Dragon’s Dogma é a produção mais recente da Netflix. Certamente você já ouviu falar nesse nome, mas em outro formato de entretenimento. O título originalmente foi um jogo lançado em 2012 pela Capcom. Enquadrado como um RPG, o game é protagonizado pelo Ressurgido, um humano destinado a derrotar o Dragão e salvar o mundo.
Surpreendentemente, após longos anos, a Capcom decidiu expandir a franquia, criando a animação japonesa que encabeça esta crítica. Os fãs do jogo ficarão felizes em saber que praticamente todos os elementos originais foram transportados para esta nova produção que conta com 7 episódios em sua primeira temporada.
O anime é protagonizado por Ethan, um homem introspectivo casado com Olivia, uma mulher bondosa que está aguardando um filho do nosso herói improvável. O primeiro episódio do anime serve pra nos situar no universo da obra, apresentando um pouco mais dos personagens e da motivação do protagonista.
O contexto apresentado é que o mundo estava em paz por mais de 100 anos. O Duque espalhou soldados nos diferentes vilarejos caso um Dragão atacasse, no entanto, o ócio tornou os soldados preguiçosos e bêbados. Todavia, logo o estado de paz se encerra com a chegada de um novo Dragão. O ataque impiedoso da criatura tira tudo de nosso protagonista, incluindo seu coração, tornando-o um Ressurgido. Ressurgidos são humanos que tiveram seu coração tomado pela criatura alada.
O Destino do Ressurgido
Com a morte de sua esposa, Ethan faz um juramento para derrotar o bicho voador. Contudo, isto não é a única coisa que acontece. Ao se tornar um Ressurgido, ele acaba gerando uma Peoa, uma espécie de ajudante que o acompanha em sua jornada. A medida que um vínculo com a Peoa vai sendo criado, ele decide nomear a mesma de Hanna. A relação dos dois se desenvolve bastante ao longo da primeira temporada, criando uma belíssima irmandade bem explorada.
Cada episódio aborda cirurgicamente um pecado capital. Em Gula, nós temos um prefeito corrupto que engana a população pra conseguir comida e dinheiro gratuitamente as custas do sofrimento da vila. O mundo de Dragon’s Dogma é frio e cruel e isto é muito bem passado na série. A pobreza e a brutalidade são bem exploradas ao longo dos episódios.
Curiosamente, o título não se segura na nudez e apresenta até cenas de sexo. A obra não esconde que foi projetada pensando em um público alvo adulto. Apesar do roteiro de boa qualidade, a produção peca em duas coisas: a duração reduzida faz com que algumas histórias sejam apresentadas de maneira corrida, diminuindo o potencial das mesmas.
Todavia, o maior problema do anime são os visuais das criaturas. Apesar de serem bem imponentes, a técnica visual escolhida pro anime não foi a das melhores. Com monstros famosos do jogo, os bichos mereciam um tratamento visual muito melhor do que o que foi dado a eles.
Vale a pena assistir Dragon’s Dogma?
Em suma, apesar dos pequenos problemas mencionados acima, o anime deve agradar a maioria das pessoas. Com uma boa ambientação medieval, monstros imponentes, um roteiro bem escrito e respeito com o material original, é uma excelente entrada para os fãs da franquia da Capcom.