Monster Hunter Wilds, o novo capítulo da franquia Monster Hunter, da Capcom, era sem dúvidas um dos jogos mais aguardados do ano, já que o novo título não apenas carregava a promessa de dar início a uma nova geração de Monster Hunter, como também tinha o árduo trabalho de, pelo menos, repetir o sucesso dos jogos anteriores da franquia, Monster Hunter: World e Monster Hunter Rise.
Conforme novas informações a respeito do título foram sendo divulgados, minhas expectativas subiam para as alturas, até chegar a um ponto que eu deliberadamente evitava ao máximo acompanhar as novidades divulgadas pela Capcom, para não elevar meu hype acima do que eu considero como algo saudável.
Pois bem, cerca de 1 ano e 3 meses após seus anuncio, finalmente o dia de colocar minha long sword nas costas e me aventurar pelas Terras Proibidas de Monster Hunter Wilds chegou, dando início a uma nova jornada repleta de ação e descoberta. Quer saber o que as terras do leste escondiam? Descubra em nosso review completo de Monster Hunter Wilds!
Monster Hunter Wilds é a evolução definitiva da franquia Monster Hunter
Monster Hunter Wilds nos leva a uma expedição rumo as desconhecidas terras do leste, apelidadas de Terras Proibidas pela Guilda dos Caçadores, já que sua entrada era extremamente restrita, e segundo alguns registros, estava desabitada a muito tempo, sendo um possível ponto de refúgio para monstros ainda não catalogados pela Guilda. Porém, durante o caminho para esse território inexplorado, um fato completamente inesperado mudaria completamente o rumo dessa expedição: um garoto ferido foi encontrado em meio ao deserto da região, sinalizando que civilizações habitavam o local, contrariando os registros.
Chamado Nata, o garoto conta a Guilda que pertence a um povo nativo das Terras Proibidas, conhecidos como ”Os Protetores”, que fora recentemente atacada por um monstro, e como consequência, o garoto acabou se perdendo enquanto fugia. Tal descoberta muda completamente o objetivo da expedição, que passa a ter como prioridade descobrir o paradeiro dessa civilização para levar o garoto de volta para casa, além de entender melhor a origem desse monstro misterioso.
Para isso, um caçador (ou caçadora) extremamente experiente é chamado para acompanhar Nata durante toda a sua jornada, sendo o responsável por abater qualquer monstro que possa atentar contra a vida do jovem ou que seja um problema para o ecossistema da região: o jogador! Com essa deixa, Monster Hunter Wilds nos apresenta ao seu criador de personagem, que honestamente, é um dos mais completos e complexos que já vi, rivalizando com o de Street Fighter 6 e Dragons Dogma 2 no quesito customização.
Podemos customizar de maneira extremamente detalhada nosso personagem, como alterar o tamanho ou posição de olhos, nariz, boca, mudar a massa muscular, altura, até mesmo a maneira de andar, além de claro, dezenas e dezenas de modelos diferentes de cabelos e uma infinidade de cores. Para os jogadores que perderam horas no criador de personagem durante o período de beta 1 ou beta 2 de Monster Hunter Wilds, é possível importar os dados de seu personagem salvo diretamente dos servidores da Capcom.
Nosso Amigato também pode ser completamente customizado, com um nível reduzido de opções de customização se comparado ao de nosso caçador, porém extremamente satisfatório e que possibilita que você crie o seu parceiro de caçadas ideal!
Após finalizar a customização de seu caçador(a) e amigato, é chegada a hora de embarcar e seguir viagem rumo as Terras Proibidas de Monster Hunter Wilds!
Uma jornada pelo desconhecido
A franquia Monster Hunter nunca foi conhecida por ter um apego muito grande a seu roteiro, já que ao decorrer das gerações da franquia, a história servia mais como um pano de fundo para justificar as caçadas e algumas mecânicas de cada jogo. Monster Hunter Wilds, no entanto, resolveu ser uma virada de chave na franquia, não apenas dando mais importância ao roteiro, mas trazendo uma história que verdadeiramente prende o jogador, entregando uma experiência cinematográfica.
Nossa jornada gira em torno de Nata e dos mistérios que envolvem ”os Protetores”, que parecem ter alguma conexão com eventos estranhos que tem acontecido nas Terras Proibidas. Acompanhados de Alma, nossa ajudante e responsável por nos fornecer as missões e autorizações para abater monstros, desbravaremos as desconhecidas terras do leste, descobrindo seus biomas, outras civilizações que habitam as Terras Proibidas, e claro, as dezenas de monstros que lá habitam.
Sem entrar muito em spoilers para não estragar a experiência de nenhum caçador, o que posso afirmar é que, pela primeira vez, Monster Hunter possui uma história que mantém o jogador engajado em seu desenrolar, graças aos vários personagens de apoio como a simpática ferreira Gemma, a caçadora Olivia, e muitos outros, além de entregar bons momentos de ação, drama e até mesmo suspense.
A relação de nosso personagem com o mundo ao redor também é muito bem construída, já que nosso personagem não apenas possui falas em cutscenes, mas também é um personagem extremamente ativo na história, permitindo que o jogador se conecte de uma maneira mais natural com personagens importantes da história.
Um ponto importante e que vale a pena ser citado de forma isolada, é que a Capcom e o time de desenvolvimento Monster Hunter Wilds se preocuparam em desenvolver não apenas os personagens, mas também algumas partes da lore de Monster Hunter que eram deixadas um pouco de lado em títulos mais recentes, principalmente no que diz respeito a lore ao redor da Guilda. Wilds resgata com força o conceito de que os Caçadores só podem abater um monstro caso o mesmo represente um grande perigo para humanos ou para o ecossistema da região e não exista outra solução, adicionando um peso extra para todas as caçadas durante a história, contribuindo para muitos momentos marcantes da trama.
A história de Monster Hunter Wilds segue de maneira linear, apresentando aos poucos as mecânicas de gameplay e novos monstros conforme o desenrolar do roteiro, dando um significado para cada monstro que precisa ser caçado durante a jornada. São raras, pra não dizer nula, as vezes em que caçaremos um monstro apenas pelo calor da caçada durante os eventos da campanha principal, mostrando um amadurecimento natural da franquia nesse aspecto.
Repleta de momentos de ação, tensão e drama, a história de Monster Hunter Wilds está longe de ser perfeita, mas cumpre com maestria as duas funções que se propõe: contar uma boa história e nos introduzir ao maravilhoso e vivo mundo de Monster Hunter Wilds. Finalmente é possível dizer que sim, a história de Monster Hunter importa, e sim, jogadores que prezam mais por uma boa história do que mecânicas de grind viciantes não só podem como vão se deliciar com o que a Capcom preparou para o roteiro de Wilds!
Vamos a caçada!
Com o tópico sobre o roteiro finalizado, senhoras e senhores, lhes dou as boas-vindas ao melhor sistema de gameplay e combate de toda a franquia Monster Hunter!
Desde o seu anúncio, a Capcom prometia que Monster Hunter Wilds traria várias mudanças para os sistemas clássicos da franquia, extraindo todo o poder da atual geração de consoles para entregar uma verdadeira experiência ”next-gen” na franquia. As promessas não apenas foram cumpridas, mas foram muito além do que eu poderia ter imaginado.
Monster Hunter Wilds propõe mudanças em quase todos os sistemas clássicos de Monster Hunter, fazendo do novo jogo o título mais acessível para novos jogadores de toda a franquia. Muitos sistemas que eram considerados como uma barreira para novos jogadores foram simplificados, como deslocação pelo mapa, a forma que coletamos itens e recompensas de missões diminuindo consideravelmente a frustração que muitos novatos acabavam sofrendo nos jogos anteriores, mesmo em títulos mais recentes. Falaremos sobre essas mudanças durante o review.
A maior de todas essas mudanças e o principal destaque de Wilds é com certeza o seu sistema de estações, que traz consigo mudanças significativas para o funcionamento do clássico sistema de mapas de Monster Hunter, deixando de lado o sistema de hubs contidos e abrindo espaço para um híbrido entre hub e mundo aberto. O novo sistema de clima dinâmico introduzido através das estações afeta todos os mapas do jogo, mudando drasticamente a vegetação, clima, vida nativa, comportamento de monstros e até mesmo alterando itens que podem ser encontrados durante a exploração.
As mudanças nos mapas também afetaram a forma como podemos caçar monstros e aceitar missões, tornando MonHun Wilds o jogo mais dinâmico de toda a franquia. Apesar de seguir o clássico layout de camadas, os mapas de Wilds são extremamente abertos, funcionando como um mini mundo-aberto, com monstros entrando e saindo do mapa a todo o momento e mudanças climáticas acontecendo em tempo real.
Outra grande mudança do novo sistema, é que agora nosso acampamento agora fica localizado dentro dos mapas principais, nos permitindo localizar um monstro pelo mapa ainda dentro das instalações da Guilda e iniciar uma caça dali mesmo, sem a necessidade de passar por vários outros menus e sem telas de loading, já que tudo acontece em tempo real.
Ao selecionar um monstro no mapa, temos a opção de iniciar uma investigação que será colocada no mural de caça ou de simplesmente seguir o monstro pelo mapa, bastando provocar uma luta com o mesmo para dar início a uma caçada oficial. As recompensas de cada caçada no mapa aberto variam de acordo com cada aparição, simulando o sistema de investigações de Monster Hunter: World, porém de uma forma muito mais dinâmica e menos burocrática.
Claro, o sistema tradicional de selecionar missões através do balcão continua presente, e honestamente, será a maneira principal de caçar monstros específicos quando e onde quiser. Sim, você não leu errado, o balcão de missões agora é acessível em qualquer ponto do mapa, já que Alma, a responsável pelas missões da Guilda, nos acompanhará durante toda jornada, inclusive durante nossas explorações nos mapas e até mesmo em caçadas!
Para nos auxiliar e facilitar nossa travessia pelos grandes mapas de Monster Hunter Wilds, contaremos com a ajuda de um Seikret, uma criatura quadrúpede nativa das Terras Proibidas que foram domesticadas por uma das tribos que abitam a região, Funcionando essencialmente como nossas montarias, os Seikret não apenas nos permitem chegar até nosso destino de maneira muito mais rápida, como também podem fazer isso de maneira automática, bastando que o jogador selecione seu destino no mapa e aperte o botão de travessia automática.
Facilitando ainda mais a exploração, agora podemos recolher quase todos os recursos espalhados pelo mapa sem precisar desmontar ou sequer chegar perto de tais itens, bastando mirar em direção ao item e puxá-lo com o botão de ação.
O cooperativo online também foi expandido drasticamente, já que todos os lobbys agora não são apenas os acampamentos, mas sim todos os mapas do jogo por completo. O que significa que sim, você pode conhecer um outro caçador em um acampamento, e após 2 minutos de trocas de emotes, sair para caçarem juntos um monstro novo que acabou de aparecer no mapa, simples assim!
O sistema de SOS também está de volta, permitindo que os caçadores solicitem ajuda de outros jogadores através da rede, porém, uma grande melhoria de qualidade de vida foi incluída a mecânica cooperativa em Monster Hunter Wilds. Caso nenhum caçador atenda ao chamado, ou se por um acaso, o jogador estiver jogando no offline, NPCs se juntarão a caçada para ajudar, aperfeiçoando o que já havia sido introduzido em Monster Hunter Rise. As missões continuam tendo um máximo de até 4 jogadores em modo cooperativo.
Outra grande mudança que os novos sistemas de Wilds trouxeram, está na possibilidade de cozinharmos uma refeição completa quando quisermos em qualquer lugar do mapa, bastando utilizando nossa grelha portátil para isso. Infelizmente, a nova mecânica acabou tirando de cena os amigatos cozinheiros, mas honestamente, foi uma troca justa e uma melhoria de qualidade de vida enorme.
Ao invés de simplesmente selecionar um prato do menu ou de montar o nosso dango como em Rise, usamos ingredientes colhidos durantes nossas explorações e caçadas, como carne, peixes, vegetais, e outros ingredientes. Cada ingrediente adiciona um buff diferente a sua refeição, possibilitando que o jogador escolha os ingredientes de acordo com sua necessidade para a caçada. Porém, fique de olho, já que a cutscene da refeição sendo preparada acontece totalmente em tempo real, o que significa que cozinhar perto de monstros pode não ser uma experiência muito agradável.
Todos esses novos sistemas, principalmente a mecânica de estações e mudanças climáticas brilham ainda mais durante as caçadas de Ranque Alto, que não detalharemos nesse review para evitar spoilers. Mas fiquem tranquilos, o endgame de Monster Hunter Wilds não só existe, como vai te manter preso ao título por muitas e muitas horas.
E por falar em mecânicas que podem prender o jogador…
Mecânicas de combate, monstros e loot
As mecânicas de combate de Monster Hunter é o coração pulsante de toda a franquia, e em Monster Hunter Wilds, os refinamentos feitos tornam o sistema de combate do título o melhor de toda a franquia!
Com 14 armas diferentes, com cada uma delas possuindo movesets e funcionalidades únicas, o combate de Monster Hunter Wilds é sem dúvidas o maior ponto positivo de todo o game, trazendo dezenas de possibilidades de estilos de jogo diferentes e oferecendo uma profundidade única, desafiando o jogador a dominar cada uma dessas armas, já que elas essencialmente funcionam como classes, que podem ser alteradas pelo jogador a qualquer momento.
Com ataques e combos visualmente lindos para todas as armas, a sensação é que cada uma delas transforma a experiência de Monster Hunter Wilds por completo, já que caçar o mesmo monstro utilizando uma espada longa ou um martelo, por exemplo, exigem abordagens bem diferentes, já que as duas armas possuem utilidades e movesets completamente diferentes, tornando o ato de dominar cada uma das armas disponíveis no jogo uma jornada.
A variedade de monstros também é um prato cheio para os jogadores que querem se desafiar e dominar todas as mecânicas do jogo, já que, naturalmente, certas armas possuem uma vantagem natural contra certos arquétipos de monstros, fazendo de Monter Hunter Wilds um jogo fácil de aprender, porém muito difícil de ser dominado por completo.
Várias melhorias de qualidade de vida nos sistemas ajudaram a deixar tudo ainda mais fluído, adição de novos movimentos básicos para algumas armas clássicas,
Apesar do combate seguir a base de gameplay de Monster Hunter World e Rise, seus sistemas trazem algumas grandes novidades, introduzindo novos elementos para a franquia, como a possibilidade de carregar duas armas e trocar entre elas a qualquer momento enquanto montado em seu Seikret, e principalmente, a introdução do Modo de Foco, que trás uma nova mecânica de ferimentos em monstros, além de adicionar uma camada extra de maestria necessária para que o jogador domine por completo suas mecânicas.
Em Monster Hunter, todos os monstros possuem diversas partes que podem ser quebradas conforme sofrem uma certa quantidade de dano de armas com propriedades específicas, dropando materiais que só podem ser adquiridos ao causar dano a aquele membro, como por exemplo, ao quebrar a asa de um monstro alado, ganharemos como recompensa fragmentos da asa daquele monstro, caso o monstro possua uma cauda, podemos cortá-la com armas de corte para pilha-la, etc.
Monster Hunter Wilds adiciona a essa mecânica um novo sistema de ferimentos, que essencialmente, cria novos pontos fracos nos monstros conforme o mesmo sofre repetidos ataques naquele local. Ao causar ferimento em um membro específico do monstro, todos os ataques naquela região causarão dano crítico por um certo tempo, além de ficarem expostos aos ataques especiais do Modo de Foco.
O Modo de Foco permite que o jogador possa atacar e se defender de seus inimigos de uma maneira mais estratégica, podendo focar seus ataques em pontos fracos específicos de cada monstro. O Modo de Foco da acesso a golpes especiais exclusivos para cada uma das armas, que ao serem usados em um membro do monstro que possua ferimentos, causará uma imensa quantidade de dano, podendo até mesmo derrubar o mesmo por alguns segundos, se tornando uma mecânica poderosíssima nas mãos de caçadores habilidosos.
Além de poderosos, os movimentos exclusivos do Modo de Foco são extremamente estilosos, dando um motivo a mais para que os jogadores usem e abusem da nova mecânica, causando muito dano enquanto esbanjam personalidade na tela.
O sistema de loot, por outro lado, permaneceu quase que intacto, recebendo algumas melhorias de qualidade de vida pontuais, como a adição de itens extremamente raros como recompensas ocasionais de investigações, diminuindo um pouco o grind necessários para o craft de maneira geral. Apesar disso, a receita de bolo permanece a mesma: cace, pilhe, fique mais forte, repita o processo.
Ao abater um monstro, podemos coletar alguns recursos ao pilhar seu corpo, com cada monstro nos fornecendo materiais exclusivos que são usados para criar armas e armaduras mais poderosas. Cada armadura possui status, habilidades e visuais únicos, fazendo com que seja extremamente importante que o jogador tenha várias peças de armaduras para as mais variadas situações, já que utilizar um conjunto de armadura que possui pouca resistência a fogo, ao caçar um monstro que utiliza ataques de fogo, talvez não seja a melhor das decisões.
Já as armas, seguem uma linha um pouco diferente, já que possuem várias árvores diferentes, separadas pelo elemento de cada uma das opções disponíveis para a forja. Para forjar uma arma mais poderosa, é necessário ter em posse uma espada mais fraca daquela árvore específica, fazendo com que o jogador precise matar o mesmo monstro mais de uma vez e eventualmente volte para enfrentar monstros mais fracos, já que seus materiais podem ser necessário para avançar em algumas dessas árvores.
A mecânica de dano elemental em Monster Hunter Wilds continua sendo o aspecto mais importante de todo o sistema de equipamento de Monster Hunter Wilds, exigindo que o jogador estude as fraquezas e resistências de cada monstro antes de decidir o que levar para a caça.
Nosso Amigato também possui equipamentos exclusivos que podem ser forjados com materiais coletados de monstros, deixando nosso companheiro felino mais forte e aumentando sua utilidade em combate.
Infelizmente, as novas mecânicas de combate de Monster Hunter Wilds acaba um pequeno problema, que embora não tenham me incomodado, podem decepcionar outros jogadores veteranos.
Com a introdução do sistema de foco, a quantidade de dano causado aos monstros aumentou significativamente se comparados a outros jogos da franquia, tornando as caçadas não apenas mais curtas, mas significativamente mais fáceis. Embora dificuldade seja relativa de jogador para jogador, dificilmente um jogador veterano encontrará dificuldades até os monstros mais casca-grossa do Ranque Elevado, podendo ser um pouco frustrante para os fãs mais hardcore.
No entanto, a Capcom já anunciou que uma atualização irá trazer uma nova dificuldade para alguns monstros presentes no game, portanto, é bem provável que esse pequeno incômodo acabe se tornando irrelevante para os jogadores que passarão centenas de horas no grind infinito do endgame de Monster Hunter Wilds.
Trocando em miúdos, a adição do modo foco e as várias melhorias no sistema de combate fizeram do combate de Monster Hunter Wilds uma verdadeira obra-prima, que embora necessite de alguns retoques, diverte igualmente tanto os caçadores novatos quanto os veteranos.
Localização, áudio, acessibilidade e questões técnicas
É com imenso prazer que digo que Monster Hunter Wilds não está apenas legendado em português, mas também DUBLADO, e o melhor de tudo, é que toda a localização para a nossa língua, de maneira geral, é de excelente qualidade! Desde a adaptação de piadas para o nosso idioma, tradução de termos até a seleção das vozes em português dos personagens e atuação, tudo foi feito com excelência pelo time de localização da Capcom, que merece todo os elogios possíveis.
É nítida a evolução do trabalho de dublagem da Capcom desde Resident Evil Village, passando por Resident Evil 4 e Dead Rising, culminando nesse excelente trabalho feito em Monster Hunter Wilds! Parabéns, Capcom!
Toda a sonorização e design de áudio de Monster Hunter Wilds também merecem a sua dose de elogios, já que apesar da trilha-sonora não ser memorável, ela faz muito bem o seu papel de manter as caçadas ainda mais animadas, contribuindo para a ação e na imersão do gameplay. A real estrela da parte sonora de Monster Hunter Wilds são os efeitos sonoros de golpes, gritos e barulhos característicos de cada um dos monstros, além dos sons causados pelo clima como barulho de chuva e trovoadas… Tudo é extremamente bem feito, sendo música para os ouvidos de qualquer fã da franquia.
O título também conta com opções de acessibilidade, como vários filtros para diferentes tipos de daltonismo e adição de legendas com informações suplementares em algumas cutscenes importantes, além de permitir que o jogador customize tamanho de legendas, mini-mapa, além de poder reposicionar e alterar o tamanho de vários elementos da HUD, tornando o título extremamente acessível para jogadores que tenham dificuldades de visão ou auditivas.
Infelizmente, não posso dar os mesmos elogios para a performance de Monster Hunter Wilds, principalmente no que diz respeito ao modo focado taxas de frame. Apesar de sim, Monster Hunter Wilds segurar os 60 FPS cravados pela maior parte do tempo no modo performance, foi necessário abrir mão de muita qualidade gráfica para atingir tal feito, entregando texturas lavadas e baixa resolução na maioria dos casos.
Já no modo equilibrado, Monster Hunter Wilds consegue entregar 30 FPS constantes com uma qualidade visual um pouco melhor, fazendo valer a utilização da badalada e extremamente poderosa RE Engine como motor gráfico do jogo. Já o modo priorizar resolução, entrega uma qualidade gráfica superior, abrindo mão de uma taxa de frames estável para alcançar uma melhor resolução e texturas, sendo honestamente. a pior opção para se jogar Monster Hunter Wilds, pelo menos em um PS5 base, que foi a plataforma utilizada para esse review.
Todos os prints usados nesse review foram capturados com o jogo rodando no modo performance.
Monster Hunter Wilds vale todo o hype?
Com tantos elogios, beira o impossível não dizer que Monster Hunter Wilds é um título obrigatório para qualquer fã da franquia, seja ele um velho de guerra que faz parte da Guilda dos Caçadores desde os tempos de PSP ou 3DS, ou um dos novos caçadores que chegaram com o lançamento de World e Rise, já que o título une e refina com maestria todos os elementos que fizeram a franquia ser tão viciante ao longo dos anos, agradando gregos e troianos de forma magistral.
Monster Hunter Wilds também é a porta de entrada perfeita para novos jogadores, graças as suas mecânicas extremamente receptivas para iniciantes, fazendo de Wilds um Monster Hunter para todos!
Essa review de Monster Hunter Wilds foi escrita através de uma cópia de review para PS5, gentilmente disponibilizada pela Capcom.
O Review
Monster Hunter Wilds
Monster Hunter Wilds é a evolução definitiva da fórmula da franquia Monster Hunter, reunindo tudo o que deu certo nos títulos anteriores e levando para um novo patamar, entregando uma boa história, mecânicas de combate extremamente divertidas que foram potencializadas pelo novo sistema de clima dinâmico, uma nova camada de complexidade graças a adição do Modo de Foco, gráficos belíssimos, e o mais importante, mantendo o loop de gameplay viciante que apenas a franquia Monster Hunter consegue proporcionar.
PRÓS
- Mecânicas de combate extremamente divertidas
- Loop de gameplay viciante
- História interessante e imersiva
CONTRAS
- Dificuldade pode desagradar jogadores mais hardcore
- Performance deixa a desejar