Uma das partes mais interessantes ao lidarmos com um novo hardware é dedicar um tempo à construção de comparativos técnicos entre produtos de tecnologia, por diversos motivos: para que se faça uma escolha informada, oferecendo ao consumidor uma compreensão completa do produto que está adquirindo; para avaliar o custo-benefício, um aspecto essencial, especialmente em itens caros, como consoles de nova geração; e para proporcionar um entendimento mais detalhado das diferenças entre os produtos. Em resumo, o objetivo é manter o consumidor bem informado.
Com o iminente lançamento do Nintendo Switch 2, agendado para 5 de junho de 2025, pode não estar muito claro, para alguns, qual é a diferença entre um console e outro. Por isso, o objetivo deste especial é apresentar a você, leitor, ambos os consoles e expor, de maneira técnica e acessível, as principais diferenças entre os dois produtos.
Relembre o Nintendo Switch 1
Lançado originalmente em 2017, o Nintendo Switch foi um console revolucionário ao introduzir o primeiro modelo híbrido, no qual era possível jogar tanto de forma portátil quanto como console de mesa, utilizando uma televisão. O conceito foi encantador e conquistou muitos jogadores pela possibilidade de, ao iniciar um jogo na TV, simplesmente remover o console da base e continuar jogando no modo portátil.
Outro fator marcante foi a biblioteca de jogos. Ao longo de oito anos, o Switch recebeu lançamentos memoráveis, como The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Super Mario Odyssey, Xenoblade Chronicles 3, entre muitos outros. Cada vez mais, o console da Nintendo se tornava uma prioridade para famílias e jogadores casuais, o que resultou em mais de 140 milhões de unidades vendidas, construindo uma das maiores bases de usuários da história dos videogames.
Contudo, nem tudo foi perfeito. O console também enfrentou algumas limitações. O primeiro problema foi o hardware: embora o Switch tenha sido lançado em 2017, sua arquitetura era baseada em tecnologia de 2013. A quantidade limitada de memória RAM comprometeu o desempenho do sistema, e muitos lançamentos da geração PlayStation 4 e Xbox One acabaram não chegando à plataforma da Big N.
Além disso, certas políticas da Nintendo desagradaram parte dos fãs. Um exemplo recorrente é o preço dos jogos: mesmo após uma década do lançamento, muitos títulos continuam sendo vendidos por valores elevados, sem descontos significativos.
Destaques técnicos – Nintendo Switch (2017):
- CPU: ARM Cortex-A57 de 4 núcleos, até 1.02 GHz
- GPU: NVIDIA GM20B (baseada na Maxwell), até 1 TFLOP (estimativa em dock)
- Memória: 4 GB LPDDR4
- Armazenamento interno: 32 GB eMMC
- Upscaling por IA: Não disponível
- Armazenamento expansível: Cartão microSD (até 2 TB suportado)
- Armazenamento externo: Não suportado oficialmente
- Drive óptico: Ausente
- Dimensões: 239 mm x 102 mm x 13.9 mm (com Joy-Cons)
- Potência: ~15W (modo dock)
- Peso: 398 g (com Joy-Cons acoplados)
- Preço (lançamento): $299 / €329 / R$ 2.999 (aproximadamente)
Conheça tudo de novo no Nintendo Switch 2
Eis que finalmente chegamos ao ano de lançamento do sucessor do segundo console mais vendido do mundo. Desta vez, a Nintendo não poupou esforços para se aproximar da atual geração de hardware, apresentando um console muito mais poderoso, com retrocompatibilidade aprimorada, novas funções para os Joy-Cons e muitos outros recursos que certamente chamaram a atenção dos fãs do modelo original.
Desde o anúncio, muitos já tinham certeza de que esse novo console da Nintendo abalaria as estruturas do mercado e venderia milhões de unidades. Contudo, alguns fatores acabaram desanimando parte do público, como o preço elevado do console e, principalmente, o valor dos jogos, que chegou a US$ 80 (equivalente a cerca de R$ 450). Com isso, a confiança de muitos fãs acabou sendo abalada.
Ainda assim, vale a pena conferir as novidades que este novo modelo traz. Começando pelo espaço de armazenamento, que agora conta com 256 GB em um SSD, temos também 12 GB de memória RAM e um novo processador completamente personalizado. Todos esses recursos trabalham em conjunto com a tecnologia DLSS para entregar um excelente desempenho, o que representa, sem dúvida, um upgrade significativo.
Na parte dos controles, além da introdução do Pro Controller 2, os novos Joy-Cons estão maiores e, consequentemente, mais ergonômicos. No entanto, a função mais surpreendente está no fato de que eles podem funcionar como mouse em jogos que ofereçam suporte — um recurso extremamente interessante, que amplia ainda mais as possibilidades. Se antes podíamos jogar no modo portátil ou como console de mesa, agora também podemos ter uma experiência semelhante à de um PC, graças ao modo mouse.
Tudo neste console é superior ao seu antecessor, e tudo bem, isso não é exatamente uma novidade no mercado, já que todas as outras empresas seguem esse mesmo caminho de evolução. No entanto, é importante reconhecer o quanto a Nintendo conseguiu refinar seu conceito original. A proposta híbrida continua presente, mas agora com mais poder, recursos e versatilidade.
Ainda assim, algumas preocupações permanecem. Por exemplo, a bateria aparentemente não oferece uma duração tão satisfatória quanto o esperado, o que pode ser um problema para quem joga no modo portátil com frequência. Além disso, os novos Joy-Cons, apesar de melhorias no design, ainda não utilizam sensores com tecnologia Hall Effect, o que significa que eles podem continuar sujeitos aos temidos problemas de drift, uma das principais críticas enfrentadas pelo modelo anterior.
Destaques técnicos – Nintendo Switch 2 (2025):
- CPU: 8 núcleos ARM Cortex-A78C personalizados, até 2.4 GHz
- GPU: NVIDIA Ada Lovelace, até 4 TFLOPs (estimativa em dock)
- Memória: 12 GB LPDDR5X
- Armazenamento interno: 256 GB NVMe SSD
- Upscaling por IA: DLSS 3.1 (Deep Learning Super Sampling)
- Armazenamento expansível: Cartão microSD (suporte oficial até 2 TB)
- Armazenamento externo: Ainda não suportado oficialmente
- Drive óptico: Ausente
- Dimensões: 260 mm x 110 mm x 14.5 mm (com Joy-Cons)
- Potência: ~30W (modo dock)
- Peso: 420 g (com Joy-Cons acoplados)
- Preço (lançamento): $449 / €449 / R$ 3.499 (aproximadamente)
Afinal, qual vale mais a pena?
Em termos técnicos, o Nintendo Switch 2 é superior em todos os aspectos em relação ao seu antecessor, disso não há dúvidas. Contudo, como essa realidade se aplica ao contexto brasileiro? Com o console sendo precificado em 449,99 dólares, é possível que ele chegue ao Brasil custando até R$ 4.500. Já os jogos podem alcançar o valor de R$ 450, o que, para a maioria dos brasileiros, é simplesmente insustentável.
- Nintendo Switch 2: Quais principais jogos chegam no dia do lançamento?
- Nintendo Switch 2 Welcome Tour, jogo de testes do novo console, custará $9,99
- Nintendo Switch 2 terá menor autonomia de bateria que seu antecessor, confirma Nintendo
Pensando por esse lado, há uma alternativa: o Nintendo Switch OLED. Essa versão oferece melhorias significativas na tela e na duração da bateria, e custa menos da metade do valor do Switch 2. Em promoções, é possível encontrá-lo por cerca de R$ 1.750, e trata-se de um excelente console, com uma vasta e consolidada biblioteca de jogos. Além disso, sua portabilidade continua sendo uma das maiores vantagens, permitindo uma experiência híbrida versátil e prática.
Também não deixe de conferir o nosso vídeo completo com todos os detalhes e polêmicas envolvendo o novo console da Nintendo:
Mas sempre bom lembrar que no fim das contas, cabe a você decidir quanto está disposto a investir. O importante é que a escolha seja feita com consciência e que o produto final atenda às suas expectativas, independentemente da versão escolhida.