The Legend of Zelda: Breath of the Wild é facilmente um dos lançamentos mais marcantes e influentes da última década pela Nintendo, sendo responsável por expandir e transformar a forma como interagimos com mundos abertos, além de revolucionar uma franquia que, por muitos anos, esteve presa a uma mesma fórmula. Contudo, o jogo sempre sofreu com as limitações técnicas do Nintendo Switch original. Agora, com sua versão aprimorada para o novo console da Nintendo, como será que o jogo ficou? Nesta review, vamos primeiro abordar todas as novidades que chegam com essa edição e, em seguida, falar sobre o jogo em si.
The Legend of Zelda: Breath of the Wild no Nintendo Switch 2
Muitas melhorias chegaram com essa nova versão de Breath of the Wild, com foco principal no aspecto técnico, graças ao poder do novo hardware do Nintendo Switch 2. Abaixo, destacamos as principais novidades:
- Legendas em português do Brasil: Finalmente, o jogo está totalmente localizado para o nosso idioma. Agora, entender os diálogos, os objetivos, as mecânicas, os nomes de itens e os detalhes da história ficou muito mais fácil e acessível para o público brasileiro.
- Resolução ampliada: A qualidade visual também deu um salto considerável. O jogo roda de forma nativa em 1080p no modo portátil e alcança 1440p no modo dock. Além disso, com o auxílio de tecnologias de upscaling, a resolução pode chegar até 4K em televisores compatíveis, oferecendo imagens mais nítidas e detalhadas.
- Taxa de quadros melhorada: Um dos maiores problemas da versão original eram as quedas frequentes de FPS, muitas vezes abaixo dos 30 quadros por segundo, principalmente em áreas com muitos efeitos visuais. Agora, com o novo hardware, temos 60 FPS estáveis, tanto no modo portátil quanto no dock, garantindo uma jogabilidade muito mais fluida e responsiva.
- HD Rumble 2 e giroscópio aprimorado: Os controles também receberam atenção. O novo HD Rumble oferece respostas táteis mais precisas, deixando a imersão ainda maior, enquanto o giroscópio, usado principalmente na mira de arcos e habilidades, agora responde com muito mais suavidade e precisão.
A lista de mudanças de The Legend of Zelda: Breath of the Wild pode até parecer curta à primeira vista, mas os impactos na experiência de jogo são significativos. A combinação de maior fluidez, resolução aprimorada e localização completa faz desta nova versão uma das formas mais agradáveis e definitivas de se jogar Breath of the Wild. Com as melhorias definidas, vamos a aquilo que forma o jogo.
História: excelente mas mal contada
Em The Legend of Zelda: Breath of the Wild, nossa história começa 100 anos antes dos eventos do jogo propriamente dito, com a invasão da Calamidade Ganon, que chega a Hyrule dominando as principais defesas do reino, conhecidas como as Bestas Divinas. Durante esse ataque, o rei é assassinado e o castelo é tomado. Esse período ficou conhecido como a “Age of Calamity” e deixou profundas cicatrizes no povo de Hyrule.
Cem anos se passam desde esse evento, e nós assumimos novamente o papel de Link, que desperta em uma câmara de ressurreição sem entender ao certo o que aconteceu. Cabe a nós partir nessa aventura para lembrar quem somos e qual é o nosso verdadeiro papel. A narrativa é desenvolvida através de algumas poucas cenas durante as missões principais e diálogos com NPCs, que basicamente nos guiam de objetivo em objetivo.
A história de Breath of the Wild é muito mais focada no que aconteceu antes dos eventos atuais, e isso está preso em fragmentos de memórias espalhados por toda Hyrule. Precisamos rastrear e localizar esses momentos para montar o quebra-cabeça completo. Contudo, essa tarefa não é tão simples e pode ser até um pouco frustrante, já que algumas respostas para perguntas importantes estão contidas em fragmentos específicos, que o jogador pode acabar deixando passar, comprometendo a compreensão total da narrativa ao final da jornada.
No geral, a história é épica e memorável, desde que você tenha a paciência de localizar todos os fragmentos. Caso contrário, ela pode soar como algo superficial e sem profundidade, o que pode impactar negativamente na experiência final.
Jogabilidade: Refinada e eficiente
The Legend of Zelda: Breath of the Wild é um jogo de ação e aventura em terceira pessoa com foco total na liberdade de exploração. Assim que somos liberados no mundo aberto, podemos seguir para qualquer objetivo na ordem que quisermos, desde que nossa habilidade e conhecimento permitam. Inclusive, é possível enfrentar o chefe final logo após o tutorial, caso o jogador se sinta preparado. A proposta de liberdade é levada a sério nessa experiência.
Para explorar a vasta Hyrule, contamos com diversas ferramentas essenciais, como o glider, que permite saltar de grandes alturas e planar até diferentes destinos. Podemos escalar literalmente qualquer superfície, desde que tenhamos estamina suficiente para alcançar o topo. Além disso, há várias habilidades que ajudam na exploração, como o uso de bombas para abrir passagens secretas e encontrar tesouros escondidos.
Contudo, durante essa exploração, também enfrentaremos os perigos espalhados pelo mundo, como Bokoblins, Lizalfos, Lynels, Guardians e muitos outros inimigos. Embora façam parte de categorias semelhantes, cada um possui variações com novas habilidades, mais HP e maior dano, criando obstáculos constantes ao jogador. Mais uma vez, temos liberdade total nas abordagens: podemos usar stealth, armar emboscadas com barris explosivos, atacar com flechas ou partir direto para o combate corpo a corpo. Cada inimigo também tem formas específicas de serem derrotados de maneira mais eficiente, o que torna o combate ainda mais interessante.
No geral, esses dois pilares principais do jogo: combate e exploração são entregues com excelência. Tudo é divertido e recompensador, tornando cada interação, descoberta e vitória em batalha uma experiência engajante e satisfatória, algo essencial e necessário em jogos de mundo aberto.
Progressão: Equipamentos e Santuários
Um grande elemento necessário para a progressão de The Legend of Zelda: Breath of the Wild é o seu equipamento. Existem diversos tipos de armas e armaduras a serem encontrados, com diferentes resistências elementais, níveis de defesa e até passivas únicas que, por exemplo, permitem escalar mais rápido. A seleção ideal de equipamentos é fundamental para o avanço no jogo.
Para complementar essa parte, há diversos santuários que funcionam como mini-dungeons, contendo pequenos puzzles. Existem mais de 100 deles espalhados pelo mapa, e todos são bem divertidos, engajadores e podem ser resolvidos de diferentes formas, utilizando as principais ferramentas do jogo, que são as seguintes:
- Magnesis: Move objetos metálicos à distância, sendo útil para criar caminhos ou armadilhas.
- Cryonis: Cria pilares de gelo em superfícies aquáticas, servindo como plataforma ou barreira.
- Stasis: Congela objetos e inimigos no tempo por alguns segundos, permitindo acumular força e lançá-los longe.
- Bombas Remotas: Explosivos controlados à distância, ideais tanto para o combate quanto para quebra-cabeças ambientais.
Essas ferramentas, ou habilidades, também podem ser utilizadas durante a exploração, criando diferentes possibilidades e permitindo resolver puzzles de formas únicas para cada jogador, o que torna a experiência muito recompensadora e interessante.
Contudo, a melhor parte desses santuários em The Legend of Zelda: Breath of the Wild, é a recompensa em forma de bênção. Ao reunirmos quatro delas, conseguimos trocá-las por um coração adicional ou por mais um pedaço de estamina, elementos importantes para a progressão no jogo. Rapidamente, entramos em um ciclo de jogabilidade no qual, enquanto buscamos cumprir os objetivos da missão principal, nosso caminho se cruza com santuários, acampamentos inimigos, cavernas e muitos outros desafios, que podem garantir melhorias nos equipamentos ou o aumento de nossos corações e da barra de estamina.
Direção de arte e trilha sonora
Como The Legend of Zelda: Breath of the Wild não possui gráficos realistas, isso acaba sendo uma vantagem a seu favor. O jogo consegue explorar com profundidade elementos de grande diversidade e beleza, graças à direção de arte do título, entregando cenários memoráveis, missões espetaculares, momentos de história marcantes e muito mais.
Para complementar essa bela direção de arte, o jogo vem acompanhado de uma trilha sonora incrível e memorável, que certamente marcará sua experiência. Sem dúvidas, trata-se de uma obra que se destaca em seus fundamentos artísticos mais clássicos. Em diversos momentos e áreas específicas, o visual lembra muito uma pintura em aquarela, com o uso de cores suaves e uma direção artística inspirada, reforçando ainda mais o impacto visual e emocional da aventura.
Conclusão
Se The Legend of Zelda: Breath of the Wild já era uma recomendação fácil no Nintendo Switch original, agora, em sua versão técnica definitiva e com legendas em português do Brasil, é como se estivéssemos presenciando a forma final do título. Todas as melhorias que mencionei anteriormente são cruciais para entregar a experiência definitiva desse jogo épico e impressionante.
O Review
The Legend of Zelda: Breath of the Wild – Nintendo Switch 2 Edition
The Legend of Zelda: Breath of the Wild no Nintendo Switch 2 traz melhorias técnicas significativas, como resolução até 4K, 60 FPS estáveis e legendas em português. A história épica mas é contada via fragmentos, a jogabilidade é refinada, com santuários desafiadores e equipamentos variados, além de arte e trilha sonora memoráveis.
PRÓS
- Exploração recompensadora
- Jogabilidade divertida
- Mundo aberto repleto de possibilidades
- Foco na criatividade do jogador
CONTRAS
- Narrativa não é bem executada