Curse of the Dead Gods é o mais novo roguelike na área. O jogo, que será lançado no dia 23 de Fevereiro, bebe da mesma fonte que Dead Cells e Hades, os dois títulos mais conhecidos do gênero. Já disponível em formato de Acesso Antecipado no PC, será que a versão final do jogo faz jus as expectativas criadas? Isto é o que você vai saber nesse review!
A História de Curse of the Dead Gods
Bom…. O jogo basicamente não tem um componente narrativo, o que pesa bastante como ponto negativo. A obra é protagonizada por um homem que busca riquezas sem fim e o poder de um Deus. Nesta busca, ele (ou nós jogadores), acabamos indo parar em um templo amaldiçoado.
Cheio de perigos e maldições, não existe nenhuma história por trás do game. O foco acaba sendo total para a jogabilidade e as mecânicas voltadas para maldições. Agora, isto não seria um problema se o jogo entregasse uma jogabilidade excepcional, mas este não é o caso aqui.

Não que a jogabilidade seja ruim, pelo contrário, ela é ótima. Contudo, não existe nenhuma revolução ou uma qualidade muito superior aos seus concorrentes. No quesito gameplay, Dead Cells continua sendo o líder a ser batido. A presença de um componente narrativo certamente reforçaria a posição de Curse of the Dead Gods no gênero, no entanto, o estúdio Passtech Games optou por não inserir uma.
Jogabilidade – Visão Geral
Como todo roguelike, Curse of the Dead Gods é um jogo cheio de sistemas. Agora irei falar sobre cada um deles e se eles fazem sentido dentro da estrutura do jogo. A começar pela progressão em si. Você tem uma série de templos que devem ser concluídos até abater o chefe final. Cada um destes templos possuem salas com benefícios diferentes. Você tem acesso a um mapa e você vai trilhando este caminho. Confira a imagem abaixo para entender melhor:

Nestes caminhos você pode encontrar upgrades, armas, ouro ou cura. Este sistema faz muito sentido por permitir que você planeje com cuidado os seus próximos passos. A antecipação em qual bônus você quer pegar é fundamental para o sucesso aqui. Leve sempre o mapa em consideração. Logo em seguida temos os recursos.
Caso você seja um veterano do gênero, já sabe o que esperar aqui. Os roguelike dividem os recursos em dois grupos. Os provisórios, que desaparecem após você morrer, e os definitivos, que obviamente permanecem contigo após sua morte e são usados para desbloquear habilidades, armas e bênçãos. Dois exemplos de definitivos são os Anéis de Jade, usados para abrir novos equipamentos e Crânios de Cristais, que desbloqueiam novos aprimoramentos e altares.

Em suma, a cadência do jogo é muito bem explorada e existe uma quantidade considerável de coisas a serem desbloqueadas. Isto faz com que você tenha bons incentivos para continuar jogando!
Maldições – O DNA de Curse of the Dead Gods
Como o nome já entrega, o principal pilar do game reside nas Maldições. Fortemente baseadas no RNG, isto é, aleatoriedade, este é o sistema que vai te manter extremamente atento nos calabouços. No início de cada masmorra você surge com um medidor de Maldição. Ele sempre começa no 0 e vai até 100. Ao chegar em 100, você contrai uma Maldição. O sistema é acumulativo, ou seja, você pode contrair até 5 maldições na mesma run (calabouço).

Graças ao seu caráter aleatório, algumas maldições não causam tanto impacto na sua jogatina, porém, boa parte delas irão dificultar e muito sua vida. Uma das que menos me incomodou fazia com que o ouro no chão desaparecesse mais rápido, contudo, ela aumentava a quantidade do recurso. Já outra me tornava extremamente vulnerável a ataques dos inimigos feitos na escuridão, o que causava quase o triplo do dano. O sistema é bem legal e diverso. Existe uma quantidade enorme de maldições, o que traz uma diversidade bem vinda ao game.

Antes que você se desespere, sim, podemos gerenciar o medidor. Pra bem ou pra mal. Alguns inimigos usam ataques que tiram sua vida e te deixam amaldiçoado mais rápido. Contudo, você pode “desmanchar” itens para diminuir sua barra de maldição e usar fontes para equilibrar a situação. Entretanto, estes jogos são conhecidos pelo nível de dificuldade. Para avançar para as próximas salas do calabouço, você sempre vai “gastar” 20 de maldição. Em suma, caso você não queira ficar em uma situação extremamente desfavorável, você vai precisar ficar muito bom no gerenciamento desta barra.
Aspectos Técnicos
Como já era de se esperar, o jogo é muito fluído e, até onde joguei, ele não apresentou nenhum problema técnico. Certamente o tempo em Acesso Antecipado no PC ajudou os devs a identificar bugs e resolver estes erros antes do lançamento. A direção de arte não é nada excepcional, contudo, ela é boa o suficiente para garantir identidade ao game.
No âmbito da trilha sonora, infelizmente o jogo não tem nada de marcante e você com toda certeza não vai lembrar de nenhuma música tocada no game. Todavia, vale lembrar do escopo e proposta do jogo. Por ser um indie, obviamente o estúdio não tem recursos o suficiente para investir tanto nesses elementos.
Em relação aos loadings, eu joguei a versão de PS4 no PS5. Em virtude disso os tempos de carregamento foram bem velozes e não geraram nenhuma frustração. Pra quem gosta da platina, sim, o jogo possui o tão cobiçado troféu de platina, mas se prepare. É uma lista bem trabalhosa de troféus.
Curse of the Dead Gods: Vale a Pena?
Curse of the Dead Gods definitivamente não é o melhor roguelike no mercado. Em minha opinião, ele não está nem entre os três melhores. Contudo, o jogo cumpre bem o seu papel e apresenta mecânicas inovadoras que conferem a ele uma identidade própria enorme. A jogabilidade é bem divertida, responsiva e desafiadora, três pilares importantes para os fãs do gênero. Dito isso, sim, Curse of the Dead Gods é uma excelente opção para os fãs do gênero. Ele não é excepcional, mas entrega uma experiência sólida capaz de proporcionar dezenas de horas de diversão. No fim do dia, é isso que importa!