Atualmente, quase que emulando a famosa quinta geração dos consoles, tivemos a volta dos jogos de plataforma com tudo, com Astro Bot e o futuro Donkey Kong Bananza dando verdadeiros shows de diversão, mas claro, os jogos indie, presentes como nunca na indústria, também apresentam suas visões e obras com muita autenticidade e inspiração, e Ruffy and the Riverside não é diferente nesse quesito.
Pois bem, com o jogo lançando já hoje, no dia 25 de Junho, para PC, PS5, Xbox Series e Switch, confira conosco a nossa análise desse game para saber se ele vale a pena!
Ruffy and the Riverside mistura inovação e tradição
Como um bom jogo de plataforma 3D, Ruffy and the Riverside tem aquele esquema de controles e movimentos que já se espera de um jogo no estilo: você anda, pula, corre rápido, e usa um rodopio para derrotar os inimigos, e tudo isso está aqui com uma responsividade muito boa, mesmo com o estilo artístico um pouco diferenciado(falaremos dele mais tarde!), mas claro, isso não é tudo que o jogo oferece.
O principal diferencial de Ruffy é a habilidade do ursinho de “copiar” e “colar” texturas, e isso se aplica a quase tudo nesse mundo: você pode copiar a areia da praia e colar em um rio, transformar uma caixa de pedra em uma caixa de madeira, claro, copiando a textura de uma árvore ou objeto similar, e essa funcionalidade é bastante vasta e garante a atenção do jogador já de início.
Claro, o jeito que essa mecânica é implementada não é 100% livre, afinal, não faria muito sentido usar a textura de pedra em um arbusto, assim como não funciona deixar o rio com texturas de madeira, mas o jogo dá claros indicadores visuais de onde você pode copiar as texturas e também de onde pode colar, então boa parte do início do game é totalmente dedicada à experimentação(claro, ao gosto do player).
O grande foco são os enigmas e uso das texturas
Além disso, não só elementos com características próprias são copiados, mas também tabuleiros com cores ou símbolos específicos podem ser copiados e colados em outros lugares, e isso é parte essencial daquilo que mais está presente no game, que são os puzzles, ou quebra-cabeças.
E por falar neles, eis aqui o maior truque do jogo: boa parte dele, se não a maioria, é baseado nos puzzles, seja para progressão normal da história ou apenas para explorar o mundo ao seu bel prazer, e tudo isso em forma de mais coletáveis para se obter, como moedas, batatas, borboletas e muitos outros tipos que fazem a festa de quem gosta de juntar uma coleção enorme ao fim do game, e Ruffy entrega demais nesse quesito.
Portanto, mesmo que Ruffy conte com seções mais focadas na plataforma de precisão, que é o foco de jogos como Astro Bot ou Crash Bandicoot, aqui a aventura é mais inspirada em Banjo & Kazooie, e há vários pequenos segredinhos, enigmas, quebra-cabeças e jeitos inovadores de usar a cópia de texturas para obter um novo coletável.
Riverside é o seu berço e o seu mundo a explorar
Diferentemente de outros jogos no estilo plataforma, Ruffy também não conta com um sistema linear de fase a fase, e sim com um mundo grande que funciona como um hub, no qual conversamos com outros personagens e vamos de encontro a fases específicas para a história principal, mas além disso, a grande parte do tempo aproveitado aqui será nesse mesmo mundo, já que praticamente todos os pequenos segredos que encontramos estão em boa parte espalhados pelo mapa do game.
Uma coisa importante a se lembrar é que os diálogos são importantes, e como o jogo é baseado(e muito) em quebra-cabeças, é bom prestar atenção no que eles falam e absorver cada dica, ou você pode se bater bastante em algum problema de solução fácil, mas que passa despercebida, e eu mesmo tive problemas em não ter lido direito uma fala e ficado bastante perdido em um puzzle extremamente simples, então fica aí a observação!
Apesar da ideia inventiva, o jogo não conta com mecânicas mais aprofundadas e elaboradas para além do sistema já apresentado inicialmente; claro, há novas e diferentes formas de se usar a cópia de texturas, mas eu sinto que falta aquela progressão bastante diversa e que não para de surpreender em jogos de plataforma, e Ruffy infelizmente não conta com um calibre forte nesse sentido, mas claro, se você gostou da premissa inicial, o jogo entrega muito até o fim.
Enredo mantém o tom do jogo em sua maioria
Narrativamente, o jogo é simples, e a historinha serve mais como um pano de fundo do desenrolar de tudo, e Ruffy e Pip, sua abelhinha ajudante, devem buscar as letras mágicas que alimentam a energia e a magia do mundo de Riverside, e apesar das várias cutscenes e diálogos contando mais desse mundo, não há nada de extraordinário em boa parte do jogo, e o enredo se mantém simples até certo ponto, mas até mesmo as viradas bruscas de ritmo e tom podem ficar um pouco fora do escopo do que se espera de um game neste estilo.
Como citamos anteriormente, o visual de Ruffy também é especial, com um mundo disposto em 3D bastante fofinho e que lembra os primeiros jogos do Nintendo 64, com seus polígonos bastante visíveis mas ainda assim sem o serrilhado ou o aspecto “áspero” ou mal colocado que alguns jogos naquela época possuíam.
Visual caprichado e música animadinha
Apesar disso, tanto Ruffy quanto outros personagens, são destacados em 2D, como se fossem desenhos ou figurinhas andando pelo mundo 3D, e isso combina muito bem com o estilo e leveza do game, e apesar de soar estranho, ao controlar o ursinho, tudo é bem responsivo e os controles precisos não deixam o jogo “escorregar” nesse sentido.
A música também é animadinha e as vozes são meros grunhidos e sons fofinhos, sendo que o diálogo em si é meramente disposto na forma de texto. Claro, é simples, mas entendendo o escopo do game e também da leveza em geral que Ruffy busca entregar, está tudo nos conformes e nada soa fora do normal para um jogo deste estilo e nível.
Ruffy and the Riverside é uma celebração ao mesmo tempo que inova
Um detalhe importante é que mesmo sendo um jogo indie, Ruffy and the Riverside entrega todo seu charme em português brasileiro, além de contar com opções bastante variadas de acessibilidade que salvam a vida de qualquer um, e só por isso já conta uns pontinhos a mais no carinho e no cuidado com o game para que todos possam aproveitá-lo da melhor forma possível.
Dados todos os pontos, é possível afirmar tranquilamente que, para os fãs de plataforma e dos “collectathons“, Ruffy and the Riverside faz um trabalho primoroso e entrega muito mesmo com seus pequenos defeitos aqui e acolá, e e mesmo que não seja um jogo capaz de agradar a todos ou a quem não está tão familiarizado com o gênero, aos sedentos por um novo Banjo & Kazooie, aqui está um jogo que certamente não vai deixar você decepcionado.
O Review
Ruffy and the Riverside
Ruffy and the Riverside entrega um jogo de plataforma que é uma homenagem aos clássicos da mesma forma que é um título próprio e original. A mecânica principal é inovadora e o visual é um charme completo, e apesar do ritmo não convencional do enredo e da progressão bastante planificada, o jogo é garantia de diversão aos fãs de bons plataformas 3D.
PRÓS
- A mecânica de texturas é muito original e bastante divertida
- Os puzzles são legais e divertidos de desvendar
- O visual é belíssimo e a mistura do 3D e o 2D agrada aos mais exigentes
- Música é agradável e combina com o tom leve do game
- Conta com muitas opções de acessibilidade e está localizado em português brasileiro
CONTRAS
- A mecânica principal é o foco do game e há pouca progressão e variedade em gameplay
- História é leve e simples, mas toma um ritmo fora de tom com a proposta inicial
- Diálogos não possuem áudio, sendo disponívels apenas em texto
- Há dicas que são dadas em diálogos que podem passar despercebido e não voltam mais