SNK vs Capcom SVC Chaos é considerado por muitos um jogo… Peculiar. Nascido de uma colaboração pra lá de especial entre a SNK e a Capcom durante os anos 2000, SVC Chaos foi o último jogo dessa colaboração a ser lançado, e por muito tempo, tido como a ovelha negra dos jogos crossover entre as duas gigantes dos jogos de luta.
Com o anúncio de Terry e Mai para Street Fighter 6, parecia a hora perfeita para que alguns daqueles saudosos jogos fossem relançados para consoles modernos, e a SNK saiu na frente com o lançamento supresa de SNK vs Capcom SVC Chaos durante a EVO desse ano. Mas será que a espera por esse port valeu a pena? Confira agora no nosso review completo!
SNK vs Capcom SVC Chaos: um dream match revisitado
This will be a match to remember!
SNK vs Capcom SVC Chaos é fruto de uma amizade (e rivalidade) entre os desenvolvedores da SNK e da Capcom entre o final dos anos 90 e início dos anos 2000. A ideia de um crossover entre as duas gigantes dos fliperamas fazia parte dos sonhos molhados de todo jogador de KOF e Street Fighter na época, que sonhavam em ver Kyo e Ryu, juntos, em uma mesma tela de seleção de personagens.

SVC Chaos coloca os personagens de Street Fighter e franquias famosas da SNK como Fatal Fury e Art of Fighting em um crossover épico, com mecânicas de gameplay, sprites e efeitos sonoros característicos da SNK. Seguindo o clássico esquema de 4 botões de The King of Fighters, temos aqui um gameplay sólido, embora inicialmente possa parecer meio ”travadão” para jogadores que não estejam acostumados com jogos da SNK.
Todos os inputs clássicos foram mantidos, como hadoukens, shoryukens, ”borigas”, e até mesmo inputs de supers como o lendário Buster Wolf de Terry Bogard e Shin Shoryuken de Ryu. É extremamente simples para um jogador veterano de qualquer uma das franquias representadas escolher um personagem e sair jogando, graças a familiaridade com os comandos.

A trilha sonora e efeitos de golpes não devem nada a sua versão de arcade, sendo basicamente um port ”arcade perfect” em todos os sentidos. Apesar de alguns efeitos de som causarem estranheza, a escolha da SNK em manter tudo como era originalmente foi acertada, possibilitando que novos jogadores tenham a mesma experiência que os veteranos que tiveram a chance de jogar o titulo em seu lançamento.
Com uma lista de 24 personagens, 12 pertencentes a cada produtora, a tela de seleção é como um sonho que se tornou realidade, com Ryu, Ken, Akuma e Bison de um lado, enquanto temos Kyo, Iori, Terry e Mr. Karate do outro. A lista ainda esconde outros 12 personagens secretos, como Violent Ken, Dan, Shin Akuma, Athena, Orochi Iori, e Geese Howard.
Modos de jogo

Além do clássico modo arcade e versus local, SNK vs Capcom SVC Chaos traz ainda um modo online e um modo de treino. No modo arcade, passamos por vários stages diferentes enfrentando vários lutadores do roster do jogo, incluindo personagens secretos. Seguindo o padrão da SNK, a dificuldade conforme avançamos pode se tornar extremamente frustrante, principalmente quando enfrentamos alguns personagens mais ”apelões” como Goenitz. Leitura de inputs, spam de magias em um timing perfeito, supers que arrancam metade da barra de vida… Encontramos aqui o pacote completo de ”chefes lazarentos da SNK”, o que pode ser extremamente nostálgico para alguns, porém frustrante para jogadores de primeira viagem.

Assim como na versão para fliperamas, ao perdermos uma luta, podemos selecionar uma assistência antes de voltar para a revanche. Entre as opções estão ter a barra de super praticamente infinita ou diminuir a dificuldade da CPU em um nível, o que pode ser uma mão na roda pra derrotar aquele chefe que está te dando dor de cabeça (sim, eu estou falando de você Violent Ken).
Já no modo online, temos a minha primeira decepção com SNK vs Capcom SVC Chaos. Funcionando basicamente em um formato de lobbys, a ausência de filas para partidas casuais e ausência de um modo ranqueado torna a experiência online do título extremamente rasa. Apesar de possuir rollback netcode, o que para os dias de hoje é quase que uma obrigação para qualquer título que queira ter uma chance no mercado, o online peca pela simplicidade.

Já o modo treino, apesar de simples, cumpre bem o seu papel de servir como um laboratório para praticar combos e algumas situações. Aqui não temos funções que podemos encontrar em jogos de luta modernos, como por exemplo, frame data e outros recursos mais complexos, mas em compensação, SNK vs Capcom SVC Chaos nos permite visualizar em tempo real as hitboxes dos personagens.


Apesar de inusitado, o recurso é extremamente útil, já que saber a extensão de suas hitboxes e hurtboxes em certos golpes pode ser a diferença entre acertar um super e whiffar um shoryuken e perder um round.
SNK vs Capcom SVC Chaos ainda traz uma galeria de imagens, contendo artes conceituais de personagens e stages, banners usados no marketing da época, posters e muito mais. Aqui temos artes de artistas renomados da SNK, como Shinkiro e Falcoon, trazendo boas recordações para os fãs da SNK que viveram os anos de ouro dos fliperamas.

Uma segunda chance para um clássico
SNK vs Capcom SVC Chaos é com certeza um título obrigatório para fãs de jogos de luta, dada a sua importância para o gênero ao longo dos anos e tudo o que o relançamento do título representa. Apesar de dever um pouco em seu modo online, os 36 personagens selecionáveis garantem bastante conteúdo em seu modo arcade, agradando jogadores que entraram no mundo dos fighting games recentemente e veteranos que acompanham as duas produtoras a décadas como eu.

Esse review de SNK vs Capcom SVC Chaos foi escrito através de uma cópia do jogo gentilmente cedida pela SNK.