eventos do primeiro jogo, mas não se preocupe: não é necessário ter jogado o anterior para entender o que está acontecendo. Eu mesmo comecei assim, sem conhecer a história original. Aqui, assumimos o papel de Aleksandra, que é aprisionada em uma espécie de nova dimensão por um vilão chamado Tormento que é um “Maldado” (sim, você leu direito), que busca corromper tudo o que ela conhece sobre o Reino de Random, distorcendo o equilíbrio e a punindo.
Logo partimos em uma jornada ao lado de nosso companheiro Fortuna, um dado mágico, para impedir essa ameaça. Será um grande teste de habilidade e, claro, de sorte. Para ser honesto, a história não é o ponto mais memorável deste pacote, mas sim a construção de mundo, que é extremamente criativa. O universo mistura fantasia com elementos de sorte de forma única e cativante.
A narrativa de Lost in Random: The Eternal Die é contada por meio de poucas cutscenes e, principalmente, através de diálogos entre os personagens, que mudam a cada nova run. Isso mantém a experiência fresca, revelando novos detalhes e expandindo a trama de maneira sutil, mas eficiente.
Uma jogabilidade com sorte e diversão
O que realmente prende o jogador, porém, é o combate. Em Lost in Random: The Eternal Die, temos um jogo de ação com visão isométrica, onde controlamos Aleksandra em um sistema ágil, mas profundo, com forte ênfase em risco e recompensa. Contamos com quatro armas principais: espada, lança, arco e maça. Cada uma pode ser aprimorada com cartas e relíquias, que adicionam efeitos elementais e habilidades extras, transformando completamente a dinâmica de combate.
Sorte e azar não costumam ser os pilares centrais de roguelikes, afinal, a ideia é que qualquer build possa levá-lo até o final , mas aqui a sorte faz parte do universo e das mecânicas do jogo. Fortuna, nosso companheiro dado, pode ser usado para liberar habilidades de dano em área, mas há um detalhe importante: ao ativá-lo, rola-se um dado de seis lados, e quanto maior o número, mais poderosos são os efeitos. É uma ideia simples, mas extremamente bem pensada. Ela traz tensão e emoção para cada momento de combate, e reforça a identidade do jogo como uma celebração da aleatoriedade.
O jogo nos leva por quatro biomas distintos, cada um com inimigos próprios, segredos e um chefe final. O elenco de inimigos é variado e bem projetado, sempre testando sua habilidade e sua sorte. O gameplay é viciante, com controles ágeis, boa resposta e um número impressionante de mais de 100 relíquias únicas, que incentivam diferentes estratégias. Variedade e qualidade são, sem dúvida, os pilares aqui.
Sistemas de progressão
Lost in Random:The Eternal Die traz uma boa variedade de sistemas de progressão que se complementam. Há modificadores temporários e também melhorias permanentes, garantindo que suas runs fiquem cada vez mais fáceis conforme você avança.
Ao retornar ao HUB central chamado de santuário, encontramos personagens secundários com missões opcionais que rendem “Brasas”, o recurso usado para melhorar as armas. Essas melhorias permanentes, aliadas às relíquias coletadas em cada sala, tornam a progressão altamente personalizável.
Cada relíquia tem efeitos únicos: aumento de dano físico, mais sorte, resistência a elementos e muito mais. Embora o sistema pareça robusto, ele é simples na prática e recompensador por conta da liberdade que oferece na criação de builds. Você realmente sente que pode jogar do seu jeito.
Perfeição técnica e artística
Visualmente, Lost in Random:The Eternal Die é um espetáculo. Não por gráficos ultra-realistas, mas por uma direção de arte incrivelmente única, criativa e carismática. O estilo visual brinca com a estética de dados e aleatoriedade, criando um universo que é tão bonito quanto memorável. Os cenários, personagens, inimigos, menus e chefes demonstram um cuidado impressionante com os detalhes. Tudo tem identidade, tudo parece vivo. A arte aqui não só complementa o jogo, ela o define.
No quesito técnico, testei tanto no PC quanto no Steam Deck, e não encontrei nenhum problema: sem bugs, travamentos ou crashes. Lost in Random: The Eternal Die roda liso, o que mostra o cuidado da equipe com o port.
Vale destacar também as opções de acessibilidade: o jogo possui legendas em português do Brasil e um seletor de dificuldade. As mudanças não afetam a estrutura do jogo, apenas alteram o dano recebido pelos inimigos, o que torna a experiência mais acessível para quem só quer curtir algumas runs tranquilamente. Além disso tem como eliminar tremor de tela, aumentar legenda, ampliar o mapa e muitos outros elementos.
Lost in Random: The Eternal Die vale a pena?
Com certeza. Se você é fã de roguelikes ou roguelites, Lost in Random:The Eternal Die é uma recomendação fácil. O jogo acerta em cheio nos pilares do gênero, somando isso a um universo criativo, mecânicas inteligentes e uma construção de mundo envolvente. A história motiva o suficiente, o combate é divertido e variado, e as possibilidades de builds são excelentes. Em um mar de roguelikes genéricos, Lost in Random: The Eternal Die é aquele que você tira da pilha para não largar mais.
O Review
Lost in Random: The Eternal Die
Lost in Random: The Eternal Die é um roguelike de ação com visão isométrica que se destaca pela originalidade do seu universo, focado em sorte, risco e escolhas estratégicas. Com combate ágil, vasta variedade de relíquias, um sistema de progressão recompensador e uma direção de arte memorável, o jogo entrega uma experiência divertida, viciante e tecnicamente sólida. Ideal para fãs do gênero, é uma grata surpresa entre os títulos independentes.
PRÓS
- Jogabilidade ágil e divertida
- Muitas possibilidades de build
- Direção de arte excelente