Dragon Age é uma franquia de RPG desenvolvida pela BioWare em 2009. Embora seja uma obra com um universo original, conquistou muitos fãs pelo seu rico cenário de fantasia sombria, repleto de intrigas políticas, conflitos raciais, magia e ameaças apocalípticas. Graças a um primeiro título bastante impactante, Dragon Age recebeu outros quatro lançamentos ao longo dos anos: alguns conquistaram ainda mais os fãs, enquanto outros acabaram afastando parte do público.
O último lançamento da franquia foi Dragon Age: The Veilguard, lançado em outubro de 2024, que dividiu bastante a opinião dos fãs. Quando analisamos o Metacritic, podemos observar algo interessante em relação à visão dos críticos sobre a série. Sendo assim, nesta matéria, listaremos todos os Dragon Age, do melhor ao pior, de acordo com a nota agregada do Metacritic. Para isso, utilizaremos especificamente a versão para PC. Sem mais delongas, vamos lá:
4º Dragon Age II
Dragon Age II foi lançado em 2011, durante o que podemos considerar o momento de ouro da desenvolvedora BioWare. Na mesma época em que trabalhava na série Dragon Age, o estúdio estava concluindo Mass Effect, considerado um dos melhores RPGs de ficção científica da época e ainda reverenciado nos dias de hoje. Finalmente, tivemos o lançamento de Dragon Age II, continuação de Origins e sua expansão chamada Awakening, ambos aclamados pela crítica.
Contudo, Dragon Age II não alcançou o mesmo sucesso entre fãs e críticos, estreando no Metacritic com uma nota de 79, enquanto a pontuação dos usuários foi de 4.9. Este novo título trouxe um protagonista fixo, o que dividiu opiniões, já que eliminou a possibilidade de os jogadores interpretarem diferentes raças do universo do jogo. Além disso, a simplificação dos sistemas de RPG foi um ponto bastante criticado. O escopo reduzido em comparação com Origins, somado à repetição de cenários, foram fatores determinantes para a recepção menos favorável, especialmente quando comparado ao seu antecessor.
3º Dragon Age: The Veilguard
O mais recente título da BioWare, Dragon Age: The Veilguard, que quase se tornou um live service, foi finalmente concluído e lançado em outubro de 2023 para PlayStation 5, Xbox Series S|X e PC. O jogo estreou no Metacritic com uma nota de 82, sendo o terceiro título mais bem avaliado da série. Considero essa nota consistente e, por ter jogado, concordo com ela. Os motivos que levaram os críticos a essa avaliação são bem variados.
Começando pela apresentação visual do título, que conta com gráficos belíssimos e um sistema de iluminação impressionante, mas que, ainda assim, seguiu uma nova direção de arte que desagradou boa parte dos fãs. Isso é acompanhado por um combate que, apesar de ser ainda mais simplificado e menos tático, continua divertido e funcional. Entretanto, a impossibilidade de controlar os outros personagens do grupo dividiu os jogadores. A narrativa, embora apresente uma história interessante, falha em sua execução, em grande parte devido ao fato de o mundo de Thedas ter se tornado consideravelmente menos sombrio em comparação com os jogos anteriores.
Concluindo, The Veilguard está longe de ser um péssimo jogo. Ele acerta em pontos importantes ao propor ideias muito boas, mas peca na forma como as executa. Esse fator impacta diretamente no produto final e contribui para dividir as opiniões dos fãs.
2º Dragon Age: Inquisition
Dragon Age: Inquisition foi lançado originalmente em 2014 e estreou no Metacritic com uma impressionante nota de 85. A avaliação dos usuários atingiu uma média de 6.1. O feito mais notável desse título foi ter conquistado o prêmio de Jogo do Ano, servindo como porta de entrada para muitos novos fãs da franquia.
Entre os motivos que levaram o jogo a essa nota, destaca-se a expansão do rico e envolvente mundo de Thedas, trazendo uma narrativa cativante que se desenrola em diferentes partes do reino. O título apresenta escolhas impactantes e personagens memoráveis, além de oferecer um combate dinâmico e acessível, que mistura tática com ação, e bons sistemas de progressão. Contudo, os sistemas de RPG foram novamente simplificados com o objetivo de atrair uma base maior de fãs. Embora essa estratégia tenha sido bem-sucedida, acabou dividindo os jogadores, especialmente aqueles que esperavam um retorno aos complexos sistemas vistos em Dragon Age: Origins.
Dragon Age: Inquisition ganhou como Jogo do Ano, e não há dúvidas de que se destacou em 2014. No entanto, acredito que seu principal feito foi introduzir e conquistar ainda mais fãs para esse grandioso universo que é o mundo de Thedas.
1º Dragon Age: Origins
Geralmente, para se tornar uma grande franquia, é necessário ter um grande início, e não é diferente aqui. Em 2009, a BioWare lançou Dragon Age: Origins, seu RPG ambientado em um universo de fantasia com elementos completamente originais, que conquistou milhares de fãs graças aos seus sistemas robustos, atmosfera sombria, escolhas narrativas interessantes, missões secundárias profundas e muito mais.
Esse título estreou no Metacritic com impressionantes 86 pontos em seu lançamento e é considerado por muitos como o melhor jogo da franquia. Os motivos para essa nota impressionante, além dos já mencionados, incluem: um elenco de personagens diversificados e extremamente carismáticos, uma narrativa sombria e interessante repleta de escolhas impactantes, além de um combate estratégico e exigente, marcado por uma dificuldade desafiadora. Todos esses elementos foram mais do que suficientes para garantir o sucesso do jogo e justificar suas sequências.
É importante ressaltar que Dragon Age: Origins recebeu uma grande expansão em 2010, trazendo novas missões principais e secundárias, além de novos cenários e personagens, o que serviu de forma excelente para expandir ainda mais a franquia. Apesar de não contar como um jogo completo, a expansão, nomeada Awakening, debutou com uma nota de 82 no Metacritic, se igualando a um título completo como The Veilguard.
Para aqueles que conhecem a série a fundo, não há dúvidas de que esse é o melhor jogo da franquia. Há, inclusive, um debate frequente sobre se a própria BioWare compreende plenamente o universo que construiu em Dragon Age, pois suas sequências ficaram aquém das expectativas e não conseguiram superar o impacto deixado por esse primeiro título lançado em 2009.
Uma jornada de erros e acertos
A franquia Dragon Age possui uma jornada árdua ao longo de seus diversos títulos, com grandes erros e grandes acertos. Esses jogos foram muito importantes para a construção do gênero de RPG de ação em terceira pessoa, trazendo sistemas e combates que serviram de inspiração para diversos outros jogos. Contudo, seus últimos lançamentos não têm sido tão memoráveis quanto foi o primeiro.
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E a pergunta que permanece é: dado o impacto negativo causado pelo lançamento de Dragon Age: The Veilguard, será que a franquia está completamente morta ou veremos um novo jogo no futuro breve? Difícil saber, mas devemos manter as esperanças, mesmo que no mínimo possível, pois esse universo tem o potencial de construir algo único e incrível, assim como foi o primeiro jogo da série.