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Análise | South Park: A Fenda que Abunda Força

South Park é uma das sitcoms americanas mais famosas e polêmicas já criadas. O programa está no ar desde 1997 e possuí uma legião de fãs ao redor da Terra. A série se tornou um sucesso instantâneo e contribuiu para que outros produtos derivados do programa fossem criados, incluindo jogos.

O primeiro jogo de destaque da franquia foi South Park: The Stick of Truth. Nele, o jogador é um novato na cidade de South Park e logo descobre que as crianças estão brincando de um faz de conta medieval. O protagonista é acompanhado por Butters, o Paladino, até o reino de Kupa Keep, o lar do Grande Mago, Cartman. O jogo adota o humor negro da série e seu sistema de batalhas é esquematizado em turnos, algo que fluí bem e que combinou com a franquia. O desenvolvimento do primeiro jogo foi turbulento e sofreu diversos adiamentos até ser finalmente lançado.

Com o sucesso das críticas e das vendas do primeiro jogo, a Ubisoft encomendou uma sequência entitulada de A Fenda que Abunda Força. O segundo jogo da franquia pega carona no hype dos super heróis e o resultado é bastante agradável. O jogo mantém o humor agressivo do desenho e os personagens, a ambientação e o enredo são extremamente fiéis ao programa televisivo. Os desenvolvedores optaram por manter o sistema de combate por turnos, sistema esse que funciona de forma magistral. As críticas sociais continuam marcando presença na sequência e é possível ver representações bem polêmicas como: padres que estupram crianças, policiais corruptos cheirando cocaína e por aí vai. Agora vamos ao que interessa do jogo:


Enredo:

South Park: A Fenda que Abunda Força aproveita a Era dos Heróis no cinema para justificar o seu enredo principal. Os garotos decidem brincar de heróis e apresentam uma motivação bastante peculiar. Eles não querem salvar o mundo e sim construir uma franquia de heróis bastante lucrativa através de filmes, programas e séries da Netflix. Antes do jogo começar de fato, o grupo se separa em dois. Algumas crianças saem do grupo de Cartman, Guaxinim e Amigos, e criam sua própria organização, os Amigos da Liberdade, por que eles discordaram de Cartman sobre quem ganharia o primeiro filme solo.

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A sequência usa o famoso arco “Guerra Civil” para tecer diversas críticas ao universo cinematográfico dos super heróis. Logo, os dois grupos começam a competir para ver quem será o primeiro a achar um gato desaparecido. A recompensa por achar o gato é de U$100. Cartman logo aloca toda a sua equipe para localizar o animal e coletar a recompensa. Ao longo do enredo, as crianças vão descobrir uma trama elaborada envolvendo policiais racistas, drogas ilícitas, chefões da máfia, peidos que viajam no tempo e o retorno de um vilão famoso do universo de South Park, o Professor Caos. O que torna a trama interessante e engraçada é a interação das crianças ingênuas com os eventos horrorizantes que acontecem ao redor deles.


Jogabilidade:

Ao longo do jogo, devemos realizar uma variedade de tarefas para aumentar o tamanho da nossa franquia de heróis. Seja coletar quadros, caçar gatos ou tirar selfies e conseguir seguidores para o Guaxinigram, o jogo conta com uma ampla gama de atividades que irão incentivar a exploração da cidade. Uma coisa bem insana é que o jogador ganha recompensas ao defecar em privadas e conseguir todas as estrelas no minijogo, algo que somente um jogo de South Park teria.

O combate do jogo continua sendo arquitetado em turnos e é bem intuitivo. O posicionamento nos combates é bem importante, afinal, um passo em errado pode custar metade ou toda a barra de HP do protagonista. Alguns personagens possuem habilidades que atacam uma linha horizontal, outros atacam em área e por aí vai. O campo de batalha e as opções de ataque são limitadas, então não há muito mistério no combate do jogo. O que torna toda a experiência extremamente divertida são os diálogos que ocorrem em determinadas situações. Por exemplo: Ao usar Cartman e Wendy na mesma equipe, os dois vão começar a se xingar por conta da rivalidade que existe entre ambos.

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Um recurso insano que afeta a jogabilidade é o tipo de comida que você come e a forma que isso afeta o seu peido. Ao comer comida mexicana por exemplo, o protagonista pode usar os peidos para mudar o tempo, congelando inimigos e cancelando os seus ataques.

Outro recurso presente no jogo que causou bastante polêmica é a maneira que o jogador escolhe a dificuldade do jogo. A dificuldade é representada pela cor de pele do protagonista. Um personagem negro representa  a dificuldade em seu maior nível. Apesar de não alterar a dificuldade das lutas, a cor do protagonista altera todo o resto. Caso você faça um personagem negro, as pessoas irão te xingar e até mesmo se recusar a falar com o personagem.

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Exploração:

South Park conta com um mapa bastante denso que é uma representação fiel da cidade do desenho. É possível entrar em todas as casas e lojas, pilhando armários, geladeiras e gavetas. No entanto, algumas zonas e lugares são impossíveis de se alcançar no início do jogo, tornando-se necessário recrutar um determinado personagem para acessar esses lugares. Por exemplo, o herói Capitão Diabetes fica furioso quando o protagonista peida na cara dele e ele consegue levantar objetos pesados.

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O mapa, missões e ficha de personagens podem ser acessados através do celular do protagonista. Esses recursos são aplicativos distintos. Esse sistema pode ser visto em outro jogo da Ubisoft: Watch Dogs 2.

O jogo contém diversas missões secundárias e colecionáveis que irão manter os jogadores entretidos por horas, especialmente se o jogador for um fã do desenho. A “loucura” da franquia está presente em cada esquina do game. Um dos chefes opcionais do jogo é Morgan Freeman, lendário ator de Hollywood. No jogo ele é representado como um vendedor de comida mexicana.

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Conclusão:

South Park: A Fenda que Abunda Força é um jogo extremamente bem feito, polêmico e divertido. Muitas pessoas irão considerar o jogo exagerado, “errado” demais, mas sem dúvidas é um game obrigatório para os fãs da franquia. A sequência consertou todos os erros do primeiro jogo e aprimorou tudo que já funcionava. Por falar no primeiro jogo, o segundo game vem com o primeiro de brinde nos consoles, uma ação muito bem vinda por parte da Ubisoft.

Em meio a uma época onde os jogos são demasiadamente parecidos e genéricos, South Park: A Fenda que Abunda Força entrega exatamente o contrário: originalidade e diversão. Apesar de não ser um grande fã de batalhas em turnos, o jogo é surpreendentemente divertido e ao meu ver, é um dos melhores jogos do ano.

Se você gosta de um bom RPG e é fã de humor negro, o jogo é uma compra obrigatória!

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