Until Dawn, jogo de terror com inspiração nos filmes do mesmo gênero dos anos 80 e 90, foi lançado originalmente para o PlayStation 4 em 2015. Agora, o jogo foi completamente refeito na Unreal Engine 5 por outra equipe, com alguns elementos extra adicionados, como uma nova cena pós créditos. Mas o grande questionamento que fica desde o anúncio é: “Mas esse remake realmente era necessário?”
Assustadoramente lindo
Eu vou começar comentando sobre o aspecto inegável dessa versão de Until Dawn para PS5 e PC: os visuais são impressionantes. Utilizando o potencial monstruoso da Unreal Engine 5, os gráficos do remake são de cair o queixo. Desde a aparência dos personagens, que estão ainda mais próximos dos atores dos quais lhes deram vida, quanto as partículas e principalmente a iluminação do jogo.
E uma boa iluminação pode ser algo difícil de se trabalhar em um jogo que praticamente se passa todo no escuro. Geralmente, os modelos in-game dos personagens são os que mais sofrem nesse aspecto, ficando com uma aparência estranha, principalmente do rosto, quando não há uma boa iluminação, mas isso não acontece nesse título. Seja a iluminação natural, ou quando o personagem está com uma lanterna ou uma tocha nas mãos, a luz sempre toca nos personagens de maneira extremamente realista e bem feita.
Porém, nem tudo são flores, e Until Dawn sofre de problemas de performance no PlayStation 5. Inicialmente, você vai sentir apenas algumas leves quedas de taxa de quadros quando o personagem vai começar a andar pelo mapa, mas no terceiro ato do jogo, isso começa a evoluir até para cutscenes inteiras rodando trechos abaixo dos 15 fps.
Mesmo o título sendo baseado em escolhas e QTE, alguns momentos definitivos e que pedem maior reação do jogador podem ser atrapalhados pelos problemas de performance.
O excesso de realismo dos gráficos expõe outro problema: a captura de movimentos. Por se tratar de um remake tão fiel, é justificável não chamar os atores de volta apenas para refazer as cenas, mas fica claro em diversos momentos que a tecnologia de captura de movimento do jogo já está um pouco ultrapassada para os dias de hoje.
Em alguns momentos, os personagens sofrem de movimentos nada realistas, e expressões faciais desnecessariamente exageradas. Outra situação que não é exatamente um problema, mas é cômico é que, com os modelos dos personagens tão parecidos com os seus atores na vida real, suas marcas de expressão estão ainda mais presentes e visíveis, dando a Until Dawn aquela sensação de “adolescentes de 30 anos da Netflix”.
Sobreviva até o amanhecer
Para os que não conhecem a história, Until Dawn acontece durante uma única noite, na qual 8 amigos voltam a se reunir em um chalé nas montanhas, um ano após uma tragédia que fez com que as irmãs gêmeas Beth e Hannah desaparecessem no meio da neve. Porém, como um bom filme de terror, a reunião logo vira uma luta por sobrevivência, com eventos cada vez mais estranhos acontecendo com os adolescentes.
As suas escolhas e reação aos QTE que aparecem na tela são o que definem quem vai sobreviver e quem vai morrer em Until Dawn. E acho que essa é a parte mais interessante do jogo, qualquer um dos 8 personagens tem chance de morrer até o final. O remake acaba trazendo uma nova cena pós créditos caso Sam sobreviva, uma das protagonistas, criando um gancho para uma possível sequência.
E com sua forte inspiração nos filmes de terror dos anos 80 e 90, é claro que o jogo é lotado de sequências cheias de sangue, e até mesmo a clássica situação da garota correndo pela sua vida enquanto está enrolada em uma toalha. A história começa vem devagar, até um pouco chata, mas vai pegando ritmo conforme avança e entrega um excelente terceiro ato.
Porém, o maior erro narrativo de Until Dawn acaba sendo os seus personagens, que muitas vezes beiram o estereótipo de adolescente chato, deixando difícil criar uma conexão com eles e torcer para que sobrevivam até o final.
Recriar a trilha sonora nem sempre é uma boa escolha
Outro ponto fraco do remake de Until Dawn acaba sendo a sua trilha sonora. Não que ela seja ruim, ela é apenas inferior a da versão original do jogo, que é tão recente que nos faz questionar se havia necessidade de ter recriado essas músicas. O clima de tensão era mais presente nas versões originais, principalmente a do tema principal do jogo.
Acessibilidade monstruosa
Um dos pontos positivos do remake de Until Dawn são as suas opções de acessibilidade. O jogo conta com leitura em tempo real do que está na tela para pessoas cegas (e essa opção está disponível em português), opção de legenda para dislexia, possibilidade de ativar uma opção de desligar o prompt pedindo para que o jogador não se mexa, que é conectado ao sensor de movimento do DualSense (quem jogou o original e sofreu, sabe do que eu tô falando).
Existem várias outras opções de visibilidade e de definir como os QTE funcionam, podendo escolher desde o tamanho do prompt na tela, como o tempo para o jogador pressionar, e até mesmo selecionar para automaticamente falhar ou ter sucesso em todos os prompts.
Chave para review fornecida pela própria PlayStation. Obrigada, lindos!
O Review
Until Dawn (PS5)
Until Dawn pode até ser uma experiência interessante para aqueles que não tiveram a oportunidade de jogar no PlayStation 4, ou que querem experimentar os gráficos de ponta da Unreal Engine 5, mas fora isso, o remake tem muito pouco para adicionar em relação ao original. Sem contar que ele precisa de algumas atualizações para arrumar seus inúmeros problemas de performance e bugs.
PRÓS
- Totalmente localizado para o português
- Gráficos impressionantes
- Clima de terror é muito bem feito no terceiro ato
CONTRAS
- Diversos problemas de performance
- Trilha sonora inferior à original
Until Dawn (PS5) OFERTAS
Coletamos informações de muitas lojas pelo melhor preço disponível