A PlayStation investiu pesado no desenvolvimento de Concord, um jogo que prometia ser o “Futuro do PlayStation”. Com um orçamento colossal de US$ 400 milhões, o projeto não só gerou altas expectativas, mas também desencadeou uma série de problemas internos que culminaram em um dos maiores fracassos da história recente da plataforma.
O lançamento e a queda de Concord
Concord foi lançado para PS5 e PC com a esperança de se tornar um novo marco na indústria dos jogos. Porém, em menos de 20 dias, o título foi retirado do ar e os jogadores receberam o reembolso, algo extremamente incomum em grandes lançamentos. Com vendas que não chegaram a 25 mil cópias, o jogo falhou em atrair uma base de jogadores ativa. Segundo relatórios, Concord raramente ultrapassava 1.000 jogadores simultâneos na plataforma Steam, um número alarmante para um título tão ambicioso.
Essa sequência de eventos gerou bastante debate na comunidade de jogos, especialmente quando o jornalista Colin Moriarty trouxe novos detalhes sobre o desenvolvimento do game em seu podcast, conforme relatado pela VGC. Moriarty mencionou que o jogo foi tratado internamente como um projeto de alta prioridade, com o codinome “O Futuro do PlayStation”.
O custo astronômico e a cultura de “Positividade Tóxica”
Segundo Moriarty, o que mais impressionou foi o custo de desenvolvimento: US$ 400 milhões. Esse valor, para muitos, é comparável ao orçamento de produções cinematográficas de grande porte, o que eleva ainda mais a gravidade do fracasso.
Além dos números exorbitantes, o jornalista revelou um fator determinante para o insucesso de Concord: uma cultura de trabalho marcada pela chamada “positividade tóxica”. Esse termo se refere a um ambiente de desenvolvimento onde o excesso de otimismo impediu que críticas e feedbacks negativos fossem ouvidos.
Acredita-se que essa cultura de “positividade tóxica” tenha criado um ciclo perigoso, onde os desenvolvedores e gestores ignoraram problemas críticos do jogo durante seu desenvolvimento. Esse tipo de ambiente, embora possa parecer motivador, muitas vezes reprime discussões honestas e impede que falhas sejam corrigidas antes do lançamento, resultando em um produto final inferior.
O que é positividade tóxica?
Positividade tóxica é um conceito que ganhou força recentemente em diversas indústrias, especialmente em áreas criativas. No contexto de Concord, isso significava que qualquer crítica construtiva era vista como negatividade, criando uma barreira para a melhoria do projeto. Esse tipo de cultura pode ser devastador para equipes de desenvolvimento, onde o feedback é crucial para detectar problemas técnicos, melhorar a jogabilidade e, acima de tudo, garantir que o produto final atenda às expectativas dos jogadores.
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O futuro da PlayStation após o Concord
O fracasso de Concord serve como um alerta para a PlayStation e outras grandes desenvolvedoras. A lição mais evidente é a necessidade de uma cultura de desenvolvimento aberta a críticas e melhorias constantes, especialmente em projetos de grande escala. Embora o jogo tenha sido anunciado como uma aposta promissora, o desfecho foi catastrófico tanto em termos financeiros quanto de reputação.