A mais recente medida do governo dos Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump, promete causar impactos duradouros na indústria global de tecnologia — e os primeiros reflexos já são sentidos de forma intensa no setor de videogames. Com a previsão de que as novas tarifas entrem em vigor no dia 9 de abril, as ações de grandes empresas japonesas e sul-coreanas despencaram nas bolsas asiáticas, refletindo a instabilidade gerada pela política comercial americana.
Nintendo, Sony, Capcom e Bandai Namco sentem efeitos imediatos das novas tarifas do Trump sobre produtos asiáticos
Na Bolsa de Tóquio, o tombo foi de 7,8%, com destaque negativo para a Sony, que registrou queda superior a 10% em seu valor de mercado. A Nintendo, uma das maiores produtoras de consoles e jogos do mundo, teve retração de mais de 7%, mesmo percentual observado nas ações da Capcom e da Bandai Namco. Outras empresas relevantes, como SEGA e Koei Tecmo, também sofreram perdas expressivas, superiores a 5%.
O impacto das tarifas não se limitou ao Japão. Outras economias asiáticas altamente integradas à cadeia de produção de tecnologia e entretenimento digital também foram duramente atingidas: Coreia do Sul recuou 5,6%, Sydney 4,2%, Taiwan 9,7% e Xangai 7,3%, de acordo com dados divulgados pela BBC.
Em resposta à crise, o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, declarou que o governo japonês já trabalha em uma estratégia de negociação com os Estados Unidos. “Quando negociarmos com os EUA, queremos apresentar um pacote completo. Isso levará algum tempo, mas faremos com que seja um sucesso”, afirmou o premiê em pronunciamento à imprensa.
A reação do mercado e das autoridades destaca a importância da Ásia na produção de componentes eletrônicos essenciais para consoles e acessórios. Analistas preveem que os efeitos dessas tarifas poderão se estender para além do continente asiático, trazendo volatilidade para os mercados globais.
A Nintendo, inclusive, já demonstrava preocupação com o cenário instável. Na semana anterior ao anúncio, a empresa optou por adiar a pré-venda de um novo produto nos Estados Unidos, mencionando a necessidade de avaliar melhor os riscos impostos pelas novas políticas comerciais antes de seguir com o cronograma de distribuição.
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O futuro próximo do setor de videogames permanece incerto. Dependente da exportação e da fabricação em larga escala de equipamentos eletrônicos, a indústria observa com cautela os desdobramentos das negociações entre Japão e Estados Unidos. Fonte: Eurogamer
