O gênero de jogos de ritmo vive seus altos e baixos dentro da indústria. Games como Guitar Hero, Rock Band e Rhythm Heaven fizeram a festa para as casas que tinham um PlayStation 2 na estante ou um Nintendo DS na mão.
Ao fim da próxima geração, esse estilo de jogos perdeu muito sua popularidade, mas desde então indies e projetos menores vem buscando retomar esse estilo, e Rift of the NecroDancer faz isso com exímio, então confere conosco como está esse jogo, que atualmente pode ser jogado no PC e futuramente no Nintendo Switch.
Guitar Hero, mas com monstros
Apesar de ser a sequência do indie Crypt of the NecroDancer, aqui a jogabilidade é completamente diferente. O jogo adotou uma visão muito semelhante aos jogos Guitar Hero e Rock Band, no qual você tem uma barra vertical e as notas descem continuamente até o momento de serem tocadas.
A grande pegada aqui, no entanto, é que as notas são monstros, e cada um dele tem um padrão diferente, então além do reflexo já esperado, o jogo irá exigir que você também memorize os padrões de cada inimigo: alguns podem ser derrotados na primeira nota, outros avançam mais rapidamente na barra, ou ainda mudam de nota após serem golpeados pela primeira vez.
O jogo adota a filosofia “Fácil de aprender, difícil de masterizar”, então não é nenhuma barreira para iniciantes, sendo possível completar o modo história sem suar muito. Muitos tutoriais diferentes são apresentados e há modos de treino para cada música e até mesmo cada monstro.
No entanto, nos modos de dificuldade maiores, o bicho realmente pega, é preciso uma capacidade de memorização e atenção gigantesca, coisa que não irá ser adquirida com poucas horas de experiência no jogo, então ele acaba sendo válido desde os casuais que jogam poucos minutos por dia como quem pode fazer deste jogo seu novo hobby.
Minigames e outros modos de jogo para quebrar o gelo
Apesar de grande parte da jogabilidade ser focada no estilo citado, também há minigames para quebrar o gelo, acessíveis pelo menu ou durante o modo história. Mesmo sendo apesas 5 tipos diferentes, eles são extremamente divertidos.
Lembrando Rhythm Heaven, cada um dos minigames também conta com um leve tutorial e para cada ação que acontecer na tela, você precisará tocar na direção correspondente na batida da música. Além deles, também temos batalhas contra chefes, que operam de forma similar, porém cada chefe tem seu próprio padrão de ataque e alguns podem ser realmente desafiadores.
Não obstante, Rift of the Necrodancer também conta com outros modos de jogo para evitar cair na mesmice. O Modo Remix embaralha a sequência de monstros que irá aparecer em cada música, então mesmo tocando na batida, cada música pode ser uma aventura nova e irá exigir mais dos seus reflexos mesmo que você já tenha memorizado a música padrão.
Um dos modos mais chamativos é o das Músicas Personalizadas, e com ele você pode criar suas músicas ou jogar a de outros criadores com faixas de áudio já existentes, o que virtualmente dá acesso à uma infinidade de músicas já conhecidas para jogar e igualmente se divertir, e aumenta a vida útil do jogo exponencialmente.
Visuais carismático e uma trilha sonora sem igual
Como pode ser notado, o estilo artístico do jogo adota traços com pesados contornos e estilo que lembra o de desenhos ocidentais e animes, sendo realmente muito agrádavel de ver, mesmo nas seções do Modo História que consistem nas expressões e diálogos dos personagens.
A trilha sonora, claro, é da mais alta qualidade. Diferentes compositores abarcam muitos gêneros musicais como metal, eletrônico, hip-hop e funk(o americano, similar a soul e jazz), e são boas de se ouvir até mesmo fora do jogo.
A história não é algo revolucionário, mas se encaixa bem na proposta do jogo, com diálogos engraçados e personagens divertidos, e a localização fez um ótimo trabalho em adaptar o clima descontraído e amigável ao traduzir o jogo em português, mesmo que alguns nomes soem estranhos(como a Dove, que foi literalmente traduzida para Pomba).
Rift of the NecroDancer é acessível?
Rift of the NecroDancer é completamente localizado em português brasileiro, então não há barreira de linguagem para os jogadores do país. Além disso, também há opções diferentes de acessibilidade no quesito visual, e é possível ativar ou desativar adaptações para daltônicos, bem como animações de fundo e a forma que os monstros se movimentam, mas sendo orientado a áudio, o jogo é bem estrito.
Apesar do jogo ser perfeitamente jogável no controle, é recomendável um teclado devido à maior precisão das teclas direcionais do mesmo, e é ESSENCIAL que você sincronize corretamente o visual e o áudio do jogo para evitar algum input lag que pode vir a atrapalhar a experiência como um todo.
Um jogo cativante para os fãs do gênero
Rift of the NecroDancer é uma celebração dos jogos de ritmo do passado, e não abre mão da originalidade ao introduzir seus próprios conceitos à gameplay. O jogo tem um forte apelo para os mais entusiastas mas consegue ser igualmente acessível para quem não familiarizado nem está disposto a depositar centenas de horas praticando e se aperfeiçoando.
Apesar de certos aspectos não serem tão fora da curva, tudo que está dentro da proposta aqui é executado beirando à perfeição, então mesmo não sendo um jogo “pra todo mundo” e requerindo habilidades para além de acompanhar a batida, a diversão é praticamente certa.
O Review
Rift of the NecroDancer
Celebrando jogos de ritmo que já foram febre, Rift of the NecroDancer homenageia esses clássicos e ainda adiciona sua própria originalidade para sair da mesmice, estendendo em muito a vida útil do jogo seja pra quem é entusiasta ou está apenas iniciando no gênero.
PRÓS
- Jogabilidade eletrizante e partidas viciantes
- Visual carismático e personagens divertidos
- Trilha sonora espetacular e que abrange diversos gêneros
- Diversos modos de jogo diferentes, deixando o pacote completo menos maçante
CONTRAS
- Exige uma grande capacidade de memorização, o que pode dificultar a experiência
- A história é relativamente simples, o que pode desagradar alguns